domingo, 31 de janeiro de 2010

Uma breve mensagem...

Prof. Anderson
Querido amigo, sei que você está bem, na presença do Senhor,

Não tenho palavras para dizer o quanto me orgulho de ter conhecido uma pessoa especial como você. Jamais te esquecerei. Desta que só tem boas lembranças da nossa amizade sincera e verdadeira.

"Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar."

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

De Mãos Dadas - Parte II

E voltando ao assunto  poeta J.G.

J.G. de Araújo Jorge escreveu De Mãos Dadas, o  segundo livro com a poetisa Maria Helena que ele prefere chamar de segundo volume. Neste, Maria Helena responde aos poemas do livro dele chamado Espera. Em carta a J.G. ela pediu a ele que este novo livro se mantivesse o título com um pequeno acréscimo: Appassionato. Realmente, neste livro a musa prolonga as notas líricas e passionais de "Espera...." , "A Sós...." e "Harpa Submersa", a tetralogia do Amor. E como já sabem, eles não se conheceram pessoalmente. Um oceano os separavam.


Entretanto, como um maravilhoso arco-íris de belezas e de emoções, suas poesias fazem uma "ponte" , onde os dois se encontram " de mãos dadas" em duetos líricos e num diálogo de fantasias.

E vamos a duas poesias que escolhi dos amantes para que degustem:

Amor fora do Tempo

O tempo - esponja e inverno,
tédio e rotina,
epitáfio e adeus,
irremediável partida sem partidas,
destilaçãos de ausência -

para nós, é teia e amarra,
- fusão.

O tempo é que se ausenta
e à margem dele, restamos eternos,
dois a viverem
num coração.

J.G.

Amor dentro do Tempo

Que importam horas ou momentos?
A ti que importa o Tempo e a mim que importa,
Se hoje somos os líricos rebentos
De uma roseira morta?!

Se tanto nos queremos,
Se eu em ti moro e em mim tu moras,
Vai para além das horas que vivemos
O nosso amor sem horas.
Que faz que o mundo tenha muitas rotas,
Quando o caminho é um, longe de quaisquer vistas?
Se mudamos a mais humana das derrotas
Na mais divina das conquistas?
Se é certo que a alegria nos sobeja
E espedaçamos a neblina
E nos teus olhos tens os meus,
Deixa que o Tempo seja
Tédio e rotina,
Epitáfio e adeus.

De olhos enxutos,
Vivendo cada qual a sua arte
Na fé imensa com que nos amamos,
Pela estrada complexa dos minutos,
A Vida parte,
Mas nós ficamos.
Ficamos em certeza e valimento
Neste esplendor de Sol que nos invade.
Ficamos a jurar cada momento
Que o nosso amor, no coração do Tempo,
Fica a pulsar Eternidade.

M.H.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Só Dez por Cento é Mentira


Um breve merchan da Desbiografia do poeta  Manoel de Barros. Só Dez por Cento é Mentira, é título do  filme baseado na vida dele.  E esses livros na foto são os seus livros.

O tempo vai passando, mais um ano de vida, o primeiro mês do ano já se foi.  Continuo  torcendo para que coisas boas aconteçam para todos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Achados e perdidos














Fotos E. B.  Centro do RJ 2010.


Achar dinheiro é sorte. Coloque esta sorte dentro do sapato se for dinheiro. Atrai coisas boas. Tsc, tsc, tsc...Crendices!

"Achado não é roubado, quem perdeu foi relaxado." Mesmo achado, não nos pertence, deve-se desolver. Mas nem sempre é possível.

Tem gente que tem sorte, acha coisa o tempo todo.

Já encontrei  filme DVD  dentro de cinema, no ao passado três. Talvez alguém tenha copiado a ideia do "perca um livro". Eu apoio. Caso seja descuido, que tal  criá-la? Fica a sugestão.  Dois deles devolvi, um acabei me esquecendo, ficou por um bocado de tempo na bolsa, quando me lembrei resolvi assistir. É um filme nacional chamado (...) a fotografia é belíssima. Gosto tanto dessa arte que pelas minhas andanças, encontrei estas imagens, fácil de se identificar, tiradas todas no mesmo dia, nas mesmas proximidades, fácil de localizar.

Perca um tempo ao dia, apreciando a paisagem, a natureza, e tudo de bom qua a vida nos proporciona. A primeira arte.
 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Data Memorável


Aniversário da metrópole brasileira: São Paulo completa hoje, dia 25 de janeiro, 456 anos. Toda gente desta nação está ali representada. Todo sotaque do planeta acaba se esbarrando em SAMPA. Terra da miscigenação universal.  Terra da Garoa, a cidade que  gente de toda parte do mundo escolheu para viver e trabalhar. Ela é patrimônio da humanidade.


Feriado na maior cidade do Brasil (que quase não para) neste dia porque ela realmente é especial e merece. Parabéns!

Caetano Veloso canta SAMPA - o que traduz o meu sentimento, meu carinho por esta maravilhosa cidade.



domingo, 17 de janeiro de 2010

Decálogo IV

Os Dez Mandamentos - Versão resumida – Velho Testamento – Êxodo 20.

1. Não terás outros deuses diante de mim.
2. Não farás para ti imagem de escultura, não te curvarás a elas, nem as servirás.
3. Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
4. Lembra-te do dia do sábado para o santificar. Seis dias trabalharás, mas o sétimo dia é o sábado do seu Senhor teu Deus, não farás nenhuma obra.
5. Honra o teu pai e tua mãe.
6. Não matarás.
7. Não adulterarás.
8. Não furtarás.
9. Não dirás falso testemunho, não mentirás.
10. Não cobiçarás a mulher do próximo, nem a sua casa e seus bens.
DEUS

"Ninguém pode viver nossa vida por nós.
Se há algo que eu quero é paz."
Kieslowski
 Decálogo IV  -  Kieslowski

Quem já não viu um filme que envolva carta? São tantos, não? De amor, de escárnio, de conteúdos diversos... é o fetiche máximo do melodrama. Em Lolita de Stanley Kubrick, carta de Charlotte endereçada ao amado; Ligações Perigosas de Stephen Frears a carta ocupa lugar privilegiado, como também em Nunca te vi... Sempre te Amei de David Hugh Jones; Disque M para Matar de Alfred Hitchcock; Cartas de Iwo Jima de Clint Eastwood; Rastros de Ódio de John Ford; em Casablanca é uma quase carta; na verdade trata-se de um bilhete de conteúdo significativo e como este último tornou-se um cult, achei interessante destacar o de Isa para Rick. E a finalidade quase sempre é a mesma: é usada como pretexto para o desenrolar das ações e dos diálogos.

“Richard, não posso te acompanhar ou te ver outra vez. Não pergunte o porquê. Apenas acredite que eu te amo. Vá, meu querido, e Deus te abençoe. Isa”.

Umas das histórias mais tocantes da telona que eu me lembro e que a protagonista é uma Carta é exatamente aquela que não vi. Como é possível? Parece loucura, mas é isso mesmo. Trata-se de um dos filmes do DECÁLOGO de Kieslowski que eu batizei de A CARTA. Vira e mexe, me lembro desse filme. A minha irmã foi que me contou, e sempre tive a sensação de tê-lo assistido, lembranças de algumas cenas de certos detalhes, as sutilezas nos gestos, olhares, e não sei por que, na época,  ao ouvir tive uma sensação desagradável, que me deixou agoniada e triste.

Anos depois é que assisti ao belo filme, (em janeiro de 2010, no CCBB- Rio) e para minha surpresa, é como se estivesse revendo.

 O Decálogo é uma adaptação livre de Os Dez Mandamentos do Antigo Testamento da Bíblia. Kieslowski realizou na década de oitenta para a televisão Polonesa e cada um deles com o tempo de 55 minutos, transformando, pouco depois os dois primeiros em longametragens:  o Não Amarás e o  Não Matarás. São histórias dos tempos modernos, mostrando que desde que o mundo é mundo quase nada mudou, que o homem continua o mesmo: invejoso, ambicioso, mentiroso, egoísta e toda espécie de fragilidade no que tange “a moral e bons costumes’.

Os episódios são independentes, e  foram realizados em Varsóvia, num conjunto habitacional - lugar-comum para todos eles. Há  um personagem misterioso que entra mudo e sai calado, que aparece transitando em cada história apresentada. Se você ainda não assistiu, preste atenção para saber quem é ele. Se já assistiu é forçar a memória. Neste 4 episódio é o homem que carrega uma canoa nas costas e ao passar por Anka a encara quando ela tenta em uma das vezes abrir a carta, o que a faz desistir. Isso daria margem a um novo roteiro.  Às vezes de uma frase se cria um conto, uma poesia, uma novela. Veio-me essa ideia... viajo... Kieslowski explica: Seria uma espécie de anjo. Parece querer dizer "Faça a coisa certa."

A Carta como eu a denominei trata-se do DECÁLOGO 4 – HONRAR O NOME DO TEU PAI E DE TUA MÃE. Kieslowski é bem didático, deixando claro a intenção da mensagem que se quer passar, daquilo que a pessoa faz, independente de certo ou errado, sofrerá a devida consequência; é metódico, tratando cuidadosamente questões éticas, morais e religiosas a cada respectivo mandamento, à maneira dele de interpretar e de  fazer a leitura do mundo.

Honrar o Nome do Teu Pai e de Tua mãe - É a história de Anka, uma jovem de vinte anos. A mãe morreu quando ela apenas tinha alguns dias de vida e passou a viver com o pai, Michel que a criou sozinho. Um dia ele viaja, e enquanto está fora a filha encontra em seu quarto um envelope escrito com a letra do pai: "Não abrir antes da minha morte". Dentro, um outro envelope endereçado, com a letra de sua mãe, para ela. Anka é uma estudante de teatro, com um professor que marca em cima, só podia mesmo levar jeito para a coisa e ter talento de sobra para dar e vender. Como toda garota de sua idade, tem namorado, e confessa que já fizera um aborto (isso para justificar ao pai que toda mulher sabe que é mãe e quem é o pai;  enquanto que  e o homem nunca tem essa certeza).

Excelente atriz. Revela ao pai que encontrou a tal carta  enquanto ele estava viajando e  mentiu-lhe que leu. Imaginou o conteúdo, decorou e contou a ele que acreditou. Na verdade ela escreveu uma outra com tudo o que imaginara. Um devaneio. Vinte anos se passaram  e nenhum dos dois leu a bendita Carta.

Envolve outros mistérios e segredos da alma. Amor velado e não revelado; sentimentos não vividos por medo. O que me deixou agoniada, na verdade foi não saber o conteúdo da mesma. Curiosidade mórbida essa do expectador, mas claro, fiquei intrigada. Não se tem acesso como os outros exemplos que citados no início. Lembra o filme russo O RETORNO -   uma caixinha e o segredo de seu conteúdo revelado apenas ao fundo do mar.

A intenção  era não revelar o mistério. Havia uma desconfiança de adultério no  ar. E desde então a incerteza povoa a mente do viúvo: “É a minha filha ou não?” E de Anka que amava aquele homem não como pai: “É ou não meu pai?” Sem resposta, sem certeza, gostavam-se através de gestos e insinuações. Um pedaço de papel pode fazer um estrago enorme na vida das pessoas. Resolveram queimar. Um mistério que virou cinza.

Tudo poderia ser diferente se eles a tivessem lido.  Mas aí não haveria roteiro, não teria filme, esta história não existiria...

São tantas coisas que se deixa para trás...cartas que não são lidas ou que não se escreve, palavras que não são ditas, sentimentos que não se vive, desculpas que não pedimos...Tem coisa que é melhor mesmo não se saber. Nunca.
Karenina Rostov

sábado, 16 de janeiro de 2010

A difícil arte de viver...no Haiti


 S.O.S. Todos podem ajudar!

Deus e Pai misericordioso
Criador do Universo
De inefável e santo amor
Infinita é a Tua bondade
Preciosa a Tua benignidade
Há um povo que sofre
Todo tipo de angústia neste instante...

Uma grande catástrofe
Devastou aquela nação
E tudo destruiu
A dignidade indo embora
Tamanha perda e dano
Estrago  imenso
E parece sem fim...

O mundo neste instante Te clama
E procura ser otimista
Ora e colabora
Implora compaixão
Pede paz...

Que cuide desse povo tão sofrido
Conforto e sossego na alma
E alegria no coração
Alimento físico
O amparo necessário...

O mundo continua unido
Numa corrente solidária,
E busca a força necessária
Ao Haiti que tudo perdeu

O amor  do Senhor,
Nada deixará faltar
Preservando o bem maior que é a vida
Conscientizando do seu grande valor
Porque viver é lutar diariamente
E ela não tem fim
Dando esperança
Mostrando que nada é em vão
Dando nova oportunidade
Para recomeçar com  alegria.

Abrande o sofrimento
Da tragédia anunciada
Desse povo que sofre
O mundo todo em prece
 Muito Te agradece
Em nome do Teu amado Filho
Assim seja.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

E por Falar em Copa do Mundo



Vale relembrar a história de como tudo começou...

A Copa do Mundo de Futebol da FIFA iniciou em 1928, quando Jules Rimet decidiu criar um torneio internacional. A primeira competição ocorreu em 1930, tendo a participação de 13 equipes convidadas. Com o crescimento da competição, hoje é necessário passar por uma etapa classificatória de dois anos de duração, que conta com a participação de aproximadamente duzentas seleções de países, para participar do campeonato.


Competições internacionais anteriores


A primeira partida internacional de futebol ocorreu em 1872 entre Inglaterra e Escócia. Nessa época, o futebol raramente era praticado fora do Reino Unido. O início da expansão do futebol internacional se deu com a criação da FIFA, em Maio de 1904, então formada por sete países do continente europeu. Com a crescente popularidade, o futebol participou dos Jogos Olímpicos de Verão de 1900, 1904 e 1906 como um esporte de demonstração, sem direito à medalhas, sendo oficialmente introduzido nos Jogos Olímpicos de Verão de 1908.

A primeira Copa do Mundo Oficial


Países participantes da primeira Copa do Mundo FIFAO comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Verão de 1932 não queriam incluir o futebol na competição, devido à sua baixa popularidade nos Estados Unidos. A FIFA e o Comitê Olímpico Internacional também divergiam a respeito da definição de "atleta amador" e, então, o futebol ficou fora dos jogos.

Então, o francês Jules Rimet criou a primeira Copa do Mundo, em 1928, após ter assumido o comando da instituição mais importante do futebol mundial: a FIFA (abreviação de Federation International Football Association).

Já foram realizadas 16 Copas do Mundo - a primeira, em 1930, no Uruguai. Apenas durante a Segunda Guerra Mundial e no pós-guerra, o evento deixou de ser realizado - em 1942 e 1946, respectivamente.


O Brasil é o único país que participou de todas as Copas e também é o único que levou a taça quatro vezes: em 1958, na Suécia, em 1962, no Chile, em 1970, no México, e em 1994, nos Estados Unidos.

Países onde as Copas foram realizadas
Copa de 1930 - Uruguai

Copa de 1934 - Itália
Copa de 1938 - França
Copa de 1950 - Brasil
Copa de 1954 - Suíça
Copa de 1958 - Suécia
Copa de 1962 - Chile
Copa de 1966 - Inglaterra
Copa de 1970 - México
Copa de 1974 - Alemanha
Copa de 1978 - Argentina
Copa de 1982 - Espanha
Copa de 1986 - México
Copa de 1990 - Itália
Copa de 1994 - Estados Unidos
Copa de 1998 - França

Copa de 2010 - África do Sul (em pré-andamento)
A Copa de Mundo de 2010 na África do Sul reunirá 32 seleções.


Grupo A
África do Sul
México
Uruguai
França

Grupo B
Argentina
Nigéria
Coréia do Sul
Grécia

Grupo C

Inglaterra
Estados Unidos
Argélia
Eslovenia

Grupo D
Alemanha
Austrália
Sérvia
Gana

Grupo E
Holanda
Dinamarca
Japão
Camarões

Grupo F
Itália
Paraguai
Nova Zelândia
Eslováquia

Grupo G
Brasil
Coréia do Norte
Costa do Marfim
Portugal

Grupo H
Espanha
Suíça
Honduras
Chile


 Grupo G - Tabela da 1a Fase


15/06/2010 11h00 Costa do Marfim x Portugal
15/06/2010 15h30 Brasil x Coréia do Norte
20/06/2010 15h30 Brasil x Costa do Marfim
21/06/2010 8h30 Portugal x Coréia do Norte
25/06/2010 11h00 Brasil x Portugal
25/06/2010 11h00 Coréia do Norte x Costa do Marfim
  
Fonte: Wikipédia e outros.



segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A poesia de Anna Akhamátova


Envelope comemorativo com foto da poetisa



O Poeta Álvaro Alves de Faria fala sobre Anna Akhmátova e Patrícia Rizzo interpreta dois poemas da grande poetisa russa que tanto sofreu sob o stalinismo.
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Anna é uma das maiores poetisas russas. Este texto foi-me cedido gentilmente pelo escritor Affonso Romano de Sant' Anna. Caro poeta, grata pelo belo ensaio e pelo presente! Amei!
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AS MUITAS VIDAS DE ANNA AKHAMÁTOVA

Affonso Romano de Sant'Anna(*)

Anna, a Voz da Rússia – Vida e Obra de Anna Akhmátova (Algol Editora) é o produto de uma paixão literária que dura já quatro décadas, surgida quando Lauro Machado Coelho aos dezoito anos adolescia em Belo Horizonte. Mas, sendo obra de "amante", não é coisa de "amador". Anteriormente, Lauro havia publicado Akhmátova: Poesia 1912-1964 (L&PM, 1991), uma antologia daquela que foi qualificada, pela também poeta Marina Tsvietáieva, como "Anna de todas as Rússias". E, recentemente, ele nos deu a reveladora Poesia Soviética (Algol, 2007), cerca de 600 páginas com uma série de poemas de autores desconhecidos do grande público, e por ele traduzidos diretamente do russo.

Anna, a Voz da Rússia é não só uma monumental biografia, mas uma requintada façanha editorial, com a capa e gravuras em preto e branco de Klara Kaiser Mori, um dossiê de fotos sobre a poeta e seu tempo, a partitura de uma composição de Gilberto Mendes sobre um dos poemas de Anna e um CD com a voz da poeta e poemas declamados em português por Beatriz Segal. E, no momento em que este livro está sendo lançado, o compositor Rodolfo Coelho de Souza está terminando a partitura do monodrama Visita Noturna para a Senhora Akhmátova, cujo libreto foi escrito para ele por Lauro. Ocorre assim a confluência do trabalho do Lauro Machado Coelho tradutor com o do crítico e historiador de música, que tem-nos dado uma enciclopédica História da Ópera em vários volumes. Mais do que um livro esta edição é um acontecimento.

VIDAS E SOBREVIDA

Quantas vidas cabem numa vida? Na de Anna Akhmátova, pelo menos três. Há uma primeira Anna, feliz na infância e parte da juventude. É aquela que vivia em Pávloski e depois em Tsárskoie Seló, a "aldeia do tsar", onde o arquiteto italiano Rastrelli erguera, para Catarina a Grande, um esplêndido palácio. Ali, ela passeava nos bosques, visitava a coleção de arte do Museu Alexandre III, assistia a concertos e vivia como uma moça culta e bem educada. Aos 13 anos, descobriu a poesia de Aleksandr Blok, mas quando escreveu seus primeiros versos, o pai advertiu: "Vê se, pelo menos, não envergonha o nome da família".

Não envergonhou. Essa descendente longínqua do clã da "Horda Dourada" do Grande Cã conheceria a glória em vida, e compartilharia sua dramática vida com uma geração de artistas excepcionais como Erenbúrg, Khlébnikov, Maiakóvski, Mandelshtám, Shostakóvitch, Isaac Bábel, Pasternák, Prokófiev, Anna Pávlova, Nijínski, Modigliani. E Iósif Bródski, o Nobel de 1987, cujo talento ela estimulou desde o princípio, foi o encarregado de escolher onde seria sua sepultura, quando ela morreu, em 1965.

Enquanto ia se transformando em um ícone da poesia russa moderna, Anna experimentou, na carne e no espírito, os círculos dantescos do inferno stalinista, acrescidos do inferno hitlerista. Sua vida sofreria uma abrupta transformação: "Eu como um rio,/fui desviada por esses duros tempos./Deram-me uma vida interina./E ela pôs-se a fluir num curso diferente, /passando pela minha outra vida/ e eu já não reconhecia mais as minhas margens."

Assim é que o seu biógrafo brasileiro rastreia pormenorizadamente a trajetória da segunda vida de Anna Akhmátova, desde a eclosão da Revolução de 1917, até a implantação dos "gulags" siberianos, à resistência durante o cerco nazista de Leningrado, ao horror da repressão durante a Guerra Fria até que, a partir de 1956, Khrushtchóv iniciasse a abertura que só se consumaria quarenta anos mais tarde.

Essa é, por consequência, também a Anna de todos os dramas e tragédias. Seu marido, o poeta Gumilióv, foi preso e fuzilado; o filho, Liev, mandado para a Sibéria, enquanto ela era acusada pelos stalinistas de fazer " uma poesia prejudicial e alheia aos interesses do povo" . Expulsa da União de Escritores, ora acometida de tifo, ora vítima de tuberculose, sendo a "tricentésima da fila" para visitar o filho na cadeia, vendo seus amigos escritores se suicidarem e desaparecerem, mesmo assim, durante o cerco hitlerista a Leningrado, ela lia diariamente, na rádio, poemas que ajudavam a manter o ânimo dos resistentes. Poderia ter, como outros, abandonado seu país, mas preferiu resistir: "Não , não foi sob um céu estrangeiro,/ nem ao abrigo de asas estrangeiras – eu estava bem no meio de meu povo,/ lá onde o meu povo infelizmente estava".

Inacreditáveis e aviltantes tempos aqueles em que, "até 1938, 10% da população masculina da URSS foi executada". Tempos em que, por causa da morte de uma personalidade como Serguêi Kírov, 40 mil foram deportados, 400 mil se suicidaram e, só no ano de 1934, houve 6.501 fuzilamentos: "Esta terra russa gosta,/ gosta do gosto de sangue".

Por causa dessas tragédias, introduz-se na literatura russa um personagem que Akhmátova chama de "o viajante aleijado", uma metáfora de todos os destroçados pelo regime comunista e pelas guerras, discursando melancolicamente sobre os sofrimentos do país, como se fosse um irremissível " velho do Restelo" da tradição lusa.

A poesia de Anna está tão pontuada pela morte quanto pelo amor. Em sua vida tempestuosa, ela casou-se várias vezes e teve trocas afetivas e amorosas com Gumilióv, Modigliani, Nikolái Niedobrovô, Borís Anrep, Shilêiko, Luriê, Púnin, Isaiah Berlin.

A terceira vida de Anna Akhmátova começa a surgir com o degelo, após a morte de Stalin. Suas obras interditadas começariam a ser republicadas e ela pôde viver numa pequena "dátcha". Começando a ser reconhecida no exterior, acabou recebendo o Prêmio Etna Taormina (1960), o título de doutora "Honoris Causa" pela Universidade de Oxford (1965) e a Unesco decretou 1989 como "o Ano Akhmátova". Nessa época, os astrônomos russos deram seu nome a uma estrela recém descoberta.

ESTRATÉGIAS DA TRADUÇÃO

Lauro Machado Coelho optou por fazer uma biografia em que os fatos e os poemas se explicam e se complementam . Pode-se dizer que é, ao mesmo tempo, uma biografia antológica e uma antologia biográfica. É uma opção que afasta o vezo formalista que tem afetado tantas vezes a tradução de autores russos para o português. Até porque Akhmátova pertencia ao grupo de poetas de São Petersburgo chamado de acmeistas, que achavam imprescindível dialogar com a tradição e não exercitavam o furor vanguardista do grupo de Moscou, a que pertenciam poetas como Maiakóvski e Khlébnikov, siderados pela velocidade das máquinas conforme a ideologia futurista.

Em Anna Akhmátova, poesia e vida são uma só unidade. Como disse Mandelshtám, antes de ser eliminado pelo regime comunista: "Não sei como é em outros lugares, mas aqui, neste país, a poesia é algo que cura e devolve a vida...Aqui pode-se matar as pessoas por causa da poesia".

Contextualizando os poemas, o biógrafo também recompõe a trágica história dos intelectuais russos no século 20, e nos obriga a repensar a obnubilação ideológica, que fez com que muitos intelectuais no Ocidente, em sua ingenuidade e alucinação, fingissem desconhecer o holocausto atrás da "Cortina de Ferro", mesmo quando, a partir dos anos 30, tornou-se pública e evidente a política de terror.

Traduzir é sempre um problema que se procura enfrentar de formas diversas. Há quem queira pretensiosamente recriar e melhorar o original, e há quem queira ser fiel e transparente ao primeiro texto. No presente caso, o tradutor e biógrafo desobrigou-se de preservar rimas e métricas que lembrassem o original russo, mas disponibiliza para o leitor o texto original em sua versão fonética. Cuidou de guarnecer o livro com "anexos" que trazem dados biográficos sobre alguns homens importantes na vida de Anna.

Em seu acurado trabalho, Lauro Machado Coelho aceitou o desafio de fazer um comentário detalhado do longo e difícil Poema sem Herói de Akhmátova, texto hermético, definido pela autora como mascarada arlequinal e fantástica, ocorrida na São Petersburgo de 1913.

Hoje, quando alguns se espostejam na chamada pós-modernidade, rejubilando-se com a ideologia dominante, é relevante lembrar uma poeta da resistência. Nesse sentido, o romancista Valientin Fadêiev escreveria a um comissário do povo, rogando que amenizassem os sofrimentos da poeta, pois "apesar da incompatibilidade de seu talento com o nosso tempo, ela permanece a maior poeta da era pré-revolucionária".

É isso: para o artista autêntico sempre há uma incompatibilidade entre seu talento e seu tempo.

(*) Poeta, professor, ensaista autor de "Barroco, do quadrado à elipse" e "Drummond, o gauche no tempo".

Artigo publicado no ESTADO DE SAO PAULO

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Nunca se Viram, mas se Amaram

 J. G. de Araújo Jorge poeta brasileiro e Maria Helena poetisa portuguesa nunca se viram mas, ao modo deles, se amaram...

Antes, muito antes do advento do mundo virtual, das salas de bate-papo, dos e-mails, do Orkut, Facebook, MSN, Twitter etc, pessoas se comunicavam através de cartas pelos correios. Era um tempo de mais romantismo; o namorado ficava ao portão aguardando ansiosamente a chegada do carteiro. Sinto saudade...

Lembrei-me da história do poeta brasileiro J.G. de Araújo Jorge que conheceu através de cartas a poetisa portuguesa Maria Helena.

Foi Maria Helena que começou a escrever ao poeta sob o pseudônimo de MUSA TRISTE, por muito tempo, só depois é que ela lhe revelou a sua verdadeira identidade.Trocaram cartas, livros, segredos  e sentimentos. E toda poesia dele ela se inspirava a escrever como resposta, ou melhor, ela as recriavam. A troca de poesia foi intensa, havia tanto material e amor entre ambos que resolveram escrever um livro juntos. O resultado desse amor platônico chama-se  CONCERTO A QUATRO MÃOS.

J.G. em uma de suas cartas a Maria Helena escreveu dizendo ser um poeta brasileiro dos menores (eu não acho) dos mais silenciados nas torres altas, feliz porém, porque dos mais festejados nas praças e nas ruas (quase ninguém o conhece, a literatura não o cita , não o re-conhece) foi despertar na alma de uma grande poetisa portuguesa belos e imortais acordes. Milagre da poesia.
Seus versos bateram asas, de inóspita ilha, como perdida gaivota, e foram procriar altos cantos em horizontes distantes, em terras imprevistas.  J.G. 

Segue poemas que ambos trocaram:

Canção do Meu Abandono


Não, depois de te amar não posso amar ninguém!
Que importa se as ruas estão cheias de mulheres
esbanjando beleza e promessa
ao alcance da mão?

Se tu já não me queres
é funda e sem remédio a minha solidão.
Era tão fácil ser feliz quando tu estavas comigo!
Quantas vezes, sem motivo nenhum, ouvi o teu sorriso
rindo feliz, como um guiso
em tua boca?
E todo momento
mesmo sem te beijar eu estava te beijando:
com as mãos, com os olhos, com os pensamentos,
numa ansiedade louca!

Nossos olhos, meu Deus! nossos olhos, os meus
nos teus,
os teus
nos meus,
se misturavam confundindo as cores
ansiosos como olhos
que se diziam adeus...

Não era adeus, no entanto, o que estava em teus olhos
e nos meus,
era êxtase, ventura, infinito langor,
era uma estranha, uma esquisita, uma ansiosa mistura
de ternura com ternura
no mesmo olhar de amor!

Ainda ontem, cada instante era uma nova espera...
Deslumbramento, alegria exuberante
e sem limite...
E de repente,
de repente eu me sinto triste como um velho muro
cheio de hera
embora a luz do sol num delírio palpite!

Não, depois de te amar não posso amar ninguém!
Podia até morrer, se já não há belezas ignoradas
quando inteira te despi,
nem de alegrias incalculadas
depois que te senti...

Depois de te amar assim, como um deus, como um louco,
nada me bastará, e se tudo é tão pouco...
... eu devia morrer...
J.G. de Araujo Jorge

Canção da Minha Esperança


Não! A gente não morre quando quer,
Inda quando as tristezas nos consomem.
Há sempre luz no olhar de uma mulher
E sangue oculto na intenção de um homem.

Mesmo que o tempo seja apenas dor
E da desilusão se fique prisioneiro.
Vai-se um amor? Depois vem outro amor
Talvez maior do que o primeiro.
Sonho que se afogou na baixa-mar,
De novo há de erguer, cheio de fé,
Que mesmo sem ninguém o suspeitar,
Volta a encher a maré.
Não penses que jamais hás de achar fundo
Nem que entre as tuas mãos não terás outra mão.
Pode a vida matar o sonho e o sol e o mundo,
Mas não nos mata o coração.
Maria Helena

Ah, como é lindo o amor... deleitem-se! Em outra oportunidade falo do poeta que AMO um pouquinho mais. 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Leitor, A Dama do Cachorrinho e Tchekhov


O Leitor, A Dama do Cachorrinho e Tchekhov

Três histórias de paixão: paixão por Anton Tcheckov, paixão pelo filme O LEITOR e pelo filme OLHOS NEGROS ou  A DAMA DO CACHORRINHO, um dos mais célebres do já citado escritor russo.

A Dama do Cachorrinho é um dos contos mais populares da literatura russa. Tão popular que recentemente se teve a oportunidade de ouvir a história sendo contada pelo protagonista Michael no filme O LEITOR lançado em 2008, e anteriormente também nas telonas sob o título OLHOS NEGROS, em 1987 pelas mãos do cineasta Nikita Mikhalkov. Evidentemente que em 118 minutos de duração, perde-se muito, já que se tem o hábito de comparar alhos com bugalhos, não se pode esquecer que a obra literária e a cinematográfica são linguagens distintas, ficando mais ou menos assim a sinopse do dirigido pelo russo:


A bordo de um navio no final do século XIX, italiano de meia idade conta sua história de amor a um russo. Ao visitar um spa, o homem, ainda casado, conhece uma mulher russa por quem se apaixona. Ela é infeliz no casamento e os dois transam. Ao voltar para casa, o homem está resolvido a deixar a esposa e se casar com a russa.
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Essa história fala sobre desencontros e encontros da vida; casamento, sentimentos falidos, amor, traição, adultério, vergonha, culpa...

Viajando um pouco mais pela obra literária, transcrevo aqui o resumo do conto.

Dmítri Dmítrich Gurov, casado e com três filhos, entediado com a vida matrimonial, há algum tempo passara a trair sua esposa. Mantinha aventuras passageiras com suas amantes e, amargurado com suas fúteis experiências amorosas, passa a referir-se às mulheres com desprezo.


Dmítri morava em Moscou e estava em Ialta, já há duas semanas, para descansar. Lá comentavam sobre uma dama que aparecera à beiramar e andava em companhia de um cachorrinho, como não sabiam seu nome a chamavam simplesmente: A dama do cachorrinho. Interessado, Dimitri a vê em diversos lugares passeando com seu cãozinho, até que, certa noite, ambos jantam no mesmo local e ele tenta aproximação, atraindo o cachorrinho.


Ana Sierguéievna, a dama do cachorrinho, era natural de S. Petersburgo e morava na cidade de S. com seu marido. Também se sentia infeliz no casamento e como estava sozinha em Ialta, conversa com o estranho para diminuir sua solidão. Os dois passaram a se encontrar todos os dias e Dmítri sente-se muito atraído por aquela mulher, até que o marido manda uma carta a Ana pedindo que ela retorne, pois ele está doente. Eles se despedem com a promessa de não mais se verem.


Dmítri retorna a Moscou e não consegue esquecer Ana. Mudado já não trata as mulheres com arrogância e percebe que está apaixonado. Resolve então ir para a Cidade de S. para reencontrar Ana. Descobre onde ela mora, mas não a procura esperando um encontro casual. Vai à estreia de uma peça teatral e encontra Ana que, perturbada com a presença do amante, revela que também não o esquecera, mas pede que ele vá embora, temendo o flagrante do marido.


Ana promete ir a Moscou e cumpre com a palavra. Passa a viajar periodicamente para encontrar o amante. Amam-se com sentimento de culpa, mas se perdoam ao perceber que aquele amor os transformara. Juntos conversam sobre o desconforto do amor às escondidas, pensam começar uma vida nova, mas não sabem como recomeçar. Tornava-se claro para ambos que o fim ainda estava distante e que o mais difícil e complexo apenas se iniciava.
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E por último, a sinopse do filme O Leitor

Nos anos de 1950, pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o jovem Michael Berg adoece e passa a ser cuidado por uma bela e estranha mulher, Hanna, que tem o dobro de sua idade. Michael logo se recupera, mas Hanna foi embora. Ao encontrá-la, os dois têm um breve, mas intenso romance. Uma paixão cada vez maior, temperada com as leituras de obras clássicas que Hanna sempre pede para que o amado leia. Apesar disso, Hanna misteriosamente desaparece outra vez. Passados oito anos, Michael é agora um aluno de Direito que acompanha julgamentos de crimes de guerra cometidos pelos nazistas. É nesse momento que Hanna reaparece na vida do rapaz. Mas para a surpresa dele, a mulher está no banco dos réus do Tribunal. Enquanto o passado de Hanna é revelado, Michael descobre um segredo que poderá impactar na vida de ambos.
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O filme O Leitor é uma história bastante fiel ao livro e acaba abordando os mesmos sentimentos como em Olhos Negros: culpa, amor, vergonha, remorso pelo que não foi feito no momento oportuno. Define-se em uma única palavra: Romance. Uma singela história de amor.

A ficção e a realidade nas obras de Tchekhov (con)fundem-se de tal maneira que nos faz devanear tanto quanto o tocante filme O LEITOR, e este, por sua vez em inúmeras nuances de muitas outras histórias sensacionais brindando o expectador duas vezes pelo menos: 1º a obra cinematográfica, e 2º conhecendo histórias da literatura universal. Considerei super válido o diretor Stephen Daldry de uma sensibilidade  ter traduzido o romance do escritor alemão Bernard Schlink em outra linguagem artística, transformando-nos em protagonistas de sua obra, ou melhor, nos colocando na posição de Hanna -  a ouvinte -   que se apaixona pelo adolescente Michael na Alemanha após a 2ª Guerra Mundial e ambos começam uma aventura que marcará a vida do rapaz para sempre. Ela tem o dobro da idade dele o que não impede que daí nasça um sentimento de amor e desejo carnal. Há muitas outras diferenças entre o casal.  Em cada encontro, antes do sexo, ela pede que ele leia algo para ela, o que ele faz com prazer, lendo os clássicos da literatura: A Odisséia, Guerra e Paz etc, até chegar em A Dama do Cachorrinho. Ele é O LEITOR e nós somos OS OUVINTES, contracenando com a obra. Relembrei a história com saudosismo. Hanna as ouve com muita   atenção e só mais adiante que se entende o seu drama. É analfabeta. Sente vergonha dessa sua condição e em momento algum revela esse seu “segredo” ao amado.

Culpa dela e vergonha dele. Muito tempo depois quando já não estão juntos é que ele acaba descobrindo isso, por mero acaso esse segredo dela. Ela é julgada e condenada por crimes de guerra, e ele poderia salvá-la da condenação mas por vergonha decide se calar.

Culpa e vergonha são os ingredientes principais na tocante obra O LEITOR. Um filme riquíssimo em significados e interpretações que  levam a questionamentos perturbadores. É sem dúvida uma obra-prima.

A 4a paixão é que sou uma ótima ouvinte. Gosto que me contem histórias interessantes. É uma viagem indescritível. Explicar é impossível. Guardo boas recordações dos tempos de ouvinte. Acho que não tive infância...

Assista ao filme, leia o livro, não deixe de prestigiar. Aproveite para ver também MOSCOU de Eduardo Coutinho e conhecerá um pouco mais de Tcheckov. Deleitem-se! Afinal faz um  bem danado para a alma.
Karenina Rostov

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Admirável Mundo Novo



 Há algum tempo escrevi sobre um filme iraniano que assisti no Festival do Rio. Gosto de coisas diferentes, criativas, originais, instigantes e por isso À Procura de Elly (Darbareye Elly)  foi o assunto escolhido na ocasião.

Por acaso o texto foi localizado pelo poeta Affonso Romano de Sant'Anna no blog CINEMAEAMINHAPRAIA de Valéria, e coincidentemente também ele assistiu a esse filme e como gostou, procurou mais informações,  o que acabou encontrando o meu texto e a poesia dele que enxertei lá. É claro que fiquei lisonjeada pela simplicidade do ilustre poeta ter recebido bem e carinhosamente ter me respondido. Fiquei sabendo pela própria Valéria que me ligou e insistiu que eu escrevesse sobre esse ótimo acontecimento abrindo o Novo Ano, com boas novas.

Acabei me lembrando do Livro de Aldous Huxley - Admirável Mundo Novo - estando assim meio conectados ao mundo, às pessoas através de palavras e pensamentos... nos esbarrando sem querer, querendo...
Grata pela visita!

Reproduzo abaixo o recado do poeta.
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 Autor: affonso
Comentário dele:

"Estava procurando mais informações, pois acabo de assistir ao film e vou comentar algo no meu site/blog e me deparo com seus comentários e a inserção do meu poema. Não poderia deixar de lhe dar um abraço, ars"
 Affonso - ARS
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Você pode ver todos os comentários sobre esse post aqui:


E isso me deu uma ideia para um próximo homenageado ao X Concurso de Poesia.... deixa eu amadurecer isso...quem sabe?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Descinemada, Eu?


Quando os cinemas do Ilha Plaza fecharam as portas para reforma de aproximadamente 45 dias e não reabriram jamais, ou melhor, reabriram como C&A, fiquei imensamente decepcionada. Daí criei o neologismo DESCINEMADA. Para uma amante da Sétima Arte é o mesmo ficar orfã. Ahaah..
Mas deixo claro que não só gosto de ir ao cinema como também de ir AO FILME.
Quatro anos depois, para minha felicidade, como insulana, yes, comemorei! Já posso assistir a filmes esparramado num telão. Cortei a fita.
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Filme é no CINEMA! (Herzog)

"É na sala de cinema que a mãe de todas as batalhas acontece, não no DVD, no computador ou em qualquer outro lugar. Nada se compara a essa experiência. Faço meus filmes para o cinema. Para mim, será sempre assim."

A afirmação, publicada no Globo de hoje, é de Werner Herzog, diretor de 'Vício frenético', 'Fitzcarraldo' e 'Aguirre - A cólera dos deuses'.
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Ok, DEMOcracia... Você tem o direito de discordar...