terça-feira, 30 de novembro de 2010

Andy Warhol, quem diria, foi parar na Cinelândia!

"No futuro toda a gente será famosa durante quinze minutos."

“Dizem que o tempo muda as coisas, mas é você quem tem de mudá-las”
 *
"Um artista é alguém que produz coisas de que as pessoas não têm necessidade, mas que ele - por qualquer razão - pensa que seria uma boa ideia dá-las a elas."


Em um canto da Cinelândia, avista-se este imponente prédio
 Fotos: E.B.
 Theatro em manutenção
O que é isso, companheiro?

 Vocês não vão acreditar: esbarrei no artista Pop Andy Warhol na rua!

Passando pela Cinelândia dia desses, me deparei com essas estranhas caixas em formato de livro com a frase registrada aí nessa imagem. Não entendi o objetivo, talvez uma peça teatral, sei lá, uma pegadinha, ou uma pesquisa, a fim de se descobrir o índice de popularidade do entrevistado, tipo, se ele gosta de ser reconhecido, lembrado, falado, bem ou mal amado. Daí ele responderia um questionário com uma das seguintes perguntas:

- Você gosta que falem de você?

E a resposta seria afirmativa:

- Sim! Falem mal, mas falem de mim!

E na hora essa imagem me remeteu, estranhamente, ao polêmico artista pop Andy Warhol. Por que será? Nesses devaneios paralelos o entrevistado poderia responder simplesmente:

- Sim! Falem bem, mal, mas falem de mim, pois todos, um dia  terão seus quinze minutos de fama, como  este aqui, eu sendo entrevistado por você. É um momento único e exclusivamente meu!  

Não se pode negar que  é uma  frase que de vez em quando se ouve por aí, com certeza você já ouviu... então, CLICK! Registrei!

Devaneios à parte...
K.R.





sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Curiosidades Cinematográficas (6)

Umas das mais belas 'locações' de muitos filmes de um famoso diretor, tanto que nenhum outro se *atreveu a filmar nesse lugar para não dar margem à interpretação de plágio.

Pergunta: Quem é esse diretor de MUITO bom gosto? Um brinde para quem acertar.


P.S.:* Eu pelo menos desconheço.



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Miniconto (2)

Miniconto é uma produção literária muito pequena com pouquíssimas letras, cujo objetivo é sugerir e deixar o leitor entrar e “preencher” as elipses narrativas e entender a história por trás da história escrita.  A teoria literária ainda não o reconhece como um gênero literário.
O miniconto mais famoso é do escritor gualtemateco Augusto Monterroso, escrito com apenas trinta e sete letras:
Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.
O escritor norte-americano Ernest Hemingway é autor de um dos mais interessantes miniconto, escrito com apenas vinte e seis letras:
Vende-se: sapatos de bebê, sem uso.
No encontro Escritores Brasileiros realizado no CCBB, Marina Colasanti abordou o tema e comentou que também adotou, entre outros, esse “genero".

Enfim, Um Indivíduo De Idéias Abertas
A coceira no ouvido atormentava. Pegou o molho de chaves, enfiou a mais fininha na cavidade. Coçou de leve o pavilhão, depois afundou no orifício encerado. E rodou, virou a pontinha da chave em beatitude, à procura daquele ponto exato em que cessaria a coceira.
Até que, traque! Ouviu o leve estalo, a chave enfim no seu encaixe, percebeu que a cabeça lentamente se abria.
Taí, gostei! Vejamos como me saio arriscando um microconto:


TODAY

 Depois de mais um dia de trabalho árduo, pegarei o elevador e irei para casa.
K.R.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Escritores Brasileiros (4)

A gente se acostuma a ir ao ESCRITORES BRASILEIROS no CCBB - RJ...

Aconteceu na última terça, dia 16 de novembro, o encontro com Marina Colasanti e a atriz convidada Christine Fernandes para  ler alguns textos da escritora.

Gravei um trechinho para guardar de lembrança.

Foi ótimo!  Uma SENHORA aula de Literatura. Obrigada, Marina!

*


"A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração."

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sobre o ABISMO

Há tanto o que se falar... preciso achar o fio da meada... alguém deve começar...

Entre o SER e o ESTAR existe um abismo.

Certa vez o escritor Eduardo Portella, então ministro da Educação do presidente João Figueiredo, lançou a seguinte frase “Eu não sou ministro, eu estou ministro”, a qual caiu na boca do povo.


Não há nada gramaticalmente de errado com a frase.  O verbo ESTAR com predicativo expresso  por nome designativo  de atividade ou atribuição humana precedida ou não de  de ou com  significa ter atribuição transitória de... por exemplo:  “Eu estou arrumando a casa”.

Portanto, Eu não sou ministro; eu estou ministro - indica  ter atribuição transitória de ministro.

Lembrei-me de um fato ocorrido num culto em que o pastor perguntou:
- Quem quer SER feliz?
A maioria suspendeu a mão afirmando positivamente querer SER feliz.
E o pastor incrédulo continuou a pregação, entendendo como resposta da maioria ali de não SER  feliz, ou não pararam para pensar e analisar  a  pergunta. E o pastor:

- Só de se acordar e estar mais um dia vivo é motivo de felicidade; só de estar na Igreja ouvindo a palavra de Deus é motivo de felicidade.

Diz uma música que felicidade não existe, o que existe na vida são momentos felizes.

SER e ESTAR, são verbos de ligação irregulares que indicam ESTADO, e dentro de um contexto, às vezes eles (con)fundem-se. Pode-se brincar um pouco e tirar partido deles.

Fiquei pensando no momento cívico que o país recentemente atravessou escolhendo seus representantes políticos e o presidente que o governará por quatro anos, confessando desde já, e não é  e nunca foi segredo para ninguém, que o resultado nem de longe me agradou, e como forma de aliviar a tensão disse a frase: “Entre SER e o ESTAR existe um abismo”, porque de fato são  coisas completamente divergentes. Alguém ESTARÁ presidindo o país por um tempo DETERMINADO. E o que acontecerá a partir daí é uma incógnita, um ABISMO.

Exatamente como o pastor perguntou: Quem gostaria de ser feliz?

Talvez a interpretação da maioria fosse de SER 100% feliz o que inexiste. Poderia ter interpretado eu ESTOU feliz agora, mas quando adoeço, não SOU. Ou ESTOU feliz, não SOU. Ou SOU feliz mas hoje não ESTOU. Começou a complicar? Relaxe!
E o significado de ABISMO?

Do latim abyssus, por sua vez do grego ae byssos ou bythos, que significa fundo do mar. É empregado para indicar profundidade que se perde de vista, que é incomensurável. ...

Já sonhei algumas vezes que caía num abismo profundo. Deve ser os meus medos...

Os valores simbólicos do termo ABISMO são a depressão e profundidade emocional, o extremo relativo “Existe um abismo entre nós”.  Uma figura que se traduz em grandiosidade, algo sem fim, inatingível, difícil de entender, de se chegar, de atravessar e alcançar.

Bem, comecei...

Projeto engavetado

Todos fazem planos e têm projetos de vida. Tenho alguns. Sonhar, não custa nada! Um deles comecei a desenvolver no ano passado, a ideia está toda arquitetada. Porém há um obstáculo que me impede de continuar, um bloqueio, um empecilho,  e não consigo desenrolar e organizar o pensamento, então engavetei.

 Posso adiantar que é sobre a vida de um estrangeiro que  muito admiro;  comecei a pesquisa pela parte mais fácil, a coleta de dados, procurando todo tipo de informação possível; buscando pessoas de seu círculo de amizade, seus  vizinhos e parentes, lugares, fatos, fotos, o máximo de material que se referisse ao tema, o assunto em questão...  Não é difícil, nem impossível, talvez árduo por pertencer a outra fronteira.

Comecei a esboçar com todo carinho. Não diz o ditado que querer é poder?  Já tenho  alguma coisa rascunhada, só que não consigo sair da primeira lauda. Precisava de um orientador ou colaborador, alguém para trocar figurinhas, tanto que cheguei a convidar alguém, mas, infelizmente, não aceitou.

E continua engavetado  até eu decidir retomá-lo, só Deus sabe lá quando. Se aparecer alguém interessado para me dar dicas, com certeza será bem-vindo!

   

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A natureza pedindo socorro

Enquanto isso...
Na Ilha the LOST (4)
 Foto: E.B.
Encontrei isto no jardim da vida. Absurdo, não?

Sinto-me impotente diante de tanta agressão à natureza.

 Sem comentários. 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Curiosidades Cinematográficas (5)

Cartazes



Qualquer semelhança entre as imagens é mera coincidência.

Ah, mas a curiosidade é descobrir na segunda imagem quem é Jules e quem é  Jim. Uma entrada de cinema virtual para quem acertar essa.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Mulher sem Piano

A Mulher sem Piano – La Mujer sin Piano
Assisti ao filme A Mulher sem Piano no Festival do Rio deste ano do diretor espanhol Javier Rebollo produzido em 2009 e achei algumas passagens bem interessantes e instigantes, recheado de citações e originalidade que, para não passar em branco ou cair no esquecimento, resolvi registrar aqui.

A estranheza começa pelo título A Mulher sem Piano (?), penso que há duas possibilidades de entendimento:

1º - Pode ser uma expressão idiomática, daí somente o nativo dessa nação para explicar o seu significado; 2º - A outra possibilidade  seria interpretando a história da própria  protagonista A MULHER do título e a razão dela não possuir um instrumento musical desse porte: imenso e pesado, sendo necessário mais de uma pessoa para transportá-lo. O que pode representar essa figura de linguagem? O árduo trabalho de se Carregar um piano nas costas ou a outra expressão Matar um leão por dia, seria a luta pela sobrevivência nessa selva, refere-se a todo e qualquer sacrifício diário de todo mortal, a luta constante para resolver os problemas, a cruz de cada um,  o fardo, incessante da labuta e dos afazeres por mais simples que seja.

Conta a história de Rosa (Carmen Machi), casada, independente, dona de seu próprio negócio, um filho casado de uns trinta anos. A vida de Rosa digamos, é um mar de rosas pelo fato de ser uma eterna rotina: vive para a casa, o trabalho e para o marido. Só que a sua vida tornou-se reprise do filme de sua própria história enfadonho, roteiro enjoado que perdura por trinta anos. Pela sinopse, não chamaria a atenção nem do cinéfilo eclético, pois a princípio parece idiota. A rotina de uma dona-de-casa, a quem interessaria? Só que a sinopse às vezes engana. Este filme, garanto, tem altas doses de originalidade.

A primeira cena, apresentação das personagens, acontece dentro do carro de seu marido e quase não há diálogo, ou melhor, depois de trinta anos de casamento, já não existe comunicação verbal  muito menos contato físico. Eles despedem-se friamente e cada um segue o seu rumo.

A outra locação é a residência do casal, onde Rosa, mulher de meia idade, comum, realiza sua dupla jornada, seus afazeres domésticos, cuidar do marido, da casa, lavar, passar cozinhar, preparar o café, fazer faxina, atender às suas clientes que funciona em um recinto da sua própria residência, uma clínica de tratamento de beleza, jantar, assistir a um pouco de televisão e por fim dormir. A sua vida é uma eterna rotina. Com o marido não há mais diálogo. Às vezes, ela em sua intimidade pratica o tal ‘amor solitário’. Falam somente o básico. Agem como se fossem dois estranhos vivendo sob o mesmo teto.   A história tem duração não mais que um dia. Nada de novo acontece na vida dessa mulher sem piano que já não sorri para a vida, e nem se acha uma pessoa interessante. A mesmice é sua companheira inseparável.  

Após se despedir do marido, Rosa vai aos correios para retirar uma encomenda. Entrega à funcionária o aviso de retirada juntamente com seu documento de identidade, e a funcionária dos correios a faz assinar o papel de recebimento da mesma, e volta com um pacote prontamente para lhe entregar. Confere a assinatura com a da identidade e, depois de examiná-lo cuidadosamente, diz que é impossível lhe entregar o pacote porque o seu RG está já há três anos vencido. Rosa fica incrédula pelo que acaba de ouvir e retruca dizendo tratar-se da própria, para que conferisse novamente a foto com ela e de que já havia assinado a guia de recebimento. A funcionária séria e secamente lhe responde que não poderá lhe entregar e pega o pacote e leva-o de volta para guardar. Rosa fica pensativa e sem entender. Nada mais a fazer volta para casa desanimada sem a sua encomenda.

E aí, querido expectador? Você não gostaria de saber o conteúdo desse pacote, assim como eu? Fiquei curiosa, já que o mesmo não nos foi revelado. O que será que Rosa queria a todo custo retirar nesse dia? O que ela comprou?  Chegou a perguntar até que horas era o atendimento nesse estabelecimento.  Mas quem tem a imaginação fértil... Rosa volta para casa arrasada... cuida do almoço da faxina, vai ao seu consultório anexo ao lar, o telefone toca, vai atender, o interlocutor é um velho conhecido nosso, o vendedor  telemarketing, a chatice rotineira descartável. Rosa, sem piano, sem pena, sem plano sem pestanejar, desligou.  A Rosa definhava, morria a cada dia, cansada, apática, da eterna repetição, da rotina, nem as ligações ao marido era novidade. Resolve ligar infinitamente nesse dia, também ao filho.

Outra coisa instigante que acontece na locação é um quadro na parede, uma pintura pendurada sobre a cabeceira de seu aposento, que chama muito a atenção e instiga nossa imaginação por ser uma pintura incomum, sombria, escura, e principalmente para um quarto do casal, representando um caçador a cavalo, um lobo morto por ele e ainda há  três vivos, os rodeando, mas tem apenas duas flechas e mais alguns cães. O marido ao se levantar sempre olhava o quadro; já Rosa, como parecia não gostar, resolveu retirá-lo de cena, e o guardou em algum canto da casa.

A noite cai. O marido não janta. A mulher olha a comida que preparou com carinho e ninguém a tocou, indo tudo para o lixo.  Antes de irem dormir assistem juntos a um pouco de televisão que nada tem de interessante; ela faz um passeio pelos canais procurando algo, eles agem como dois estranhos, um mantendo a distância física e emocional do outro, o único som que se ouve é o que vem do aparelho. Até que ele resolve ir para a cama e ela fica um pouco mais. Rosa desliga  a tevê, vai ao banheiro, se arruma coloca uma peruca talvez na tentativa de se tornar naquele momento uma outra pessoa, pega uma mala e sem avisar o companheiro, parte. Qual seria o objetivo? Fugir daquela situação? Começar de novo? Durante bastante tempo ela vaga pelas ruas de Madrid. Vai para a rodoviária, dirige-se a um guichê a fim de comprar uma passagem, sem destino. Em vão. É informada pelo funcionário que acabou de fechar e que só reabrirá no dia seguinte às sete da matina. Desanimada, ela vai procurar um canto para descansar. Observa as pessoas ao redor. Faz algumas ligações, mas do outro lado da linha ninguém atende. Observa atentamente um rapaz que está sentado a sua frente e é também observada por ele. Um celular toca. É do rapaz, mas ela pensa que é seu porque tem o mesmo toque. Eles começam a conversar a partir daí, falando da mesma música dos seus respectivos aparelhos. Surge um affair ali. O rapaz, Rdek conta que é polonês fugitivo e que deseja retornar para a sua terra natal para pagar uma dívida e que está na Espanha a trabalho, e que já juntou dinheiro suficiente para isso; somente depois ela descobre que ele é procurado pela polícia polonesa, enfim, uma situação insólita vivida por ela e pelo da poltrona testemunhando essa condição inesperada vivida por ela. Ela mesma não sabia direito o que estava acontecendo. Sabia que deveria sair dali, tentar fazer alguma coisa, ir em busca de felicidade.

Ela dá uma saída para fumar porque dentro do saguão é proibido. Lá fora é confundida com prostituta, acaba fazendo amizade com uma e com outras pessoas. Volta ao saguão o ambiente bem movimentado, gente dormindo pelos cantos, e o guarda local despejando-os de lá.   A mulher sem piano percorre por diversos cantos de Madrid pela madrugada afora, vive diversas situações insólitas. Até que encontra o seu conhecido polonês Rdek, caído no meio da rua, ela o acode, e ambos saem para um restaurante e entram para comer. O novo casal vive um dia incrível de descobertas devido a momentos difíceis que ambos atravessam. Eles seguem a madrugada toda em fuga.  Até que resolvem pernoitar num hotel.

No salão do hotel tem um piano e Rosa ao passar por ele, dedilha alguma coisa. Aleluia! Por um instante daquele dia peculiar Rosa é A MULHER COM PIANO!

Lá na intimidade desse quarto de hotel, Rosa deita-se no divã e conta toda a sua vida para seu novo amigo polonês que ouve atentamente. Nesse instante ele ouve com dupla atenção a história do quadro que ela lhe conta, que o retirou de seu quarto e encostou no porão por não entender e não gostar dele. 

Rdek fica alguns minutos pensativo, e depois dá maravilhosamente a sua interpretação sobra a obra de arte, qual a sua mensagem e o que essa pintura representa. Para mim foi o ponto culminante do filme.  A explicação fantástica!  A mulher sem piano e o forasteiro retornam à rodoviária com a intenção de partirem para à Polônia. Ela se dirige a um guichê e compra duas passagens. Ao retornar ao encontro de Rdek, Rosa nota que dois policiais o abordam e o levam dali.

Desanimada, a mulher, não tem outra opção, senão voltar para o seu lar.

Ao chegar a casa já pela manhã, chega a ser cômico, o marido se levantando e ela indo para a cama.  A rotina novamente impera: mesa posta, marido saindo para trabalhar, casal sem diálogo, ela a volta com seus afazeres domésticos, até que olha para a parede vazia, sem o quadro, sai e volta com ele e o repõe no seu devido lugar de origem de onde nunca deveria ter saído.

Agora, com ou sem piano, Rosa sabe que pode dar um novo rumo à sua vida. O telefone toca, é o seu filho no outro lado da linha. E a vida segue... todos os dias como uma folha em branco que deve ser preenchida. Cada um é ator ou protagonista de sua própria história... com ou sem piano.

Parabéns aos roteiristas!

Karenina Rostov
*
Sinopse

Rosa é dona de casa e vive com o marido em Madrid. Prestes a entrar na menopausa, ela não tem amigos nem vida social, e seu maior prazer é ver um prato fumegante de comida ser servido com admirável pontualidade na hora das refeições. Tendo vivido toda sua vida em função da família, não está nada satisfeita consigo: não se acha bonita nem gosta de seu cabelo. Mas, num dia desses, decide escapar de sue mundo e viver apenas uma noite diferente. Concha de Prata de Melhor Diretor no Festival de San Sebastián 2009.

Ficha Técnica

Título: La Mujer sin Piano
Diretor: Javier Rebollo
Roteiristas: Lola Mayo, Javier Rebollo
Elenco: Carmen Machi, Jan Budar, Pep Ricart, Nadia Santiago
Ano de Produção: 2009
País: Espanha / França
Duração: 95 



GPS

Boa viagem!








quinta-feira, 11 de novembro de 2010

En el trabajo (6)

Alguém tem gelo seco?

Essa é a pergunta mais frequente por essas bandas. Mas afinal o que é gelo seco? Qual é a sua composição e para que serve?  Você com certeza estudou isso em Química e deve ter esquecido. Então está na hora da revisão porque eu também me esqueci e fui à pesquisa. :)
 
Qual é a composição do gelo seco?

O gelo seco é o dióxido de carbono (CO2, gás carbônico) puro, na forma sólida. O gás carbônico tem capacidade de passar do estado sólido direto para o gasoso, sem passar pelo líquido. Por isso, é sempre seco. O gelo seco é obtido comprimindo-se o CO2 gasoso a uma pressão de 5 atm e resfriando-o a -5 oC. A seguir, a pressão é rapidamente diminuída, causando uma queda na temperatura de até -80 oC.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Home

Foto: E.B.

Tirar os sapatos dentro de casa é da cultura alemã. E quando a ideia é interessante temos mais é que copiá-la. Ganhou uma uma adepta por essas bandas de cá. 

Aqui fique à vontade,  calçado, de chinelos ou descalço, você escolhe. Sou chata, mas nem tanto. Toquei nesse assunto só porque por acaso encontrei  quem pensa também assim em uma exposição que está acontecendo na Casa França-Brasil, RJ. Passe lá e deleite-se!  


 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mais uma do ENEM




Uso de relógio e lápis é proibido no ENEM 2010.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP proibiu neste exame praticamente tudo: lápis, borracha, apontador e até relógio! Mas o relógio não é necessário para se controlar o tempo gasto em cada questão?  Pode somente caneta esferográfica de tinta PRETA.  Deve estar dizendo: "Se vira nos trinta, meu!"

O cúmulo do absurdo! Qualquer dia o ENEM será chamado de Zorra Total. Coitado do candidato...

sábado, 6 de novembro de 2010

PRÉ-conceito...

OFF - Nos bastidores da polêmica

Manuel Bandeira era racista? Há algum tempo atrás tive sérios problemas em uma das minhas aulas de interpretação de texto quando escolhi o poema IRENE NO CÉU de Manuel Bandeira. Alguns alunos interpretaram, SEGUNDO O TEXTO, que Irene pela cor de sua pele não poderia ser uma pessoa boa, ela aqui seria exceção e que negros são pessoas ruins.

Até explicar aos alunos que alhos não são bugalhos, e que  tomada de porco não é focinho, deu trabalho...
 

Eis o poema de sete versos livres.

Irene no Céu
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
Manuel Bandeira

No poema o autor faz uma referência a Irene entrando no céu, o que simboliza que era uma pessoa de boa índole. Também demonstra que no céu, a cor de Irene não importa, o que importa é que Irene foi boa e que merece espaço no céu, pois no paraíso não há discriminação. 


E Monteiro Lobato era racista?

Foi manchete de diversos jornais esta semana por causa de um dos clássicos da literatura infantil de Monteiro Lobato, o Caçadas de Pedrinho, e seria banido das escolas públicas do país por conter algumas frases consideradas preconceituosas pelo Conselho Nacional de Educação (CEN). O ministro da Educação Fernando Haddad, teve que intervir.

Segundo um professor da Universidade de Brasília há preconceito racial contra a personagem Tia Anastácia, a empregada negra do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Um trecho diz que Tia Anastácia “tem carne preta”. Em outra “que trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro”.

Em resumo, nos dias atuais tudo é visto como questão de preconceito, e motivo para processos. E quando não é encontrando facilmente, fazem questão de revirar papéis antigos  e amarelados. A  literatura está recheada delas; vide o exemplo  no poema de Manuel Bandeira. Agora já são dois literatos, daqui a pouco será a vez de Machado de Assis, que, apesar de ser mulato, quase não há registro da palavra NEGRO em seus textos, porque o burburinho que se ouve em relação a esse fato é que ele renega a sua própria condição racial. O povo que tem tempo adora brincar com fogo. E como dizia meu avô, filósofo de botequim: "Quem mexe com fogo, faz xixi na cama".
K.R.


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Nunca te vi...

Era uma vez...

Uma mulher alegre, divertida e curiosa, com  ânsia  maior de viver e de aprender e tinha como lazer e entretenimento pesquisar e conversar sobre literatura e cinema nas rodas de leitura na net. Esta é a história de Annia, seu pseudônimo. Ela gostava de navegar pelo mundo virtual e entrar de vez em quando na   sala de bate-papo de Literatura ou de Cinema. Lá, acabou conhecendo alguém especial que adorava escrever e tornaram-se amigos virtuais. Talvez um pouco mais que amizade, um sentimento especial e inexplicável entre ambos e acabaram se correspondendo por longos sete anos. Trocaram muitos e-mails e presentes. A relação entre ambos não passou disso. 

Quando resolveram sair do virtual e marcar um encontro no mundo real, o destino pregou-lhes uma peça sem graça, tirando ele definitivamente de cena. Um acidente aéreo não estava nos planos do casal. E o que restou dessa história são boas e lembranças que a navegadora guardará pela eternidade porque não tem como se apagar da memória (talvez do hd formatado?).   

Mesmo não se conhecendo pessoalmente, tudo o que eles viveram foi muito válido; um fez um bem danado ao outro, falando coisas agradáveis e carinhosas. Um gostando do outro ao seu modo. Carinho nunca foi demais. Quem é que não gosta de se sentir amado, correspondido e de ser feliz?

Ficou como uma lição de vida, e ela aconselha aos amigos  a não desistir dos sonhos, não deixar o tempo passar em vão, fazer o que tem que ser feito com amor e carinho e que a vida é efêmera, o tempo passa muito rápido, por isso não é bom adiar os planos, os sonhos; é bom correr atrás deles enquanto há tempo. Portanto, não adie o seu tempo, corra até ele enquanto há tempo, pois talvez amanhã seja tarde, e não chegue.

Conhece alguém apenas no mundo virtual que faz o coração bater mais forte? Que tal marcar um encontro ao vivo e em cores? Diga a essa pessoa o que sente por ela, o quanto ela representa para você, esteja ela onde estiver, aqui ou no Chuí, livre ou não. Não deixe  esse sentimento morrer em vão...

Good luck!

Em problema sem aparente solução
Umas centenas existem e não vemos
Não se acha o que não se procura
Isola-se no advérbio de negação
Como querendo fugir da solução real
Espera inútil por um milagre virtual

Buscar soluções é muito complicado
E aquela varinha mágica de fada
Recurso nas histórias da infância
Não sabemos onde o tempo a escondeu
Aquele singelo objeto e sua magia
Lembra-se onde foi que a guardou?
J.R.
*
Já avisei a fada madrinha que preciso acordar desse sonho
O virtual, é o sonho triste porque
Sabemos que felicidade só existe no real, e
É complicado buscar soluções quando as

Razões do inconsciente não permitem por n motivos
Ou por acomodação ou por se ter consciência de que
Bem somos felizes e não sabemos, cada um no seu canto
E que o resto é o nosso passatempo agradável...
Receber ou enviar mensagens é divertido
Tão bom essa euforia passageira,
O vistual desliga-se por um botão; já o real não se pode desligar...
E.B.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Sonata de Kreutzer e Dom Casmurro

Curiosidades Literárias (3)

Duas histórias de traição - A Sonata de Kreutzer e Dom Casmurro

História de traição é assunto bastante abordado e explorado na literatura. No realismo brasileiro e no realismo russo acontecem em dois momentos semelhantes: no romance Dom Casmurro de Machado de Assis e em A Sonata de Kreutzer de Leon Tolstoi. Essas são as duas obras que considero as mais polêmicas de toda história da literatura mundial.
 Dom Casmurro foi publicado em 1899, conta o caso de Bentinho, casado com Capitu e a eterna dúvida sobre a existência do adultério de sua esposa com o seu melhor amigo Escobar, não havendo em nenhum momento algo que comprove isso ficando apenas no campo das suspeitas do marido ciumento. Escrito em primeira pessoa, apresenta apenas a interpretação dos fatos presenciados pelo narrador-personagem que é o próprio esposo  Bentinho. O casal teve um filho chamado Ezequiel, e à medida que o garoto crescia ia ganhando características físicas e os modos de agir do falecido amigo de Casmurro, sob sua ótica. A polêmica em torno desta obra e a eterna dúvida se Capitu realmente traiu ou não o seu marido perdura até os dias atuais,  e nem o leitor tem essa resposta.
A Sonata de Kreutzer de Tolstoi foi publicado em 1889, ou seja, dez anos antes da obra de Machado de Assis, também tratando do delicado tema adúltério, e Tolstói abre sua obra citando o capítulo bíblico 5:13 de Mateus “Eu porém, vos digo: todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu um adultério com ela  seu coração”.  Esta  novela consiste basicamente num monólogo do protagonista junto ao narrador, e o versículo não somente é citado como surpreendentemente estendido:  “ As palavras no evangelho no sentido de que todo aquele que atenta numa mulher para cobiçá-la, já cometeu adultério com ela, não se refere apenas às mulheres alheias, mas precisamente e sobretudo, a própria esposa”.

Tolstoi coloca aqui todas as situações de atrito de um casal, assim como muitos pensamentos que alguns classificariam como imorais. Retrata questões relativas ao papel do homem e da mulher numa sociedade em mudança, levantando questões universais sobre a moralidade das relações entre homens e as mulheres e os fatores que influenciam comportamentos de cada um desde os simples intintos gerados pela prória educação ou pelas convenções sociais em vigor.

A novela Sonata de Kreutzer é basicamente um diálogo dentro de um trem, entre um protagonista e o narrador, mas que poderia se encaixar muito bem como um monólogo, pois o narrador pouco interfere no discurso. Por diversas vezes o protagonista reforça a idéia de que a mulher deve manter-se incorruptível, "considerar a condição de virgem como a mais elevada", mesmo que isso culmine com a extinção da raça humana, fato considerado pelo narrador como inevitável, tanto pelos estudos religiosos quanto pelos científicos. É um relato amargo sobre como os relacionamentos entre homem e mulher vão desmoronando: brigas, traições e intolerância. "Mas, em nossos dias, o matrimônio não passa de um embuste". Descreve com desenvoltura o desgaste dos relacionamentos no decorrer do tempo: "Surgiam choques e expressões de ódio por causa do café, da toalha de mesa, assuntos que não podiam ter nenhuma importância, quer para um quer para o outro. Em mim, pelo menos, fervia frequentemente um ódio terrível a ela! Olhava às vezes como ela servia o chá, balançava a perna ou levava a colher à boca, como absorvia o líquido, fazendo ruído e odiava-a justamente por isto, como se fosse a pior das ações".

Chega a classificar todo homem como devasso e toda mulher como prostituta: "Assim como aquelas (as prostitutas) aplicam todos os seus recursos para atrair os homens, fazem estas também. Nenhuma diferença. Numa distinção rigorosa, deve-se apenas dizer que as prostituas a curto prazo são geralmente desprezadas, e as prostitutas a prazo longo, respeitadas".
Do mesmo modo que na célebre obra de Machadiana, o leitor de A Sonata a Kreutzer também ficará intrigado se a esposa de Pózdnichev o traiu o não. O marido ciumento, em certos trechos da narrativa, narra os fatos como se estivesse alucinado, isso de certo modo, se iguala as escalas do piano e violino da peça de Beethoven.

A Sonata de Kreutzer de Tolstoi toma o nome de “Sonata n° 9”  (Opus 47) para violino e piano de Beethoven, originalmente dedicada a George Bridgetwer, em 1798. Rodlphe Kreutzer encontra Beethoven, em Viena, sendo-lhe então dedicada aquela mesma Sonata, a qual ficou conhecida pelo nome de “Sonata de Kreutzer”, embora pareça que o afamado violinista nunca a tocou, é considerada a mais famosa peça escrita para estes dois instrumentos, onde violino e piano “lutam” corpo a corpo.

E Capitu, traiu ou não?

A possível infidelidade da esposa de Bentinho mexe com a cabeça dos leitores. Machado de Assis trabalha constantemente com a ambigüidade. Por mais que tentem provar que Capitu foi adúltera ou não, sendo impossível uma resposta definitiva para essa questão. José Bento, como narrador-personagem, elimina a possibilidade de Capitu se defender da acusação de ser uma adúltera, uma infiel. Uma parte da sua narrativa ele comenta que sua memória devido ao tempo que os fatos ocorreram é falha. Conclui-se que o discurso de Dom Casmurro é contraditório, já que ele alega essa deficiência e ao mesmo tempo diz ao leitor que está falando a verdade.

 Os olhos de Capitu: Bento, para convencer o leitor que de fato, foi vítima de traição, descreve e insiste, desde o início da narrativa, o olhar dissimulado e oblíquo de Capitu, que segundo José Dias assemelharam-se a de uma cigana. Ora, sabemos que os ciganos, no imaginário popular, são vistos como pessoas ardilosas, traiçoeiras. A todo momento   Bento repete isso para o leitor e narra fatos que a jovem, ao encontrar-se em situações embaraçosas, recorre à simulação.

- A mania de Ezequiel de imitar as pessoas é o argumento que Bento usa para provar que o menino não era o seu filho. Entretanto, os outros familiares não compartilham da mesma opinião, já que o menino imita todos e não somente Escobar.
Por isso admiro a genialidade de Leon Tolstoi e Machado de Assis. Duas obras fundamentais que não devem faltar em nossa biblioteca.

Machado de Assis deve ter se inspirado nesta obra de Tolstoi para escrever a sua mais polêmica obra.

Recomendo esses dois livros para todos que gostam de uma boa e instigante literatura.
Karenina Rostov