sábado, 27 de junho de 2009

Angel-A

Angel-A

“O que conta é o que está no interior, não o exterior.” Luc Besson

Dizem que o ser humano é diariamente acompanhado por três anjos: dois bons e um mau.
Depois de assistir ao filme Angel-A tente descobrir qual dois três é que se materializa para ajudar o personagem encrencado.

Angel-A é um roteiro surpreendente e instigante mostrando os dois lados de uma mesma moeda, ou cara e coroa, corpo e alma, dois em um, de Luc Besson que também é o responsável pela direção e produção. É a história de André, um rapaz de 28 anos totalmente endividado e por isso é perseguido por perigosíssimos gângsteres que lhes dá um prazo mínimo de algumas horas apenas para quitar a alta dívida, caso contrário, ele sofrerá terríveis conseqüências.

André se vê sem saída, e seu desespero é infinito. A solução que ele encontra é o suicídio. Quando está preste a pular de uma das mais altas pontes de Paris, ele se depara com uma linda mulher, alta, loira, aos prantos e muito triste, também com a mesma intenção de deixar de viver.

A presença dessa misteriosa moça atrai a atenção de André, que a todo custo tenta convencê-la que isso que ela pretende fazer é loucura que não vale a pena. Há um jogo de palavras interessante entre eles, dando a entender que ambos são a mesma pessoa.
Ela acaba pulando e ele, ironia do destino, acaba resgatando-a e a salva do afogamento.

André e essa misteriosa mulher descobrem que têm muito mais coisas em comum, além da tentativa de suicídio, e vão se conhecendo aos poucos. Ela passa a segui-lo, na tentativa de ajudá-lo a mudar sua vida. Decide retribuir a ajuda de seu salvador. Os dois passam a noite tentando resolver seus problemas, além de um mistério que os cerca. Ele lhe conta que deve dinheiro a Deus e ao mundo e que esse era o motivo do seu desespero. Bem, ele precisava de um anjo. E Angel-A caiu do céu no momento certo.
O céu mandou um anjo e o anjo estava com ele; e o anjo era ele. Um dia um anjo apareceu na vida dele e teve a gentileza de julgá-lo. E esse anjo o amou mesmo não sendo grande coisa.
“Nós podemos fazer escolhas justas. Eu te amo quero passar o resto da minha vida com você. Minha vida é você. Você me ensinou o essencial, a não mentir. O que eu faço. Meu Deus? Eu estou morta?”

O filme é todo em preto e branco, com momentos singelos, tocantes e divertidos.
André e Angel-A são a mesma pessoa. Um é a extensão do outro. Angel-A é o anjo protetor que veio para ajudá-lo. É como aquela história de a outra metade da laranja. Só que um é um ser carnal; o outro angelical; o encontro do corpo com a alma. A simbologia significante e significado; linguagem completamente metafórica.

Angel-A é um anjo pornográfico. A forma que encontrou para solucionar os problemas de seu protegido seria como prostituta. Isso vai contra todos nossos conceitos concebidos de anjo em nossas mentes. Todas as leis do paraíso. Um ser sublime. Sem pecado ou mácula. Em uma só noite conseguiu uma fortuna em “programas” que daria para pagar toda a dívida de André e ainda sobraria um bom troco.

Para quem gosta de romance angelical, este é uma boa pedida; nos faz lembrar vagamente do formidável Asas do Desejo de Wim Wenders.

O filme é uma lição de amor, com muitos ensinamentos, principalmente o de não desistir da vida. É uma história de descobertas, encontrar a si próprio, buscar saídas. Acreditar em si mesmo, alimentar as esperanças, achar soluções para os problemas por mais difíceis que possam parecer. A busca da auto-estima e da felicidade constante.

Angel–A falando com André:

“- Sou seu reflexo, sou sua imagem. Eu sou você!”
CREDITOS

Título Original: Angel-A
Gênero: Comédia Romântica
Tempo de Duração: 88 minutos
Ano de Lançamento (França): 2005
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Produção: Luc Besson
Música: Anja Garbarek
Fotografia: Thierry Arbogast
Desenho de Produção: Jacques Bufnoir
Figurino: Martine Rapin
Edição: Frédéric Thoraval
Efeitos Especiais: BUF

O filme surpreende do início ao fim. Ótimo é pouco.
Eunice

terça-feira, 23 de junho de 2009

GARAPA SEM PASTEL

GARAPA SEM PASTEL

“Comer é uma necessidade do estômago; beber é uma necessidade da alma.”
Victor Hugo

A linguagem de uma narrativa cinematográfica no formato documental é de extrema importância e valor já que é um constante aprendizado, acrescentando novas informações, somando experiências, matando curiosidades ou especulações de um determinado assunto de total ou parcial conhecimento, que se domina ou não.

Fazer um filme DOCUMENTÁRIO, a princípio, parecer ser algo fácil e simples, bastando uma idéia na cabeça e uma câmera na mão. Mas nada é o que parece ser. A dificuldade é tamanha, tal qual a uma superprodução recheada de efeitos especiais.

José Padilha, cineasta brasileiro, ganhador de muitos prêmios pelos seus filmes TROPA DE ELITE e ÔNIBUS 174, realizou recentemente um documentário intitulado GARAPA.

Garapa é uma bebida nacionalmente conhecida como caldo de cana. Garapa pode ser também qualquer bebida refrigerante mistura de água com açúcar.

O cinema DOCUMENTÁRIO é fascinante. O fascínio está na forma de abordagem, na temática e em todos os ingredientes inseridos. O fascínio daquilo que temos sede de aprender e apreender. E o aprendizado às vezes é doloroso; e a apreensão às vezes maltrata a alma.

Assistir ao documentário GARAPA, é preciso ter estômago de avestruz e sangue de barata. É um filme indigesto. Um filme VERDADEIRO. As verdades de nosso país muitas vezes varrido para debaixo do tapete. O problema existe, e finge-se não ouvir, ver e falar.

GARAPA mostra o drama de três famílias nordestinas miseráveis, e é considerado um dos mais contundentes retratos da fome no Brasil, tendo como único recurso alimentício a garapa (mistura de água com açúcar), e um auxílio de um pouco mais que R$ 50,00, repassado pelo programa bolsa-família ou Fome Zero. O filme é todo em preto e branco (o que torna o documentário menos chocante e violento), sem música, confetes ou serpentinas, tendo como protagonistas três mulheres batalhadoras e seus filhos como figurantes. A tristeza e o drama enfrentados diariamente por essas três famílias não param aí. São vários os fatores: o desemprego, a falta de saneamento, educação e lazer ou programa de controle familiar. Acostumados com a situação, vivem sem nenhuma expectativa.

A fome é um assunto mundial e parece não ter fim. É o pior tipo de violência. Não precisa citar a África, ela está aqui, ao nosso lado, o nosso vizinho, em nosso país.

É um documentário que veio para somar e sensibilizar a todos do grande problema que é essa forma de violência que considero a pior de todas: A FOME. Lembrando que há vários tipos de fome: fome de saber, de conhecimento, de amor, de solidariedade, de amizade, mas a de não ter um pão para se comer pela manhã, nunca comer uma fruta, nem água potável, passar por todo tipo de privação e humilhação, pedindo, esmolando é simplesmente o fim, a pior desgraça que o ser humano NÃO deveria enfrentar.

Para quem é sensível, se choca e passa mal com facilidade com o que fere e maltrata, com as mais diversas formas de violência, este filme não é aconselhável. NÃO ASSISTA em hipótese alguma. Que eu me lembre é o primeiro filme que a censura não é definida. A informação sobre ele diz CENSURA A DEFINIR. Talvez seja um tipo de aviso ao expectador como: CUIDADO, ou ATENÇÃO.

Vivendo e aprendendo e nunca mais ser o mesmo assistindo a documentários. Fará parte de sua história de vida, estará para sempre nas suas células, na mente ou no coração; de alguma forma te modificará. Repensar os valores da sociedade, a ética, seu espaço e liberdade, direito de ir e vir, as obrigações, os deveres, a impotência diante desse caos que não embevece, nem orgulha; entristece e envergonha.

E depois de assistir ao GARAPA o expectador nunca mais será o mesmo. E o assunto não se esgota aqui.
Eunice

quinta-feira, 11 de junho de 2009

MOMENTOS DE REFLEXÃO



MOMENTOS DE REFLEXÃO

01- Elogie três pessoas por dia.
02- Assista ao nascer do sol ao menos uma vez por ano.
03- Tenha um aperto de mão filme.
04- Olhe as pessoas nos olhos.
05- Cante no chuveiro.
06- Gaste menos do que ganha.
07- Saiba perdoar a si e aos outros.
08- Aprenda 03 piadas boas, mas inocentes.
09- Devolva tudo o que pegar emprestado.
10- Trate a todos como gostaria de ser tratado.
11- Faça novos amigos.
12- Saiba guardar segredos.
13- Não adie uma alegria.
14- Reconheça seus erros.
15- Sorria, não custa nada e não tem preço.
16- Ao orar, peça apenas coragem e sabedoria.
17- Dê as pessoas uma segunda chance.
18- Não tome nenhuma medida enquanto estiver zangado.
19- Dê o melhor de si em tudo o que executar.
20- Jamais prive uma pessoa da esperança; talvez ela só tenha isso.
21- Aprenda a arte de ouvir, porque não basta escutar.
Karenina Rostov