terça-feira, 23 de outubro de 2012

Festival do Rio 2012 e um dos filmes assistidos





Festival do Rio 2012 e um dos filmes assistidos.

Monty Python: A Autobiografia de um Mentiroso (in memoriam)

As chamadas para comemorar mais um Festival de Cinema do Rio 2012, soa bonito e charmoso: “Rio de Janeiro é a capital do cinema... Acorde o cinéfilo que há em você!”.

Uma invasão cinematográfica, pacífica, celebrando a parceria entre a Cidade Maravilhosa e Londres, iniciada com a passagem da tocha olímpica de lá para cá. A operação ganhou o nome de Foco Reino Unido e o palco das ações é o Festival do Rio 2012. Os homenageados são Alfred Hitchcock, James Bond...

Homenageando também Alberto Cavalcanti, o primeiro cineasta brasileiro a fazer carreira internacional. Bravo!

Na minha programação não poderia faltar Monty Python, claro! O filme Monty Python: A Autobiografia de um Mentiroso levou muitos de seus fãs à sala escura. Sessão esgotada. Enredo formidável!

A história alterna gravações feitas pelo falecido Graham Chapman, com trechos de filmes antigos do grupo, mesclando muitos símbolos e metáforas visuais com irreverência e bons momentos de risadas nos episódios destacados e bem escolhidos para compor sua “biografia” representando as memórias deste ícone do humor inglês.

Uma ótima ideia, por sinal, mas não feita para agradar a todos pelo tipo de humor em estado bruto, nonsense, que às vezes peca pelo excesso. Muito bem produzido, passando pela escolha do formato em esquetes, uma total identificação com o biografado, investindo em vários estilos de animação, do mais pueril ao mais rebuscado, mesclados por transições para dar continuidade aos episódios escolhidos da “Vida de Brian”. Algumas partes, concordo, poderiam ter sido suprimidas ou compactadas e, assim, atrairia novos olhares, outros admiradores, quem sabe...

Alguém no cinema argumentou que faltou algo. E lhe responderam num tom de brincadeira que o falecido não compareceria àquela sessão porque no momento estava muitíssimo ocupado. E surgiram outros comentários até de que poderiam reeditar certas passagens, enxugar e fazer novos arremates entre uma composição final e início de outra história. Mas para quê tanta perfeição, exigir tanto do grupo humorístico excêntrico por excelência? Um ajuste mínimo na edição entre o final de uma animação e o começo de outra? Poderia mutilar a obra, perderia sua essência.

Recheado de ótimos diálogos, piadas refinadas, requintadas e também insossas!?! E o obvio! Como assim? Só mesmo Monty Python, pra variar - faz paRte - desta vez e sempre. Inegavelmente uma grande produção, que apesar da composição tratar de trechos isolados, perdeu-se num determinado momento o fio da meada, perdendo, assim, a grande chance de ser um dos aclamados deste festival.

Com três diretores e envolvendo quinze diferentes estúdios que produziram dezessete estilos de animação para representar as memórias e mentiras de Graham, mas que, lamentavelmente, alguns fãs torceram o nariz comentando, ao término da sessão que Chapman não merecia essa “homenagem”. Perfeito! Seria estranho se agradasse a todos, não acha?

Uma das brincadeiras feitas por um dos diretores presentes no lançamento do longa foi o ponto alto da noite, muito válido e criativo ao apresentar para o público a sepultura do Graham com os seguintes dizeres numa placa: “Desculpem, não poderei estar à noite com vocês”. Final emocionante e ousado. Aplausos!

E os anfitriões encerraram citando Alberto Cavalcanti como cidadão inglês. Detalhe: este genial diretor é muito mais que isso: Ele é brasileiro e cineasta do mundo. Seria trágico se não fosse cômico. Fãs do diretor brasileiro não ficaram bravos. Bravo!
 Karenina Rostov

Nota 9,0.

*
Monty Python: A Autobiografia de um Mentiroso (A Liar’s Autobiography – The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman, Reino Unido, 2012). Dirigido por Bill Jones, Jeff Simpson, Ben Timlett. Com as vozes de Graham Chapman, John Cleese, Terry Jones, Terry Gilliam, Michael Palin, Carol Cleveland e Cameron Diaz.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Meu filme natalino favorito

Meu filme natalino favorito...
O Expresso Polar – de Robert Zemerckis

O Expresso Polar foi um dos filmes natalinos mais sublimes que já assisti (ultimamente, claro!) e, tão marcante...

Ele traz uma mensagem singela em forma de fábula e nos faz embarcar numa aventura fantástica, num expresso, num trem negro surgido no meio da noite, do nada, envolvido em brumas, para um passeio surreal, juntamente com outros passageiros escolhidos a dedo, sonhadores, realistas, descrentes, passionais... mas, enfim, um desejo maior e ardente que era o de querer fazer parte daquele mundo e descobrir o que havia de tão especial e de mágico que essa viagem proporcionaria, nos conduzindo uma vez ao ano, nos fazendo sonhar acordado a um mundo onde acredita-se ainda ser possível devanear, e continuar na eterna busca daquele presente tão desejado, aquela jóia preciosa que cada um sabe o seu valor.

O presente nem sempre precisa vir na maior caixa, no melhor embrulho; nem valer pelo quanto pesa; o valor maior é simbólico, ou o prazer que o mesmo irá proporcionar.

O PRESENTE é o AGORA, e ele é o maior presente. E Papai Noel existe. E esse filme realmente nos leva a uma viagem inesquecível.

Karenina Rostov