sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A Pátria revisitada...


MINHA PÁTRIA

Minha pátria não é a língua portuguesa.
Nenhuma língua é a pátria.
Minha pátria é a terra mole e peganhenta onde nasci
e o vento que sopra em Maceió.
São os caranguejos que correm na lama dos mangues
e o oceano cujas ondas continuam molhando os meus pés quando sonho.
Minha pátria são os morcegos suspensos no forro das igrejas carcomidas,
os loucos que dançam ao entardecer no hospício junto ao mar,
e o céu encurvado pelas constelações.
Minha pátria são os apitos dos navios
e o farol no alto da colina.
Minha pátria é a mão do mendigo na manhã radiosa.
São os estaleiros apodrecidos
e os cemitérios marinhos onde os meus ancestrais tuberculosos
e impaludados não param de tossir e tremer nas noites frias
e o cheiro de açúcar nos armazéns portuários
e as tainhas que se debatem nas redes dos pescadores
e as résteas de cebola enrodilhadas na treva
e a chuva que cai sobre os currais de peixe.
A língua de que me utilizo não é e nunca foi a minha pátria.
Nenhuma língua enganosa é a pátria.
Ela serve apenas para que eu celebre a minha grande e pobre pátria muda,
minha pátria disentérica e desdentada, sem gramática e sem dicionário,
minha pátria sem língua e sem palavras.
Ledo Ivo

*
MINHA PÁTRIA

Minha Pátria é a terra onde tudo é abençoado
É por isso que eu acordo sempre bem humorada
Agradeço sempre a Deus
Pela Pátria que me deu.

Mesmo com todos os seus problemas
Eu agradeço porque nela não há guerras
Temos problemas, mas quem não tem?
Mesmo assim estamos vivos e felizes.

Vivemos nessa terra maravilhosa chamada Brasil
Onde todos os lugares desse país são lindos
Como nossas praias, nossos rios
E até mesmo nossas cidades, e o nosso céu.

É nessa Pátria onde eu vivo
E ela que eu amo
E aqui sempre perseverar
País de meus muitos amores.
Eunice Bernal

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