domingo, 22 de maio de 2011

Discordância


"Nós pega o peixe." Eis a frase da discordância, matéria em todos os jornais e revistas desta semana. A boa expressão oral TAMBÉM é necessária.

Gosto muito de ler a matéria de Arthur Dapieve do Segundo Caderno do jornal O Globo. Achei bem oportuno o assunto abordado nesta sexta-feira, dia 20 de maio referindo-se a uma das frases "pérolas" constantes do livro distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático, do MEC, a 485 mil estudantes jovens e adultos. Livro que, ironicamente, recebeu o título "Por uma Vida Melhor", da coleção "Viver, Aprender".

Como alguém vai viver melhor, viver e aprender, falando "Nós pega o peixe" ou "Os menino pega o peixe"? Como bem disse a escritora Ana Maria Machado, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL): "Para evitar a noção de "errado", prefere-se, então esse paternalismo condescendente de não corrigir". Contrariamente a essa postura paternalista a referida autora ressalta que "A escola deve ajudar o cidadão a se tornar um poliglota em sua própria língua, capacitando-o a utilizar registros diversos de linguagem em circunstâncias diferentes." Atentando-se, porém, a um suposto "preconceito linguistico".

E Dapieve bem lembra que "herrar é umano", com ressalvas: "Porém, universitários prestes a se formar - bem como profissionais já formados, claro - cometem erros de português de vez em quando. Uma concordância aqui, uma crase lá. É normal, seja pela má formação de base, seja pela pressa do fechamento, mas não significa que possa ser aceitável. O jornalista deve ter tolerância zero com erros." O jornalista acrescenta dizendo que  o erro contamina o tecido gramaticalmente sadio que está em volta, levando o leitor à dúvida.

E o ministro Fernando Haddad quando consultado para dar seu parecer defende a pasta fazendo, claro, bom uso das concordâncias corretas: "Não somos o Ministério da Verdade. (...) Já pensou se tivéssemos que dizer o que é certo ou errado? Aí, sim, o ministro seria um tirano."
E o salário do professor, Óh!
Karenina Rostov

2 comentários:

Leise Paim disse...

Esta frase me fez lembrar de uma colega que com humor me dizia: A vida é bela, nós é qui cumplica ela!

E Bernal disse...

E isso me fez lembrar de uma frase que contumávamos repetir lá na escola:

"O serumanu é bonde más".
*
"É nóis traveis na fita, naum?!"