terça-feira, 20 de outubro de 2009

Folhetim


Eugênio Oniêguin é a obra central de Alexandre Puchkin. E Puchkin é o primeiro nome que me vem à memória ao pensar na cultura russa. Este romance revoluciona toda a tradição artística do gênero, que era enquadrado no esquema de enredos aventureiros, e o sentido da poesia que pairava “além da realidade cotidiana”, numa alienação do homem de sua natureza original.
Eugênio Oniêguin é o diálogo mais pleno do poeta com o leitor sobre suas experiências lírica, sociais e vivenciais. É o que nos diz ele na estrofe introdutória:

“Gostaria de apresentar-te uma prova mais digna de ti, mais digna de uma alma elevada, de um sonho sagrado que se tornou realidade, de uma poesia viva e cristalina, de pensamentos altos e de muita singeleza. E que seja assim: com mão zelosa recebe esta coletânea de capítulos de conteúdo multicolorido, ora divertidos, ora tristes, próprios de gente simples, repletos de puros ideais. São frutos espontâneos de meus lazeres, de minhas insônias, de minhas leves inspirações, são frutos de anos imaturos e anos superados, são frutos de observações frias do espírito e de conclusões amargas do coração.”

Puchkin escreveu Eugênio Oniêguin durante mais de sete anos.

Desde o início da criação do romance o poeta estava empolgado com suas idéias, como ele próprio revela em cartas aos amigos.

Numa das cartas ao seu amigo íntimo Delvig, por exemplo, Puchkin confessa: “Escrevo um poema novo em que me liberto totalmente”.

E os capítulos de Eugênio Oniêguin se publicam de um modo surpreendente e muito esperado pelo impaciente leitor.

Dá gosto de ler a poesia de Puchkin. Depois conto um pouco mais dessa formidável história.
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