sábado, 5 de abril de 2008

JUNO, a filha de Zeus.




Juno MacGuff (Ellen Page) é uma adolescente que engravida de maneira inesperada de seu colega de classe Bleeker (Michael Cera). Com a ajuda de sua melhor amiga, Leah (Olivia Thirlby), e o apoio de seus pais, Juno conhece um casal, Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), que está disposto a adotar seu filho, que ainda nem nasceu.

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Juno , a filha de Zeus. É assim que a adolescente se apresenta, não?

O filme bem que poderia se chamar: Obrigada, por não abortar! (fazendo alusão ao outro filme desse diretor)

Não estava animada para assistir a esse filme – JUNO – pois fazia uma idéia preconceituosa achando tratar-se de mais um daqueles filmes estilo sessão da tarde, para “aborrescentes” ver. Confesso que me enganei redondamente. O filme não é lá uma obra-prima cinematográfica, mas tem um valor humanístico imenso. Logo pela sinopse constata-se isso:

Uma garota de dezesseis anos é pega de surpresa com uma gravidez não planejada, e toma uma decisão incomum e ligeiramente bizarra de doar a criança.

Discordo do termo “bizarro” empregado para definir a decisão tomada pela protagonista.

No início da trama, mostra a garota fazendo uma longa caminhada bebendo um galão de suco, até chegar a um mercado a fim de comprar um kit de exame de gravidez o qual a mesma faz pela terceira vez. Certamente algo a preocupa. Certamente ela sabe o que fez e a sua preocupação tem fundamento.

É um filme que nas entrelinhas, há uma mensagem expressiva e tão importante para os tempos modernos.


Traçando um parâmetro entre o filme e os dias atuais, muitas lições de vida podemos tirar, e concluir que a arte imita a vida e vice-versa. Gravidez na adolescência. Ou melhor, gravidez em qualquer idade, principalmente se ela não foi planejada ou se ela for indesejada.


Houve um tempo em que o aborto, ainda considerado ilegal, era a melhor decisão ou solução a ser tomada para uma gravidez indesejável.


O genial desse filme é a idéia de se salvar uma vida. E pasmem! É uma menina de dezesseis anos que pensou nessa solução. Geralmente nessa fase da vida, o jovem não tem maturidade suficiente para tomar decisões como essa. Sem falsos moralismos, ela tomou a decisão certa e com o apoio da família, do namorado e dos amigos.

Sem falsos moralismos também quando se trata de doar um ser, uma vida nos questionamentos infindáveis do tipo: “e onde fica o amor materno?” “doar um filho?” , “doar um ser que você gerou?” Etc...

Ao se pensar em todos os problemas já existentes no mundo, fico feliz em saber que esse - o de se salvar uma vida - seriam dois de muitos problemas resolvidos. Não matar (o aborto é uma forma de assassinato), e salvar (salvar uma família que deseja ter um filho e não poder, salvar uma vida que não pediu para ser gerada, não pediu para nascer). Está ficando complicado, não?

É um filme para levar a sociedade a muitas reflexões em torno da situação levantada. É um filme que dá margem a muitos questionamentos: familiares, relação sexual sem proteção – dando margem a doenças sexualmente transmissíveis, adoção, aborto, separação etc.

Realmente é um filme digno de muitas premiações.

Eunice Bernal

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