quinta-feira, 12 de abril de 2012

A invenção do Cinema


*
Momentos de uma indústria de sonhos
1895
Louis Lumière pede o registro da patente do cinematógrafo (fevereiro). Primeira sessão pública de cinema, com platéia pagante, no Grand Café, no bulevar des Capucines, em Paris (dezembro)
1897
Georges Méliès constrói em Montreuil o primeiro estúdio dedicado à filmagem (março)

1897
Inauguração do Cinema Lumière,em Paris, a primeira sala do mundo(outubro)

1908
O coronel William N. Selig, produtor, funda Hollywood. Fantasmagoria,de Émile Cohl, é o primeiro desenho animado feito sobre película

1909
Adoção do formato 35 mm, de Thomas Edison (fevereiro)
1917
Primeiro longa-metragem em Technicolor: The Gulf Between

1921
Lançamento das câmeras Caméréclair, na França, e Mitchell, nos EUA

1923
Lançamento do formato 16 mm, pela empresa Eastman-Kodak
1927
O Cantor de Jazz, primeiro filme "sonoro, falado e cantado" chega às salas (outubro)
1932
Primeira transmissão de televisão na França
1937
Inauguração dos estúdios Cinecittà, em Roma (abril)

1941
Primeiro sistema sonoro em várioscanais, desenvolvido por Walt Disneypara o filme Fantasia
1947
Lançamento de câmeras mais leves: Caméflex na França e Arriflex na Alemanha

1953
Surgimento do formato Cinemascope,com o filme O manto sagrado, de Henry Koster (março)

1953
Lançamento do Nagra I, gravador portátil

1958
Surgimento das câmeras 16 mm com som sincronizado

1961
Abandono definitivo do suporte de nitrato em favor da película de celulóide

1973
Primeiros videocassetes, generalização do vídeo

1978
Primeiro filme em Dolby Stereo: Guerra nas Estrelas, de George Lucas

1981
Invenção do CD, pela Philips

1985
Surgimento do DAT (Digital Audio Tape), gravador digital portátil

1988
Desenvolvimento de sistemas de montagem em computador

1989
O segredo do abismo, filme de James Cameron, traz sete minutos de imagens criadas por computador

1999
George Lucas anuncia a rodagem de um novo episódio da trilogia Guerra nas Estrelas sem o uso de película

Um século de aperfeiçoamentos
A imagem - Em 1891, Edison lançava o cinetoscópio: imagens animadas eram pela primeira vez gravadas sobre uma película e vistas por meio de um par de lentes. Quatro anos mais tarde, os irmãos Lumière inventaram um aparelho capaz de gravar, projetar e copiar filmes. O sucesso do cinematógrafo foi fulminante.
A película - Com a generalização dos aparelhos dos Lumière, tornou-se necessária a uniformização dos tipos de película. Em 1909, o formato 35 mm - inventado por Edison -, com perfurações nos dois lados, foi adotado pelo conjunto dos profissionais. Ele ainda é o padrão atualmente. Mas o maior problema dos primeiros filmes estava no suporte, em nitrato, material facilmente inflamável. Durante a projeção, qualquer ruptura do filme era fatal. Provocava incêndio (como se pode ver em Cinema Paradiso, de Giuseppe Tornatore). O celulóide substituiu pouco a pouco os filmes de nitrato, proibidos definitivamente na França em 1961.

A cor - Em 1898, Louis Lumière inventou um sistema bem-sucedido para colorizar filmes composto por uma placa recortada, aplicada sobre a superfície do filme, na qual se passava um pincel embebido em tinta. Mas a primeira película colorida foi criada em 1915: é o processo Kodachrome. Em seguida, chegou a vez do Technicolor, em 1917, com The gulf between, o primeiro longa-metragem realizado com essa técnica. Inicialmente bicromático, o Technicolor se tornou tricromático em 1932. A técnica foi melhorada em 1941 com o AgfaColor e com o EastmanColor, em 1952.

O som - A corrida rumo ao cinema falado começou muito cedo. Em 1902, Léon Gaumont apresentou um "retrato que fala", usado antes do Vitaphone (no qual um disco de cera é sincronizado com o filme), que será empregado, em 1927, em O cantor de jazz, o primeiro filme realmente falado da história do cinema. Em 1928, com Aleluia, de King Vidor, o som foi, pela primeira vez, gravado diretamente sobre a película. O ano de 1931 viu nascer o primeiro gravador de banda magnética, o Magnetophon. Pouco a pouco esse suporte se generalizou. Uma nova etapa começou em 1951, com o Nagra I, o primeiro gravador portátil de alta-fidelidade. Sete anos depois, seu sucessor, o Nagra III, foi adotado por todos os engenheiros de som.

As câmeras - A generalização do uso da eletricidade, no começo da década de 20, obrigou os operadores a trabalhar com luz artificial nos estúdios. A chegada do som, alguns anos depois, não facilitou as coisas. As câmeras, muito barulhentas na época, eram colocadas dentro de caixas isoladas acusticamente, o que tornava quase impossível movimentar o aparelho. Em 1946, o desenvolvimento de câmeras de 16 mm, seguido do de máquinas de 35 mm mais leves e silenciosas (a Caméflex, produzida pela Éclair, a Arriflex) deu mais mobilidade aos operadores e aos atores. Na mesma época, a chegada das câmeras de 16 mm leves com som sincronizado permitiu o desenvolvimento do cinema com som direto, fundamental para movimentos como o da Nouvelle Vague.

A projeção - Em 1900, as projeções dos irmãos Lumière eram feitas numa tela gigante de 21metros por 16 metros. No mesmo ano, foi realizada a primeira projeção em 360º, na Exposição Universal. No começo dos anos 30 e nos anos 50, vários formatos grandes se desenvolveram. Em 1953, foi rodado O manto sagrado, de Henry Koster, o primeiro filme feito em Cinemascope, processo empregado em três quartos da produção americana, na década de 90. O som também seguiu a mesma tendência: em 1941, Walt Disney desenvolveu o primeiro sistema de difusão em vários canais, empregado em Fantasia, no qual o som vem dos quatro cantos da sala de projeção e não mais exclusivamente de trás da tela. Em 1977, Guerra nas estrelas foi o primeiro filme em Dolby Stereo, que combina um redutor de ruído de fundo e a espacialização do som.

O futuro - Apresenta-se sob o signo da revolução digital, tanto em relação ao som quanto à imagem. Em 1985, o DAT, gravador digital portátil, surgiu nos estúdios. No começo dos anos 90, várias técnicas (THX, DTS, Dolby Digital) difundiram o som digital em vários canais por meio de um CD sincronizado com o filme. Desde 1985, computadores substituem gradativamente as mesas de montagem tradicionais e servem para realizar efeitos especiais criando imagens virtuais. A capacidade dessas máquinas de criar imagens cada vez mais realistas permite supor que em breve substituiremos definitivamente a película por um disco rígido, como os que existem nos computadores.

Créditos: GUILLAUME BOUCHATEAU  

Nenhum comentário: