domingo, 13 de novembro de 2011

Isolados


Diz um ditado que o mundo é pequeno e cheio de coincidências. De fato, e sou testemunha de duas ótimas do mundo cinematográfico tão irresistível que não comentar aqui seria maldade.

Cultivo um carinho especial pelo ator Jim Caviezel, e admiro os trabalhos do diretor Terrence Malick, duas figuras da sétima arte que recentemente me surpreenderam. Malick está nas telonas com seu maravilhoso “Árvore da Vida”, e Caviezel foi manchete dos jornais nesta semana, numa crítica relevantemente maldosa sob o título “Da Paixão à ressurreição pela via da TV”, diz que “Crucificado como o Jesus ensanguentado de Mel Gibson em “A Paixão de Cristo” o ator James Caviezel encara estréia do seriado “Person of interest”, novo projeto da grife J.J. Abrams (“LOST”), que tem escolhido mal seus projetos, que sua carreia está sucateada, e o ator que assinava Jim Caviezel desde a sua estréia , nos anos 1990, desistiu até de seu apelido, passando agora a usar profissionalmente seu nome de batismo James Caviezel.

“– A grande responsabilidade de um artista em relação à televisão é que, a cada novo episódio de uma série, você consegue se relacionar não apenas com o seu público de cinema, mas com os milhões de espectadores que não frequentam as salas exibidoras” disse Caviezel.

O primeiro filme com o ator Jim Caviezel que eu assisti foi o de guerra “Além da Linha Vermelha” dirigido pelo ótimo Terrence Frederick Malick, (que bela coincidência novamente!) (do mais novo e badalado trabalho que falei acima, “Árvore da Vida”) – no qual Caviezel interpretava um soldado americano enviado para substituir um pelotão já muito cansado, e lá ele conheceu um terror que nem imaginava, tendo uma atuação impecável deixando uma ótima impressão, e foi a partir daí que passei a admirá-lo pelo seu talento e brilhantismo, super metódico e completamente à vontade, buscando através da expressividade bastante convincente do seu olhar encontrar o do espectador... Como acontece... Às vezes se olha e não se vê, ou se vê e não se enxerga. Quando assisti a “A Paixão de Cristo” dirigido por Mel Gibson com Jim Caviezel interpretando o Filho de Deus, a minha certeza do excelente ator definitivamente se confirmou. Naquele instante pensei comigo que esse ator poderia até se aposentar, que não precisaria de nenhum outro trabalho para provar o quão bom profissional ele é. Mas Caviezel é jovem tem muita história pela frente para interpretar e dar esse prazer aos seus fãs por longa data ainda, nos divertindo e nos fazendo ir ao filme por sua causa, não acha? A vida segue e... de repente me deparei com ele que, para mim, andava sumido, em DVD em uma prateleira de locadora trazendo o próprio como protagonista de um filme, digamos, não tão grandioso como o que o consagrou, mas que vale a pena conferir.


Isolados (Long Weekend) é o título contando a história de um jovem casal que decide acampar em uma praia paradisíaca – a terra que o mundo esqueceu - a fim de tentar salvar seu casamento e aproveitar um feriado prolongado e também para surfar. O cachorro que não deveria ir, acaba sendo descoberto escondido no bagageiro para a alegria de Peter e indignação de Karla.

Vão de carro e combinaram com um casal de amigos para se encontrarem lá. Acontece que acabam se perdendo, e param em um posto à beira de estrada e pedem informações, em vão, não conseguem ajuda, e mesmo assim encontram um ótimo lugar para acampar e percebem que não estão sós: uma família teve a mesma idéia.


Nota-se que desde o início há algo de estranho no ar; coisas incomuns começam a acontecer. O casal é do tipo que não está nem aí aos bons hábitos e atitudes; bons costumes junto à sociedade, principalmente nesses tempos em que se ouve muito falar na questão ambiental, em cuidar, preservar, plantar parece não fazer parte do vocabulário dele. Essa preocupação inexiste.

O que era para dar certo, acabar sendo uma tragédia anunciada. Já ouviu gente gorando que a natureza é vingativa? O que o homem faz de errado a ela recebe de volta? Mas essa bizarrice é pura fantasia desmitificando que nem sempre Vox populi, vox Dei, simplesmente porque a natureza não faz mais que seguir o seu curso... o rio correndo em direção ao mar, os pássaros procuram os céus, os animais a mata, e as sementes a terra. No decorrer dos dias, coisas misteriosas começam a acontecer com Peter e Karla.

Na estrada, Peter, da janela do seu carro, lança seu toco de cigarro que acaba provocando um incêndio na floresta; ao chegar ao paraíso perdido, sem motivo algum, sem necessidade, ele começa a derrubar uma árvore; Karla encontra um ovo de águia e o quebra propositalmente. E a partir daí coisas muito bizarras começam a perturbá-los e os aterrorizar.

A impressão que fica ao espectador é que a natureza entende que está sendo destratada e dá o troco. Há outro ditado que diz que aqui se faz aqui se paga...

O filme é basicamente a desconstrução psicológica de ambos. Como sair dali? Procuram pela válvula de escape em vão... e a natureza ou a mão de algum ambientalista tentando reverter a situação não deixando que destruam ainda mais o maravilhoso cenário que a bela fotografia nos brinda: mar, montanha, mata, animais, céu... parece que só o homem está sobrando ali e ele não é bem-vindo.
O filme não é nenhuma obra de arte, mas vale a pena conferir pela instigante história e como forma de conscientização na tentativa de ouvir o que a natureza tem para nos dizer levantando sua bandeira branca como forma de alerta aos de boa vontade e desavisados como que gritando sem agonizar para se defender “- E aí, esqueceu a educação em casa?” São alguns pequenos detalhes que deixamos escapar entre os dedos...

Para quem é fã de Jim Caviezel, vale conferir!
Karenina Rostov
 *
Sinopse
Um jovem casal decide acampar em uma praia isolada durante um feriado prolongado como uma última tentativa para tentar salvar seu casamento. Peter (James Caviezel) e Karla (Claudia Karvan) pensando apenas neles mesmos não se preocupam em preservar o local, fogueira, churrascos, serra elétrica e até uma espingarda fazem parte da diversão. Vale tudo nesse feriado. Agora, esse casal vai enfrentar a fúria da natureza e conhecer o seu lado mais sombrio.

ISOLADOS
Título original: Long Weekend
Duração: 88 minutos (1 hora e 28 minutos)
Gênero: Drama / Terror
Direção: Jamie Blanks
Ano: 2008
País de origem: AUSTRÁLIA

2 comentários:

LELLA disse...

Ainda não parei para ver essa nova série, “Person of interest”, muito embora a chamada que fizeram para ela, antes de começar, mostrava ser interessante. Todos num "BBB".

Quanto ao filme, se pintar, verei.

Sobre Mel Gibson... tentei uma vez pesquisar como surgiu a polêmica... eram tantos textos que parei. Dai, continuo-o vendo suas atuações. O ator. Da pessoa, eu não posso opinar.

Do Jim Caviezel... ainda sem fixar na memória um filme com ele. Não vi os dois que citastes.

Do Terrence Malick... idem.

Beijos,

E Bernal disse...

É nesse momento que sinto não ter tevê a cabo: gostaria de acompanhar essa série, ao menos um capítulo...

Quanto ao Mel Gibson, sou uma admiradora do artista; também não leio "CARAS".

Bjs.