A 19ª edição do Anima Mundi passou tranquilo, quase despercebido e pouco prestígiado para um período de férias, mesmo assim, como desculpa de sair de casa, me aventurei e fui a uma das sessões gratuitas que acontece no Centro Cultural dos Correios. Os filmes de animação são apresentados em bloco de aproximadamente oito a dez filmes, e dos nacionais que assisti, um me chamou a atenção pela simplicidade e singularidade. Não me lembro o título, nem de qual Estado do Brasil é, só sei que era de um grupo de alunos de uma escola pública e a história, certamente, baseada em fatos reais.
Uma menina uniformizada andando pela calçada de uma rua movimentada segurando seu material escolar e no meio há um livro de artes retratando o pintor Van Gogh. A estudante passa diante de uma loja de calçados, para e fica admirando um par de tênis super caro na vitrine, olha para seu dinheirinho nada mais que algumas moedinhas, pois é, não dá, pensa, e continua seu trajeto e para em frente a um museu onde o letreiro anuncia o valor da entrada dizendo que estudante paga R$ 1,00. A menininha está apreciando as obras do pintor holandês agora dentro do museu e fica encantada com tudo que vê.
De volta à rua chega ao sacolão onde seu pai trabalha, encosta seu material escolar num canto, coloca um avental e começa a ajudá-lo ali nessa atividade.
Fim de tarde. Eles fecham o comércio e vão para casa e lá jantam felizes em família.
Uma história singela e comovente. Os animadores merecem aplausos. E a educação e educadores de base também.
K.R.
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