Sob este título estão reunidas cinco histórias que se interligam pela presença de um personagem central, Pietchorin, herói à inspiração de Byron. Corajoso, inteligente, enérgico e galante, Pietchorin através de variados expedientes e peripécias, comove, irrita e diverte. A ninguém deixa indiferente. Como um vampiro de almas, Pietchorin alimenta-se do amor das moças e dos restos de dignidades de alguns homens e entendia-se com as demonstrações de afeto e amizade. Suas vítimas consideram-se salvas e felizes quando conseguem se livrar dele apenas com o coração partido, tal como Vera e a princesa Mary, já que as outras pagam tal encontro com a própria vida.
A prosa límpida, concisa e irônica de Liermontov mostra um coração amargurado e sugere quase à asfixia uma atmosfera sutil que prenuncia Tchecov.
Amigo e ídolo de Puchkin autor de Eugênio Onieguin, Liermontov herdou o dom da poesia, uma linguagem realista, um toque preciso e musical. A este parentesco de estilo junta-se um destino igualmente trágico: como Puchkin, Liermontov morreu pouco antes de completar 27 anos, em plena juventude, em um duelo.
"O Herói de Nosso Tempo, meus caros senhores, é exatamente retrato, mas não de uma pessoa: este retrato é formado pelas transgressões de toda a nossa geração, em pleno processo de desenvolvimento".
As cinco histórias deste romance são:
1a - Bela
2a - Maksim Maksímovitch
3a - Taman
4a - A Princesinha Mary
5a - O Fatalista
Apesar de ter um personagem central transitando entre as histórias, elas podem ser lidas separadamente sem prejuízo algum ao entendimento. O Fatalista era a única traduzida ao nosso idioma. Muito tempo depois o professor Paulo Bezerra de literatura russa (UERJ) traduziu a obra inteira.
"Habitam nele duas pessoas: uma que vive no pleno sentido da palavra, outra, que pensa e julga".
É um dos 1001 livros indicados para se ler antes de morrer. Com certeza! Excelente!
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