segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Bullying nas Escolas

Bullying é comportamento agressivo entre estudantes. Como educadora, cheguei a presenciar, em sala de aula, cenas de verdadeiro terror, bullying entre colegas de turmas ou entre turmas, desde agressões físicas e verbais, até quebra-quebra de materiais didáticos e vandalismos. Como forma de prevenção e para que  isso não voltasse a acontecer, ou como forma de amenizar, tive que pensar em uma estratégia  e pôr a idéia em prática, dando oportunidade a todos de se ter uma convivência pacífica, sadia e segura dentro de  um aprendizado prazeroso.  

Resolvi criar textos para personagens diferenciados para que fossem feitas leituras dramatizadas em classe, e no fim das contas totalizaram 22 tipos que de alguma forma sofrem preconceitos, entre as seguintes temáticas: o pobre, o favelado, o homossexual, o rico, o deficiente, o gordo, o oriental, o nordestino, o negro, o normal...

Essa história deu o que falar. Só sei que todos não queriam outra coisa, senão atuar e representar seus respectivos papéis e ir além dos muros da escola. Trago aqui, uma demonstração de um dos textos para a atividade lúdica, digamos assim.

A brincadeira acabou se transformando na peça teatral (DES)MASCARADOS ou Ser diferente é normal 
Ano de produção: 2006
Censura: LIVRE


22 atores fazendo leituras dramatizadas de personagens da vida real.
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Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, fatos ou situações da vida real, é mera coincidência.
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OBJETIVOS

Esta atividade pedagógica e cultural tem por objetivo mostrar alguns aspectos presentes na vida de todo cidadão, que muitas vezes pode ser mal interpretado ou gerar situação constrangedora, e que, pela Constituição estaria em desacordo com as leis, podendo gerar preconceito em vários sentidos, sabendo-se que preconceito, também pelo Estatuto é considerado crime. E toda criança e adolescente em idade escolar, pelo seu Estatuto (vide CAPÍTULO II, Art. 15 e Art. 18) tem direito ao respeito e à dignidade.
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Estatuto da Criança e do Adolescente

CAPÍTULO II – Do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade.

Art. 15 A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 18 É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
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ATO I – Início, Meio e Fim.
Os fins justificam os meios.

PRIMEIRO QUADRO

AÇÃO: Quando se abre o pano, entram em cena todos os 22 personagens, em trajes comuns, fazendo diversas coreografias e alguns números de danças; batem palmas, cumprimentam o público e se cumprimentam, sentam-se no chão de olhos fechados, com as mãos espalmadas para meditarem, para um momento de reflexão, fazem exercícios de alongamento, e por último cada personagem se levanta, pega a sua máscara e a sua capa que estão sobre o palco, e trocam-se diante do público e, mais uma vez fazem uma roda a fim de se misturarem e ficarem irreconhecíveis. Alguns minutos depois sentam-se novamente formando uma roda e um de cada vez se levanta para dizer quem é e para que veio.

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1° Personagem - 1. RICO

Ser rico é ser normal. Bem como vocês podem notar, eu sou rico, logo sou normal. Ganhei o meu dinheiro trabalhando honestamente, com o suor do meu próprio rosto; apesar de ter muita grana, nada de ficar passeando pra lá e pra cá com dinheiro em malas, em cuecas, nem guardá-las nas Ilhas Cayman, como fazem muitos políticos; meu dinheiro está todinho investido aqui mesmo neste país que eu amo de paixão, numa caderneta de poupança e outra parte na minha fábrica de preservativos (camisinhas) e na outra empresa do Viagra (aquela do comprimido azul).

Mas o que é ser rico? É somente ter uma gorda conta bancária, um carrão na garagem e uma casa com piscina?

Será que vale a pena ter muitos bens materiais e ser pobre de espírito?
Ser rico às vezes é correr risco de ser assaltado ou seqüestrado. Ser rico é padecer no paraíso.

O dinheiro realmente traz felicidade? Você conhece alguém rico, mas infeliz? Nascer rico ou tornar-se rico é a mesma coisa? Vamos abrir aqui um parêntese para falarmos um pouco sobre isso; vamos filosofar sobre esse assunto, que tal? A pessoa que já nasce nadando em dinheiro tem todas as oportunidades durante toda a sua vida, pensa e age como rico, gestos e atos de um rico, estudando nas melhores escolas, comendo do bom e do melhor, viajando, tendo as melhores roupas, de grifes e marcas famosas, conhecendo muitos lugares, morando bem etc, daquele que torna-se rico da noite pro dia jogando na megassena ou trabalhando. Neste último, não incorporou o sentido da riqueza propriamente dita, não está em seus poros, em seu DNA em sua mente, não pensa como rico nem age como tal.

Como deve ser a vida de alguém que nasceu rico e, de repente, por alguma razão, perde tudo e fica pobre?

Como deve ser a vida de alguém que nasce pobre, miserável, e, de repente, da noite pro dia fica rico?

O rico é feliz? O pobre é feliz? O que é a felicidade? De que é feito a matéria, o sentimento FELICIDADE??? Xiiiiiiii, parece que mudamos de assunto, não?

Se você pudesse escolher entre ser rico mas infeliz ou ser pobre mas feliz o que escolheria? Pense nisso.

Conselho: de quê adianta ter tantos bens na terra e um dia ser o defunto mais rico do cemitério?

E.B.

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Caso tenha boa aceitação, escolherei outros para postar aqui.

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