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Eis dois modelos de banquetes que muitos são convidados a participar, mas quase ninguém tem tempo: o da sabedoria e o do amor. Saboreie!
1º - O Banquete da Sabedoria está no livro de Provérbios do rei Salomão:
Provérbios 9
A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas;
já imolou as suas vítimas, misturou o seu vinho, e preparou a sua mesa.
Já enviou as suas criadas a clamar sobre as alturas da cidade, dizendo:
Quem é simples, volte-se para cá. Aos faltos de entendimento diz:
Vinde, comei do meu pão, e bebei do vinho que tenho misturado.
Deixai a insensatez, e vivei; e andai pelo caminho do entendimento.
O que repreende ao escarnecedor, traz afronta sobre si; e o que censura ao ímpio, recebe a sua mancha.
Não repreendas ao escarnecedor, para que não te odeie; repreende ao sábio, e amar-te-á.
Instrui ao sábio, e ele se fará mais, sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento.
O temor do Senhor é o princípio sabedoria; e o conhecimento do Santo é o entendimento.
Porque por mim se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão.
Se fores sábio, para ti mesmo o serás; e, se fores escarnecedor, tu só o suportarás.
A mulher tola é alvoroçadora; é insensata, e não conhece o pudor.
Senta-se à porta da sua casa ou numa cadeira, nas alturas da cidade,
chamando aos que passam e seguem direitos o seu caminho:
Quem é simples, volte-se para cá! E aos faltos de entendimento diz:
As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável.
Mas ele não sabe que ali estão os mortos; que os seus convidados estão nas profundezas do Seol.
2º - O Banquete de Amor está no no livro de Platão:
O Banquete de Platão constitui-se basicamente de uma série de discursos sobre a natureza e as qualidades do amor eros. Entre vários encontros entre amigos, para beber, comer, e jogar conversa fora, Platão sugeriu como troca de conhecimento discursarem sobre o amor. O ponto culminante do banquete passou a ser o discurso. E cada um nesse encontro passa a dar o seu parecer sobre o tema proposto, ou o AMOR.
Platão diz que o amor "é uma loucura que é dádiva divina, fonte das principais bênçãos concedidas ao homem."
E eis o parecer de cada convidado sobre este nobre sentimento:
1° Fedro: Eu afirmo que o amor é um deus e o mais antigo deles, o mais honrado e o mais poderoso para a aquisição da virtude e felicidade entre os homens, tanto em sua vida como após sua morte.
2° Pausânias: Sem amor não há Afrodite e se Afrodite são duas, dois são os amores: O amar e o amor. O amar e o amor não é todo belo e digno de ser louvado, mas apenas o que leva a amar belamente. Amar o corpo decentemente é belo, indecentemente é feio.
3° Erixímaco: A combinação de discordantes enquanto discordam, é impossível, e inversamente o que discorda e não combina é imposível harmonizar. Toda impiedade, com efeito, costuma advir, se ao amor moderado não se aquiesce, nem se lhe atribui honra e respeito em toda ação.
4° Aristófanes: Os homens ainda não se deram conta do poder do amor, senão a ele construiriam templos e altares. Para o futuro nos dá maiores esperanças.
5° Agatão: O amor é o mais jovem dos deuses, o mais belo e o melhor deles. O amor anda e reside no que há de mais brando entre os seres, violência não toca em amor, pois é delicado e não cede à força. O mais corajoso de todos os deuses. Ele é que produz estes versos:
Paz entre os homens, e no mar bonança,
repouso tranquilo de ventos e sono na dor
6° Diotima:( por Sócrates): O amor não é mortal nem imortal. É o desejo de se ter o que é bom e ser feliz para todo homem.
7° Sócrates: Todos os homens devem honrar o Amor e eu próprio prezo o que lhe concerne e cultivo, e agora sempre elogio o poder e a virilidade do Amor na medida em que sou capaz.
Sabedoria e Amor: indiscutivelmente dois senhores banquetes. Ao primeiro banquete apresentado por Salomão, apenas alguns são convidados; já ao segundo, apresentado por Platão, indiscutivelmente, todos podem participar.
Já que todos podem participar do Banquete de Platão, fica a pergunta:
E para você, o que o AMOR significa? Fique à vontade para pensar.
E para RE-pensar.
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