segunda-feira, 29 de março de 2010

Curiosidades, Simbolos, Novos Ventos

A menor orquídea do mundo

Tem apenas 2,1 milímetros de largura e pétalas transparentes.
 
O pesquisador norte-americano Lou Jost encontrou a planta por acidente, em meio às raízes de um vegetal maior que ele coletou na região de Cerro Candelaria, no leste dos Andes. 'Vi aquela plantinha, e concluí que ela era mais interessante do que a orquídea maior', conta.

'As pessoas pensam que tudo já foi descoberto, mas ainda há muito mais', conclui o pesquisador.
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Meu amigo e eu após leitura de Cruz e Sousa

Eu a procuro nas celestes regiões distantes,
Um escuro e fundo melancólico da esfera,
Nos caminhos da eterna primavera
Invocação do amor, eis as estrelas palpitantes.
Como e porque esses mistérios andarão errantes,
E porque essas almas em busca de quimera,

Bem longe, as estrelas nessa paz austera
Estão soluçando nos altos céus radiantes.
Rara jóia nessas finas flores de pérolas e prata,
Nessas estrelas serenas se desata as ilusões insanas.
Ah! quem sabe, pelos tempos esquecidos,
Levem até nós os ais perdidos das primitivas legiões humanas?!
Cruz e Sousa e ZZNada

As estrelas

Jóia rara eu também procuro
Os ais perdem-se nas primitivas ilusões
Serenas invocações de amor palpitante
Errantes e misteriosos são os caminhos da quimera...

Radiantes estrelas soluçam nos altos céus
Ouro e prata caem de uma funda e melancólica esfera
Bem longe, finas flores nos caminhos da
Eterna primavera transmitindo uma paz austera
Rara busca insana, mas serena
Tempos esquecidos aonde nos levarão?
Os mistérios, quem sabe, essas almas desvendarão....
Cruz e Sousa e Karenina

sábado, 27 de março de 2010

Hamelin - A vida segue o seu curso

Para sair do marasmo ou da mesmice, tentando colocar a vida nos eixos novamente, mergulhar no mundo da dramaturgia e dialogar com coisas prazerosas que tem aos montes, sem precisar procurar muito.

O texto Hamelin é do premiado autor espanhol Juan Mayorga, no palco nada de cenário ou iluminação; e o público dialogando mentalmente com seis atores.  O tema é atual: pedofilia. Um juiz que tenta provar que um renomado cidadão está abusando sexualmnte de uma criança. O texto é dividido em Atos, e entre um diálogo e outro a presença de um Comentador / Narrador.  Gostei desse modelo.

"Hamelin convida cada um para uma reflexão, sobre a formação e a deformação da linguagem. Revela como é difícl encontrar a verdade quando a única prova que se tem são as palavras de um menino."

Com Vladimir Brichta, Alexandre Dantas, André Mello, Claudia Ventura, Oscar Saraiva, Patrícia Simões.

Vale conferir.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Propaganda Política Internacional

"Dizem que isso não foi uma resposta, foi um show... Leiam!"





SHOW DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRO NOS ESTADOS UNIDOS

Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.

Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de
um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!
Cristovam Buarque

* Esta matéria não foi publicada por razões obvias.
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Versus

O babado atual:  Que tal a NACIONALIZAÇÃO dos royalties do petróleo na camada do pré-sal  ? O Brasil sai ganhando.

1 voto.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Divagações sobre as divagações de um ator

Divagações sobre as divagações de um ator

Abaixo a mesmice! Às vezes é bom variar. Mudar de banca de jornal, de padaria, de mercado, posição de dormir, o corte de cabelo, mudar de casa, de entretenimento e tudo o mais. Enfim mudanças!

Cinema e teatro são linguagens diferentes. Lembrei-me de duas peças que assisti recentemente nesses tempos de mudança. A primeira foi Um Navio no Espaço com o ator que admiro muito Paulo José e suas reminiscências.
 Paulo José divagou entre outras coisas, sobre a formidável lata de fermento em pó Royal. Ele dizia mais ou menos o seguinte:

“Eu me lembro que, quando eu era pequeno, o fermento em pó Royal tinha como rótulo uma lata de fermento em pó Royal, dentro de outra lata de fermento em pó Royal e essa outra lata de fermento em pó Royal, e assim sucessivamente até o infinitamente pequeno. E se pegar um microscópio, lá estaria outra mínima lata de pó Royal.”

E o ator acabou comparando a função conativa da linguagem com o universo, a galáxia, os planetas, a infinitude até chegar a Deus. Um estando contido no outro. Todas as coisas estão interligadas.

Tive vontade de ao sair do teatro, passar no mercado e comprar uma lata de fermento em pó Royal. Ahahaahaha... E lembrei-me que isso apesar de ser teatro é Royal, digo, é REAL. As minhas lembranças aguçaram-se; nesse dia fizeram festa. Eis duas delas que brincaram de roda, tudo graças a essa bendita peça:

O padeiro quando faz pão, usa sempre um pedaço de massa do dia anterior na massa nova, e no dia seguinte juntará um pedaço da de ontem na do de hoje, e assim será infinitamente.

Temos em nosso DNA partículas elementares de nossos pais que por sua vez têm nos nossos avôs e eles têm a dos nossos bisavós até chegar a Adão e Eva. Ahaha... Então todo mundo é um pedaço de todo mundo. Todos interligados. E a teoria darwiniana, idem, ibidem... Esqueça os conflitos de qualquer gênero aqui.

Ah, Um Navio... faz qualquer um viajar. Uma lembrança remete à outra e a outra, e a outra...nem sempre boas, nem tudo más... Às vezes, lembramos de coisas insignificantes e esquecemos de importantes. Porque ambas são marcantes. A memória não faz distinção entre elas. Simplesmente as guardam, quando se precisa, procura-se e se acha. Ou algo ou alguém nos faz lembrar.

Se ainda estiver em cartaz, assista. Vale o investimento. Vale a pena lembrar.

A outra peça que gostaria de comentar é Sopros de Vida com Nathalia Timberg e Rosamaria Murtinho. Essa também fala em reminiscências de duas mulheres interligadas pela razão de dividirem o amor de um mesmo homem. Uma é a esposa e a outra a amante, numa relação que durou 25 anos, fazendo brotar um mundo de sentimentos nunca expressos de recordações, dúvidas e decisões, fundamental para a vida dos personagens.

Fica a sugestão. Está no CCBB. Inteira R$ 10,00. Gostei tanto que... surgindo um convite...
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Endereço: CCBB – r. Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro - (21) 3808-2020
Horário: quarta a domingo, às 19h
Até 28 de março
Preço: R$ 10

quinta-feira, 11 de março de 2010

O Banheiro do Papa – A vida imita a arte que imita a vida

O Banheiro do Papa – A vida imita a arte que imita a vida

O Banheiro do Papa (El Baño del Papa) é um filme baseado em fatos reais. Um drama que narra a vida e a luta diária de um povo sofrido e seus subempregos, vivendo de fazer bicos e transporte ilegal de muambas (pleonasmo proposital) na fronteira entre Brasil e Uruguai; fato centrado em uma família miserável da cidade de Melo, no Uruguai no ano de 1988, época do Papa João Paulo II e sua Odisséia pelo mundo.
O que mais me chamou a atenção nesse roteiro foi a criatividade, algumas ótimas sacadas, e a fotografia belíssima. São pequenas histórias assim banais que me cativam sendo transformadas em obra de arte. A viagem do maior representante da igreja católica pelo mundo tornou-se assunto corriqueiro depois de um determinado tempo; a imprensa no início fazia aquele alarde, cobertura ampla, geral e irrestrita, o foco estava centrado no Vaticano e na próxima parada de Vossa Santidade Karol Wojtyla.
Melo, que faz fronteira com o Brasil, começou a se preparar para esse santo dia. Os meios de comunicação anunciando constantemente a passagem do Papa por lá, contabilizando 50 mil pessoas participando do evento, deixou o povo pra lá de eufórico. A vinda dele é esperada pela população como uma forma de ganhar dinheiro extra. Muitos deles investiram suas economias comprando comida para alimentar a população nesse dia, bandeirinhas, souvenires e outras bugigangas; outros com a mesma idéia, mas sem recursos próprios, recorram a empréstimos a bancos.

Somente uma família teve uma idéia genial: A do Beto e sua esposa Carmen mais a sua filha Silvia. Pensaram em construir um banheiro, para uso exclusivo dos visitantes que por lá passariam, a fim de atender suas necessidades fisiológicas e cobrariam um valor simbólico de $$ 1,00, com direito a papel higiênico e tudo o mais.
Começaram a construir o banheiro no quintal da casa com tudo o que tem direito: porta, paredes de alvenaria, pia e faltava o detalhe principal o vaso sanitário. Carmen, a esposa que não era boba nem nada, tinha lá escondido no colchão suas economias que guardava para a educação de Silvia, sua filha que sonhava ser radialista. A propósito, a chegada do Papa por aquelas paragens seria o momento ideal para a garota mostrar seu talento, que por sinal vivia ensaiando. Já no dia D, da chegada do ilustre visitante é que Beto foi à cidade comprar o trono, porém, com todo o alvoroço, o formigueiro humano que se formava  naquele dia, fez com que ele se atrasasse e não conseguisse voltar para casa com o tão sonhado objeto do desejo nas costas. Num determinado momento, a família estava antenada com um canal de televisão que noticiava o povo se dirigindo ao local da chegada do divino evento, no centro da cidade e, de repente, vê no meio da multidão Beto carregando a privada e deduz que não chegaria a tempo de terminar o banheiro.
Muito trabalho por nada. Os moradores queriam tanto ganhar uns trocados, mas todo esforço de tempo e dinheiro investidos, tantos sacrifícios foram parar na lixeira. E ninguém naquele bendito dia queria fazer xixi.

Aprende-se muito com histórias desse gênero. Sempre tiramos alguma lição de vida. No carnaval 2010 do Rio de Janeiro, por exemplo, jovens moradores vizinhos do Sambódromo, aproveitaram o momento festivo para ganhar dinheiro. Como os banheiros químicos espalhados pela cidade nesse período não estavam dando vazão, duas adolescentes tiveram a idéia de alugar o de suas casas cobrando R$ 1,00 daqueles que precisavam se aliviar. Se deram bem. Chegaram a ganhar R$ 400,00 num dia de carnaval. Isso foi notícia em vários meios de comunicação, e a associaram a outro fato negativo que esse período proporciona, o de fazer as necessidades em lugares públicos. O Brasil está no ranking do ato obsceno com maior representação entre os porcalhões, que fazem xixi na rua. A repressão para os mijões presos no carnaval resultou em prisão e multa. Haja cadeia. E adianta?
Esse povo pagante é, lamentavelmente, a porcentagem mínima dos educados da nação "não faz mais que a obrigação", já que muitos preferem deixar seus dejetos nas praças, postes, árvores ou ao lado mesmo do banheiro perdendo o seu propósito. Sem falar nos lixos que são largados em qualquer canto, em qualquer lugar.

Será que uma campanha educativa na mídia, ajudaria? Abraço a genialidade do roteiro pelas boas intenções. Por outra ótica, pode ser interpretada como uma crítica aos atos de um povo, questão de ética e cidadania, por mais simples que ela seja. Fazer xixi no lugar certo, por exemplo. A educação que deveria vir de berço não existe há tempos. Sobra mais um desafio para os bancos escolares. Clap! Clap! Clap!
K Rostov
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O Banheiro do Papa ganhou alguns prêmios e indicações:

Festival de Gramado

• Vencedor nas categorias:

Melhor Filme — júri popular e Prêmio da Crítica
Melhor ator (César Troncoso, Kikito de Ouro)
Melhor atriz (Virginia Méndez, Kikito de Ouro)
Melhor roteiro (Kikito de Ouro)
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
• Vencedor: Melhor filme (júri internacional)

Festival de Cinema Latino-Americano de Huelva

• Vencedor: Melhor roteiro

• O filme conquistou o prêmio Horizontes no festival de San Sebastián de 2007.
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• título original: El Baño del Papa
• gênero: Drama
• duração: 01 hs 37 min
• ano de lançamento: 2007
• estúdio: O2 Filmes / Laroux Cine / Chaya Films
• distribuidora: César Charlone e Enrique Fernández
• direção: Enrique Fernández, César Charlone
• roteiro: César Charlone e Enrique Fernández
• produção: Elena Roux
• música: Luciano Supervielle e Gabriel Casacuberta
• fotografia: César Charlone
• direção de arte: Ines Olmedo
• figurino: Alejandra Rosasco
• edição: Gustavo Giani
• efeitos especiais:

Sinopse:

1998, cidade de Melo, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. O local está agitado, devido à visita em breve do Papa. Milhares de pessoas virão à cidade, o que anima a população local, que vê o evento como uma oportunidade para vender comida, bebida, medalhas comemorativas e os mais diversos badulaques. Beto (César Trancoso), um contrabandista, decide criar o Banheiro do Papa, onde as pessoas poderão fazer suas necessidades durante o evento. Mas para torná-lo realidade ele terá que realizar longas e arriscadas viagens até a fronteira, além de enfrentar sua esposa Carmen (Virginia Mendez) e o descontentamente de Silvia (Virginia Ruiz), sua filha, que sonha em ser repórter.

terça-feira, 9 de março de 2010

Solano Trindade

Concurso de Redação 2009  "100 Anos de Solano Trindade"

O CEAP - Centro de Articulação de Populações Marginalizadas realiza há três anos, com o patrocínio da Petrobras, o Concurso de Redação Camélia da Liberdade 2009, sob o tema "100 anos de Solano Trindade, o poeta do povo" destinado aos alunos das escolas de Ensino Médio das redes pública e particular e, também, aos alunos dos cursos de pré-vestibulares, dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Hoje, por acaso, estive na Unidade Escolar e fiquei sabendo que rendeu louros ao CIEP 432.   Um dos cinco alunos que inscrevi está entre os vencedores. Por enquanto não posso divulgar o seu nome. O magistério continua me dando alegria.
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Tem Gente com Fome

Solano Trindade

Trem sujo da Leopoldina
Correndo, correndo, parece dizer
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome

Tem gente com fome
Estação de Caxias
De novo a correr
De novo a dizer

Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome, tem gente com fome
Tem gente com fome
Tantas caras tristes
Querendo chegar em algum destino
Em algum lugar
Sai das estações
Quando vai parando começa a dizer
Se tem gente com fome, dá de comer
Se tem gente com fome, dá de comer
Se tem gente com fome, dá de comer
Se tem gente com fome, dá de comer
Mas o trem irá todo autoritário
Manda o trem parar
- Shhhhiiiii!


Leia mais aqui sobre o poeta:

http://www.socialismo.org.br/portal/arte-cultura/78-noticia/523-cem-anos-de-solano-trindade

domingo, 7 de março de 2010

Ser ou não ser CINÉFILO?


Presentear é uma arte. Arte no sentido de fazer a escolha certa, aquela que vai realmente agradar ao presenteado. De aniversário ganhei uma camiseta e na manga está escrito “Louco por Cinema”. Quem me presenteou é um artista. Gostei tanto que usei no mesmo dia. Exagerou. Não sou tão louca assim por cinema.

Talvez amante da sétima arte que é sinônimo de cinéfilo. E como não há sinônimos perfeitos, fica a dúvida. Entre Cinéfilo e Amante da Sétima Arte existe um abismo.

Considero uma das palavras mais elegantes da língua portuguesa. Cinéfilo é composto por duas partes: cine e filo. Esta última quer dizer amigo, amante. Cinéfilo é, pois, Amante do Cinema.

O filo- de cinéfilo é o mesmo filo que aparece em bibliófilo e filósofo. O primeiro morre de paixão pelos livros. O segundo, pela sabedoria. Imagino o cinéfilo um exímio conhecedor deste universo artístico.

E basta gostar de um filme, uma trilha sonora, uma frase, um ator, diretor, roteiro etc, para que a pessoa rotule-se Cinéfilo, e a questão é que surgem cobranças de se mostrar um profundo conhecedor e dominar e saber tudo e qualquer assunto dessa arte, de modo a andar preocupado em ser cinéfilo, ao invés de apenas ver e gostar de filmes.

São tantas considerações em torno do significado dessa palavra, muito aquém, que quando se assume um cinéfilo de carteirinha cria-se uma expectativa diante das pessoas que passam a exigir que se saiba tudo de um determinado diretor, por exemplo, ou tudo sobre o Oscar, ou ficam desconfiados quando se diz nunca ter assistido a um filme asiático, ou nunca ter ouvido falar em Kublick, algo assim...

Talvez fosse melhor declinar todos os tipos de cinéfilos e dizer em qual delas cada um se encaixaria, como na escolha de gênero, qual a sua preferência, se tentaria chegar a um denominador comum.

1º Cinéfilo eclético;
2º Cinéfilo nerd;
3º Cinéfilo pipocão;
4º Cinéfilo clássico;
5º Cinéfilo, mas só de filme Europeu;
6º Cinéfilo, só de lançamento;
7º Cinéfilo cult – não assiste a qualquer coisa;
8º Cinéfilo de todos os gêneros;
9º Cinéfilo de suspense e terror;
10º Cinéfilo rato – De festivais ao Anima Mundi.
11º ...

It´s a joke!

Cinéfilo: A palavra tem um significado especial, alguém que gosta muito de assistir a filmes, que eternamente ama cinema e atualmente é um simples rótulo e banalizou-se o termo. Não se pode negar que é um entretenimento formidável, faz parte da minha, da sua vida. É essencial, não posso viver sem. E sem rótulo, por favor!

Aos Cinéfilos de plantão, hoje é um dia especial, dia de Festa. OSCARito 2010. Então prepare-se, alegre o seu coração  e divirta-se! Em Ultraje a Rigor