segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A casa dos espelhos

Nas aulas de gramática ou de interpretação de texto, sempre procuro trabalhar com mensagem instigante, que explore determinado assunto que desconhecemos, ou que às vezes não dominamos completamente e que aguce a curiosidade do aluno. Um dos textos aprovados pela turma foi este  que ilustro aqui sobre a história do Espelho que retirei de uma revista: 

Quebrar espelhos dá sete anos de azar?

Essa superstição começou com um estranho hábito dos gregos, que por volta do século VI a.C. iniciaram um método de adivinhação chamado catoptromancia.

Tudo começou com um estranho hábito dos gregos, que por volta do século VI a.c. iniciaram um método de adivinhação chamado catoptromancia (de catoptro, espelho e mancia, adivinhação). Consistia em usar um copo raso ou uma tigela de louça com água onde a imagem da pessoa era refletida na superfície, como num espelho, e lida por um vidente. Se um desses recipientes caísse e quebrasse enquanto alguém se olhava, significava que ou a pessoa ia morrer ou os dias vindouros seriam catastróficos. Os romanos adotaram o costume e a superstição grega, acrescentando que o infortúnio se estenderia por sete anos, tempo que acreditavam durar seu ciclo de saúde. A regra valia sempre que a pessoa buscasse sua imagem refletida. Quando, em Veneza, surgiram os primeiros espelhos quebráveis de vidro, em 1300, a superstição passou a ter aplicação econômica. Como os espelhos custavam caro, os serviçais que os limpavam eram advertidos que quebrá-los realmente traria muito azar. A crença perdura até hoje.

Superinteressante, São Paulo, Abril, jan. 1993.

Essa aula rendeu... parece que agradou. Surgiram muitas perguntas pertinentes  e cada aluno foi opinando,  perguntando, respondendo, discutindo e concluindo suas próprias dúvidas..

Como surgiu a superstição de que quebrar espelho dá sete anos de azar?

- Bem, agora você já tem essa resposta.

Espelho, espelho meu...

-  Well, well, essa fábula vai longe...lembra da madrasta da Branca de Neve?

Outra lenda interessante é a de Narciso. A primeira vez que o moço viu a sua imagem refletida na água de um lago, encantou-se por si mesmo.

Há muitas outras lendas, falares, ditos populares envolvendo a história do espelho. Uma delas, velha conhecida de todos e a da ofensa gratuita, lembra? Quando se quer ofender alguém, a primeira coisa que se fala é se não se tem espelho.

- Não se enxerga? Não tem espelho em casa? Vou te dar um de presente.

Bem que esse objeto poderia mostrar o interior da pessoa. Ver o caráter de alguém, por exemplo.  Seria o popular objeto de desejo. Todos iriam querer ter um. Despir a tal beleza interior...do outro...

“As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”, mudaria-se esta frase de Vínicius de Moraes para "As feias de caráter que me perdoem, mas beleza interior é fundamental".

Voltei para a sala de aula. Novamente como aluna. 

- Professor, eu me espelho em você!
 E.B.

 

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