quarta-feira, 30 de junho de 2010

Analogias Cinematográficas

Agnes de Deus X O Milagre
 Agnes de Deus

Agnes de Deus é um filme que conta a história de uma freira enclausurada num convento e, de repente, aparece grávida. Ela se diz tocada por Deus e a criança fruto do Espírito Santo. Sua gravidez é mantida em segredo para evitar que "o escândalo" se torne público. Em vão. Após ela dar à luz, o recém-nascido é encontrado morto  por estrangulamento numa lixeira, e torna-se caso de polícia.

Um tema polêmico baseado numa peça teatral de John Pielmeier que também assina o roteiro.

O Milagre

O milagre é a história de uma mulher pobre e solitária moradora de uma aldeia do interior da Itália que é seduzida por um pastor de ovelhas e que ela pensa ser um santo: São José. Ela aparece grávida e a aldeia toda fica sabendo e, por isso, é humilhada, ofendida e perseguida por todos. Ela foge e consegue entrar numa igreja abandona e ter o seu bebê.

Roberto Rosselini dirigiu este filme em 1947 sob o título ‘O Amor’, tornando-se uma referência clássica do cinema italiano; dividido em dois episódios; este milagre seria o segundo. Ambos estrelados pela atriz Anna Magnani bem conhecida do Roma, Cidade Aberta. Musa do diretor com quem teve um turbulento relacionamento encerrado quando Rosselini a trocou por Ingrid Bergman.

O Argumento de O Milagre é de Federico Fellini que atua no mesmo como o santo do pau oco, São José.

O argumento do primeiro episódio 'O Amor' é de Jean Cocteau. Trata-se de um drama, um sentimento mal resolvido entre um casal, porém, só quem aparece em cena é la donna. Um monólogo mostrando a protagonista bastante inquieta em sua casa, ao lado do telefone por longo período aguardando, ansiosamente, contato do companheiro que por sinal liga várias vezes. Conversam demoradamente por esse canal  até que ele põe um ponto final no relacionamento. A última coisa que ainda os uniam era o fio telefônico. Seria autobiográfico?

São pequenos devaneios que remetem uma história a outra  -   O milagre e Agnes de Deus e seus respectivos  temas revisitados, como a religiosidade, castidade, santidade, ingenuidade,...  recheados de metáforas e mensagens pertinentes, fonte inesgotável de toda boa obra.
K.R.

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