terça-feira, 9 de outubro de 2007

FILME DE CABECEIRA


A Bruxa de Blair

Sinopse

Em outubro de 1994, três jovens foram para a floresta de Black Hills nos EUA, filmar um documentário sobre uma lenda local: “A Bruxa de Blair”. Nunca mais ouviu-se falar deles. Um ano depois, a gravação que eles fizeram é encontrada e seu legado tem o título de “ A Bruxa de Blair” , que documenta a angustiante e arrepiante jornada de cinco dias através da floresta, e todos os eventos aterrorizantes que resultaram no desaparecimento deles.

Ficha TécnicaTítulo Original: The Blair Witch Project
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 88 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1999
Estúdio: Haxan Films
Distribuição: Artisan Entertainment
Direção: Daniel Myrick e Eduardo Sánchez
Roteiro: Daniel Myrick e Eduardo Sánchez
Produção: Robin Cowie e Gregg Hale
Música: Tony Cora
Direção de Fotografia: Neal Fredericks
Desenho de Produção: Ben Rock
Direção de Arte: Ricardo Moreno
Edição: Daniel Myrick e Eduardo Sánchez
Elenco
Heather Donahue (Heather Donahue)
Michael C. Williams (Michael Williams)
Joshua Leonard (Josh Leonard)
Bob Griffin (Entrevistado)
Jim King (Entrevistado)
Sandra Sánchez (Entrevistada)
Ed Swanson (Entrevistado)
Patricia Decou (Entrevistada)
Mark Mason (Entrevistado)

Um dos roteiros mais originais dos últimos tempos, ou melhor dizendo, da década de 90, foi o do filme A Bruxa de Blair. Considero-o um dos mais sensacionais e formidáveis, já fazendo parte do meu acervo; é um dos meus filmes de cabeceira. Realizado pelo diretor Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, uma idéia genial, simples e barata, custando a bagatela de 50 mil dólares; uma trama perfeita com um final instigante.

Esse filme conta a história de três jovens universitários de cinema que tem como tarefa de curso produzir um filme. Os três resolvem fazer um documentário sobre uma lenda norte-americana de uma bruxa que vivia na floresta de Black Hill, uma pequena aldeia do Estado de Maryland – EUA (evidentemente).

Chegando ao local, à pequena aldeia, esses jovens entrevistam moradores, perguntando se realmente a tal bruxa existe. A maioria confirma sua existência contando o que sabem, o que ouviram e um pouco de imaginação e delírio, que, se não mata, engorda.

E assim, os três estudantes se embrenham na floresta para fazer o tal documentário com as suas parafernálias e começa, então, estranhos acontecimentos mata adentro, a grande aventura, ou seria terror, suspense, drama?

O filme A BRUXA DE BLAIR, gerou polêmica por confundir-se com algo que poderia ser real, por manter o máximo de veracidade antes, durante e após toda a sua gravação. Os próprios atores não tinham um roteiro de todo o procedimento da obra em questão, do que deveriam falar, como agir, e até sem um ensaio prévio; a maior parte, enfim, era o improviso. Em momento algum os atores sabiam o enredo. Propositalmente, para que o filme se aproximasse de um fato verídico, o diretor apenas os orientavam através de bilhetes que diziam o que cada um deveria fazer e deixando com cada ator com uma câmera de vídeo. Eis, afinal, o mistério desse filme sensacional ter se tornado um dos maiores fenômenos e recordistas de bilheteria.

Os jovens desapareceram misteriosamente. Somente um ano depois, todo material utilizado por eles é encontrado numa sacola, e, a partir daí, das imagens registradas pelo trio, dariam pistas do macabro destino.

A idéia de se encontrar a câmera um ano após o desaparecimento dos estudantes numa casa escura e abandonada na floresta, e mostrando todo o conteúdo desse material registrado, impedindo-os de continuarem suas filmagens pelo pavor, pelo medo intenso, deixando um dos equipamentos cair, correndo o risco de perderem todo aquele trabalho, e o risco principalmente de perderem a própria vida, correndo para tentar salvar primeiramente a própria pele, faz-nos argumentar temas divergentes:

1º - que é possível fazer filme barato e inteligente como esse – A BRUXA DE BLAIR;

2º - faz-nos devanear sobre a história em si. Real ou fictícia? Um dos entrevistados falou da existência da casa abandonada na floresta onde a bruxa fazia suas possíveis vítimas. Uma abstração profunda. O que aconteceu depois? Realmente existe a bruxa? Alguém se salvou? Por que nenhum dos três teve a idéia de subir em uma árvore, por exemplo, para tentar se localizarem? Por que não fizeram uma fogueira? (Diz o ditado que, onde há fumaça, há fogo);

3º - e o que aconteceu com os eles? Estariam vivos? Estariam mortos? Se mortos, por que a dificuldade em localizar os restos mortais, já que encontraram seus equipamentos?
É realmente um grande filme inovador e necessário para a bagagem cultural de todos os amantes de cinema.

É um filme bem pensado, que mexe com a imaginação das pessoas, e a melhor forma de assustá-las. Não se tem como definir o que significa; todas as sensações ou se fundem, se confundem, ou se completam; um medo psicológico de não sei o quê, ou tudo pode acontecer. Medo, ansiedade, insônia, calafrio, se fundem ao pavor na escuridão da mata e barulhos ensurdecedores do silêncio, do vento, dos animais, de crianças, medo do nosso próprio eu. O filme é simplesmente perturbador.

O objetivo é transmitir esse medo ao expectador, em um grau de tensão que aumenta ao longo do filme, e, com certeza esse objetivo foi alcançado. É um suspense psicológico brilhante.

O final não podia ser melhor...o que realmente aconteceu? Até agora me questiono isso; para bom entendedor, meia palavra, ou nenhuma, basta. Para um filme independente é uma obra-prima. Uma idéia absolutamente original, um marco para o cinema de terror. Constantemente põe nossa imaginação fértil à funcionar e nossa abstração a devanear. Um filme criativo, bem feito, sem dúvida, e inteligente. Era o filme que eu gostaria de ter feito.
E como eu sempre digo: vale a pena conferir.


Observação: conseguiu causar polêmica nos cinco cantos do mundo devido ao seu marketing. Por sinal, um dos melhores já feitos em cima de um filme.

Um comentário:

Ellaine O'Hara disse...

Eunice,
Seu blog é lindo! Vc escreve maravilhosamente bem. Parabéns!