terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Abraham Lincoln: O Caçador de Vampiros

O filme “Abraham Lincoln: O Caçador de Vampiros” é uma obra cinematográfica deliciosa e divertida de se assistir, recheada de efeitos especiais e muitas alegorias linguísticas, tomando emprestadas principalmente a metáfora de que criaturas vampirescas coabitam com o ser humano e deste se alimentam. São ideias muito bem construídas e arrematadas, e aqui bem exploradas, deixando claro a partir de seu subtítulo de que eles existem, estão por toda parte sugando mais que a matéria,  até a última gota da alma, e por isso, só mesmo alguém de coragem para livrar-se dessa praga, contando o mal pela raiz.
É uma adaptação livre do romance de Seth Grahame-Smith, sendo ele próprio responsável por roteirizar tão eficientemente quanto a direção impecável de Timur Bekmambetov que procura manter num ótimo enquadramento entre muitos planos e em close a ideia central dos fatos reais em torno da biografia de um dos maiores e mais queridos presidentes americanos - Abraham Lincoln – mesclando, na dose exata, fatos   ficcionais com verídicos. E com muita competência, numa miscelânea, transforma esses dois importantes gêneros  artísticos - o literário e cinematográfico - que mesmo sendo linguagens distintas cria uma nova e singular obra e fantástica de se testemunhar.  E o resultado não poderia ser melhor ao gênero inventivo escolhido que não foi possível rotular. As imagens são eloquentemente bem construídas.
O prólogo nos apresenta rapidamente, em flashback, Abraham Lincoln como presidente dos EUA, e durante os primeiros anos de sua vida, mostrando um jovem de futuro promissor, de personalidade e caráter marcantes, lutando bravamente contra os que representam perigo à família e aos amigos, ou sanguessugas da nação, na obra representada por vampiros, esses são seus inimigos declarados e que para se  libertar desses mal e defender tudo o que acredita ser certo,  ele aprendeu desde cedo  que é preciso ir à  guerra, preparando-se, primeiramente, a retórica, daí,  só mesmo estudando leis do direito civil para não ferir a Constituição e posterior defesa pessoal.
O homem nasce bom, o vampiro é que o corrompe. Porém, nem todo homem é somente bom, seria fácil se assim fosse, mas sempre se opta e se torce que esse lado se sobressaia à maldade humana. Pode-se ter um amigo não tão anjo como se espera, e quando a amizade é verdadeira, respeito e admiração às vezes são mais importantes que nos próprios laços sanguíneos. E o personagem Abraham Lincohn tinha um amigo vampiro que lhe abriu os olhos e lhe revelou muitas coisas como também o ensinou a lutar.    E vampiro bom e que se preze precisa se cuidar e se proteger com um bom filtro solar, senão...
Que arma escolher, em Senhor Presidente? Entra em ação a simbologia do “machado” objeto considerado destruidor de bloqueios e barreiras. O machado é um  objeto pesado, cortante e dilacerante feito de aço e de madeira que um dia foi vida, representando Liberdade. Enquanto o direito do homem de ser livre não for respeitado, todos sofrerão as consequências e considerados escravos, sem o direito de ir e vir, de pensar, falar, decidir e muito mais.
A liberdade justa é uma conquista diária e uma luta sem fim.     
E a obra é quase que politicamente correta: a luta contra o bem e o mal, devendo sempre  prevalecer o bom senso daquilo que se almeja conquistar nas batalhas da vida não tão simples como parece e que se gostaria que fosse. E quem conhece a história desse Presidente, sabe que não foi tão fácil assim, e que a vida não é uma peça de teatro, e o povo não é mero espectador. A vida é um palco e seu protagonista contracena com conflitos diários, chancelando a sangue cada página escrita na busca de um final feliz esperado, mas que nem sempre será possível e com direito a aplausos e pedido de bis! O espetáculo não acaba ao correr da cortina. Faz-se intervalo para que dê oportunidade de todos atuarem, sem exceção,  mesmo que em pequenos papéis ou como figurantes.
 Uma obra de muita ação, suspense, aventura e humor inteligente e ainda permeados  por fatos e citações históricas do período da guerra civil americana. Bom poder recordar    essa senhora aula de história universal.
O ator Benjamin Walker está bem à vontade na pele do presidente, além do carisma, seu  porte físico - altura, peso tudo nos conformes.  Muitas cenas de ação e efeitos especiais bem produzidas, além de  cenários e trilhas sonoras impecáveis! Diversão garantida!
Para quem gostou do filme, fica a dica: leia o livro! É a arte imitando a vida.
Karenina Rostov
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Titulo original: Abraham Lincoln: Vampire Hunter
Gênero: Ação
Direção: Timur Bekmambetov
Roteiro: Seth Grahame-Smith, baseado em seu próprio livro
Duração: 105 minutos
País: EUA
Ano: 2012
Elenco: Benjamin Walker, Dominic Cooper, Anthony Mackie, Mary Elizabeth Winstead, Robin McLeavy, Marton Csokas.

Sinopse

Abraham Lincoln (Benjamin Walker) foi um dos mais importantes presidentes dos Estados Unidos. E também o melhor caçador de vampiros que já existiu. Sua vida vai muito além de seu papel na unificação norte-americana e na luta pela libertação dos escravos, e esconde uma violenta batalha contra criaturas sedentas por sangue. Revelado por Seth Grahame-Smith, esse impressionante capítulo da história chega às telas de cinema, dirigido por Timur Bekmambetov e produzido pelo aclamado Tim Burton.