Acordei meio surrealista...

Espectadora da vida, silenciosa no âmago preciso para pensar, vivo observando pelas frestas dos poros daqueles que por mim navegam, sou uma curiosa, sempre pronta a apreender e aprender que espera e faz. Então, ensina-me o que ainda não sei. Tenho fome de viver. 

Sigo a lei do meu coração. Por isso, às vezes, me criticam. Deixa estar... Dizem que permito que  a vida simplesmente passe em branco e que eu devia mais é aproveitar, ser mais como os outros e relaxar. Deixe passar... deixem falar...O mundo se renova apenas. Nada de novo no front que já não saibamos. Procuro ser feliz ao meu modo. Adoro ficar quieta por um longo período no meu canto, nem por isso me afasto da plateia comum a todos. Às vezes sinto a alma inquieta e em pedaços, e outros momento presencio o espírito correr para alcançar o tempo perdido na expectativa que tudo dê certo, neste mundo infinitamente belo.

Karenina Rostov

Cinema com aspirinas

"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." (Orson Welles)

"O cinema é um modo divino de contar a vida." (Federico Fellini)

"É nos cinemas que se realiza o único mistério totalmente moderno."  (André Breton)

Cinema com aspirinas

Parece que foi ontem minha primeira sessão de cinema numa imensa sala de mil poltronas vermelhas, aos dez anos, para ver um filme grandioso e belo confirmando a tese de que a primeira vez é realmente inesquecível! Sempre haverá um fato marcante em cada momento da vida e, em se tratando da sétima arte e meia – como costumava brincar, pelo fato de Cinema e Literatura ocuparem um espaço primordial em minha vida e ambas são, para mim, necessidades básicas fundamentais como o ar que se respira. Costumo dizer também que somos resultados dos filmes a que assistimos e das leituras que fazemos. sem  desmerecer outras modalidades artísticas.

Estamos presentes em cada filme que assistimos; cenas são como espelhos que refletem imagens da alma, às vezes meio que embaçadas, porta-voz daquilo que desejamos transmitir, muitas vezes nos vemos como as próprias personagens ocupando espaços de meros espectadores nas mais diferentes histórias.

O significado da palavra CINEMA, durante longo período de minha infância era de algo sagrado e profano; ou sagrado ou profano, duas faces de uma mesma moeda, pelo fato de não aceitar ou entender determinadas normas e regras impostas, censurando ao acesso a determinados filmes. Daí passei a criar uma regra pessoal e intransferível de interpretar e entender que não se vai ao cinema, mas ao filme.

Sagrado pelo fato de o espaço físico daquele cinema, estar inserido no contexto de uma escola católica de padres salesianos, os fundadores, e por esse motivo, durante anos a fio, assistíamos a grandes produções cinematográficas de cunho religioso sucessivamente, tanto que a minha primeira vez, como não poderia deixar de ser, foi com o formidável, necessário e inesquecível “Os Dez Mandamentos” o que se tornou o clássico da minha infância, e acabei assistindo a várias sessões em um mesmo dia.

O cinema passou a ter significado profano quando me proibiram de assistir a um determinado filme censurado a menor de dezoito anos. E aí surgiram perguntas sobre o intocável e pecaminoso, e isso fazia aumentar o meu desejo e a minha curiosidade de não saber ou entender determinadas proibições. O filme era ”Boccaccio 70”, de Federico Fellini e Vittorio de Sica. A censura aguçou minha curiosidade. Sabia da existência do livro “Decameron” – As novelas de Boccacio - na biblioteca da escola, e alguns amigos e eu passamos a ler uns aos outros essas formidáveis narrativas transformadas em magia graças à literatura.

Karenina Rostov

2001 x Huxley

2001: Uma Odisséia no Espaço (1968) Arthur C. Clarke

Admirável Mundo Novo (Brave New World na versão original em língua inglesa) é um livro escrito por Aldous Huxley e publicado em 1932 que narra um hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas. A sociedade desse "futuro" criado por Huxley não possui a ética religiosa e valores morais que regem a sociedade atual. Qualquer dúvida e insegurança dos cidadãos era dissipada com o consumo da droga sem efeitos colaterais chamada "soma". As crianças têm educação sexual desde os mais tenros anos da vida. O conceito de família também não existe.

“Adaptou” foi uma maneira de dizer que muitos autores tomaram como referência a obra de Huxley. Ôps! E chamá-la de fábula foi um grifo meu. Pois é, seria muita leviandade da minha parte lançar uma informação sem ter como referência uma fonte segura. Lembrei-me que li isso em uma das apostilas do curso de roteiro para cinema ministrado pelo professor Luiz Carlos Maciel. O livro de Arthur C. Clarke, um dos autores do filme 2001, foi lançado em 68. Já “Admirável Mundo Novo” é de 32. Penso que qualquer semelhança com uma vírgula que seja não é mera coincidência. Shakespeare já dizia que somos feitos da mesma matéria do sonho. Então somos resultados daquilo que lemos, que ouvimos que assistimos, que comemos, que bebemos...

Eis outras obras, variações sobre o mesmo tema:

• 1984 de George Orwell.

• Fahrenheit 451 de Ray Bradbury.

• Laranja Mecânica de Anthony Burgess

• Nós de Yevgeny Zamyatin.

Divirta-se!

Karenina rostov 

Filmes que nos causam certas sensações...

Depois de uma sessão de cinema, nunca mais somos os mesmos. O filme, de alguma forma, mexe com a gente, com o nosso emocional. Dependendo do gênero, podem nos causar certas sensações de desconforto alterando sutilmente o nosso estado de espírito.

Houve um tempo que não assistia sozinha a filmes de terror. DRÁCULA com Christopher Lee, por exemplo, sempre sentia MEDO. É a pura verdade.

Na sessão de NASCIDO EM 04 DE JULHO, o retrato cruel da guerra do Vietnã, e que considero um dos melhores filmes de Oliver Stone, saí assim: “down”, ANGUSTIADA e “deprê”.

No filme russo O RETORNO de Andrey Zvyagintsev, fiquei intrigada e CURIOSA por não saber o conteúdo de uma caixinha  que assim que foi desenterrada, acidentalmente, foi pro fundo do lago; a história gira basicamente em torno desse objeto. Faz parte do show, claro!

O nacional ESTÔMAGO, envolvente, tratando de vários temas: solidão, liberdade, paixão, aventura, sexo etc, e com ótimas atuações, principalmente de João Miguel e direção impecável de Marcos Jorge, maravilhoso por excelência, deixou-me FAMINTA, e com desejo de matar a fome com umas coxinhas, uns salgadinhos, tal qual servidos naquele botequim, meio indigesto, claro, pelo fator antropofágico já caminhando para o epílogo.

Um filme do Decálogo do polonês Kieslowski, há uma carta que foi queimada sem nunca ter sido lida. Isso deixa qualquer um INTRIGADO, não?

E, independente da conclusão que se chega após o término da sessão, em apenas uma palavra, como de praxe entre BOM, MÉDIO ou RUIM, somos TAMBÉM resultados daquilo que assistimos.

Que outras sensações um filme pode nos causar?

Karenina Rostov

Sublimação

Como se deve dizer: "quebrando o gelo" ou "secando o gelo"?

Palíndromo

Palíndromo

Diz-se de palavras, números ou frases que se podem ler indiferentemente da esquerda para a direita e vice-versa, sempre com o mesmo sentido: osso; 63736; orava o avaro.

Palíndromo vem das palavras gregas palin ("para trás") e dromos ("corrida, pista").
Rômulo Marinho, veterano palindromista brasileiro, propõe classificar os palíndromos em:
• Expliciti - trazem sempre uma mensagem direta, clara e inteligível, como "Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos”.

• Interpretabiles - têm coerência, mas requerem esforço intelectual do leitor para serem entendidos, como "A Rita, sobre vovô, verbos atira."

• Insensati - cuidam apenas de juntar letras ou palavras sem se preocupar com o sentido, como "Olé! Maracujá, caju, caramelo".

As frases formando um palíndromo também são chamadas de anacíclicas, do grego anakúklein, significando que volta em sentido inverso, que refaz inversamente o ciclo.

Exemplos de frases:

Socorram-me, subi no onibus em Marrocos
Anotaram a data da maratona
Assim a aia a missa
A droga da gorda
Assam a massa
A torre da derrota
Saudável leva duas

Você é gênio ou louco?

É bem possível que eu já tenha feito esse teste e postado o resultado aqui. Não lembro. Fato é que, encontrei-o novamente enquanto passeava pela net. Ainda estou tentando entender o que é ser o Stanley Kubrick. Provavelmente da outra vez que fiz o teste, o resultado tenha sido diferente. Divirta-se!

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