domingo, 29 de julho de 2007

Depois do 1o. Encontro dos CCBBianos

Foto: Eunice Bernal
Resumo da ópera

Encontro dos amigos da Comunidade CCBB


Entre muitas comunidades existentes no Orkut, encontrei uma que tem algo em comum comigo. É a Comunidade denominada “CCBB”. E eu, como uma das freqüentadoras (não tão) assiduas deste espaço cultural, passei a freqüentar, como dizem por aí, os tópicos de certas questões.Há mais ou menos um mês, alguém teve a idéia de colocar como tópico, um convite para um encontro informal a se realizar nesse mesmo local. Tudo bem, gostei da idéia!

A princípio gerou-se uma pequena confusão em relação às datas, mas que logo foi sanada. Até entendo que há gente desligada, como eu sou, mas não ao ponto de se esquecer de consultar uma folhinha ou um calendário a fim de confirmar dia da semana, dia do mês, dia do ano, pois o dia escolhido foi 21 de maio, e muitos acharam que esse dia cairia num sábado. Desculpa, engano. Por cair num domingo, muitos ficaram receosos. Deserto, violência, seqüestro, assalto...

A questão só foi realmente resolvida quando se criou um novo tópico, o tópico de confirmação: “quem vai quem não vai, confirmem, por favor!” até quem disse que iria, acabou não indo.

- “Quem vai, pode xeretar meu perfil etc e tal, eu deixo!” Alguém disse.

Bem , eu também fiquei na dúvida se iria ou não, e quando isso acontece decido não opinar para não se criar nenhuma expectativa. E como sugeriram, andei consultando o perfil de gente que disse que iria e acabou não indo. Que bobagem! Desisti na primeira, isso cansa.

E isso até me fez lembrar de um antiqüíssimo filme que nunca foi escrito tampouco produzido ou dirigido, porém muitos conhecem. É o famoso A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM.

Eu não iria mesmo. Pensava fazer outro programa nesse dia, como assistir ao lançamento do polêmico Código Da Vinci – no Rio Sul. O que valeu a pena não ter ido. Conheci pessoas interessantes, divertidas, formidáveis, alegres e bom astral.

Entrei mais uma vez no Orkut naquele sábado para confirmar a lista dos que iriam, e acabei anotando: Dezessete confirmaram presença.

Desses 17, 80% foram. Pessoas de palavra! É um bom número. Com um pouco de atraso, mas todos estavam lá, de plantão na escadaria do Teatro I, conforme combinado. Enquanto aguardávamos, alguém fez um comentário sobre o relógio, para matar o tempo, que fica quase em frente dessa escadaria. Os números são em romanos, e ninguém consegue entender o porquê do quatro ser escrito com quatro “IIII”, e não como deveria realmente ser “IV”. Dizem que os números não mentem jamais, mas esse??? Não sei se seria um caso para pesquisa ou para a KGB. Será um código? Será que Dan Brown decifraria esse mistério?

Começamos a corversar lá mesmo. A nos aparesentarmos, até que fomos convidados a nos retirar daquele local porque já se formava uma fila dos que aguardavam a entrada ao teatro. Procuramos outro local, foi difícil, mas achamos. Foi no segundo andar onde acontece a exposição sobre futebol, se não me engano. Aqui a conversa ficou meio difícil pois não se ouvia quase nada por causa do barulho do som do telão ligado. A conversa a partir daí teve como pano de fundo um pouco de futebol do telão.
Que maravilha!
Falamos de tudo um pouco. Mas a conversa teve que continuar novamente em outro local. Voltamos à estaca zero, ou melhor, voltamos ao térreo, e terminamos a nossa apresentação por lá. Tudo registrado, com fotos, mas não se sabe se sairá alguma coisa, ainda falta revelar o filme. E falta grana. Por último, quase na hora do CCBB fechar, resolvemos fazer um lanche. Encontramos um único lugar aberto naquela hora da zona morta, ou melhor, 22h, no Timão, bar que fica em frente ao Centro Cultural dos Correios. Comemos, conversamos e bebemos. Foi ótimo! Apareceu até um simpático vendedor de amendoim em promoção. Estão na dúvida nessa ambigüidade? Não repare, foi proposital.

Espero que momento igual a esse se repita muitas e muitas vezes.

sábado, 28 de julho de 2007

CAÇADOR DE EMOÇÕES



CAÇADOR DE EMOÇÕES

UMA MÁQUINA FOTOGRÁFICA NA MÃO
E UMA IMAGEM NA CABEÇA = POESIA.


CLIK!

A imagem retrata a sensibilidade do artista
Que te revela ao mundo como o (a) vê
Não como realmente é.
Mas nossas emoções e sentimentos d’ alma
São revelados apenas para alguns privilegiados.

Sou CCBBiana!

PARECE QUE FOI ONTEM...
E foi mesmo...

O último sábado do mês de novembro deste ano, para o resto de nossas vidas, inacreditável, ACONTECEU!Que maravilha! Estou falando do IV ENCONTRO dos CCBBianos; dos “veteranos”, e dos como dizer? “calouros” ou como disse o MC Fellipe, os ainda não batizados.

Como todo verdadeiro brasileiro que se preze, somos irresponsavelmente impontuais, para ser mais preciso. Enfim, “antes à tarde do que nunca”. Mas no fim tudo dá certo, se não deu certo é porque ainda não é fim, esse é um ditado que resume exatamente como somos: irreverentes, alegres, extrovertidos, e politicamente incorretos; decidimos tudo “in loco”, algo meio que louco, aonde vamos e o que faremos.

Foi tudo de bom e saudável, rever os sorrisos, renovar os abraços, beijos e amassos, falar trivialidades. Ah, espero que os que foram pela primeira vez, tenham gostado, porque eu, particularmente adorei conhecer e fazer amizades novas. E cada um no seu jeitinho de ser, porque cada ser é único e exclusivo Bom rever a Lilás, essa pessoa formidável e amiga, como ela mesma já havia explicado não poder estar conosco nesse dia, porém, com todo esforço e sacrifício não deixou de comparecer e não perdeu mais esse momento único e exclusivo.

Bom ter reunido todos novamente nessa confraternização de alegria e descontração. Mas pessoal, onde o Luiz se meteu? Eu que sempre o considerei o mais animado, dos animados, de repente, sumiu...será que se perdeu?

Esse encontro foi tudo de bom e diferente; houve mudanças, claro, isso é sempre bom. A apresentação que costumava ser no próprio CCBB, desta vez foi no local sugerido pela Lidia, ou Beco do Rato, cheiro de de bueiro, e febre de 40’ C. Foi lá a maior parte das risadas e apresentações, com direito a balões coloridos e pensamentos no ar... deixando o nosso lado criança nesse momento brincar...

O bar do Timão não deixou saudades, mas senti falta do vendedor de amendoim oficial; esse seu representante nesse novo bar que não me lembro o nome, deixou muito a desejar, mas valeu! A Vanda bancou o amendoim.

A apresentação foi breve, porém, marcante. Depois disso, uma ronda pela cidade, pelos points onde se concentrava o início da Noite Branca, custou um pouco mais da companhia da maioria.Um abraço saudoso, caloroso e carinhoso a todos: Renato (ficamos felizes pela sua presença especial, Renato) Luiz, Sérgio, Wagner, Fellipe, Fellipe II, Guilherme, Jan, Vanda, Flávio (apesar de não ter ficado, não deixou de comparecer), Ellen, Diego Assunção, Renata, Renata Braga, Alex, Ana Carolina, Carmem... ah, desculpas, mas algum nomes não consigo me lembrar, amnésia, sabe?

Beijo e flores a todos.

P.S.: Para os novos e interessados em atualizar a lista de amigos, e não perder contato, por favor, deixem um recado com seus dados “internauticos”: msn, e-mail, tel, cpf, conta bancária e senha.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Cinema, muito cinema...


2:37 X ELEFANTE


2: 37 foi um dos filmes que assisti no Festival Internacional do Rio deste ano de 2006, e, confesso que passei praticamente a sessão toda me lembrando de Elefante e comparando ambos. Pensei tratar-se de mais um filme do Gus Van Sant, mas para a minha surpresa, tratava-se de um outro cineasta, o Murali K. Thalluri, e não me lembro de ter assistido a algum filme dele antes. Mas sobre o quê é esse filme 2: 37 que muito se falou nas comunidades do festival, e nas rodas de bate-papo? Vejamos a sinopse de cada um deles para entender um pouco mais e se chagamos a alguma conclusão.

2:37 - Two Thirty 7 - Murali K. Thalluri (Imagem Filmes)


Sinopse:Em uma escola do segundo grau, a vida de seis distintos estudantes é afetada por uma tragédia que ocorre precisamente às 2:37. Numa escola secundarista na Austrália, algo de terrível acabou de acontecer a portas fechadas. A partir desse fragmento de informação, o filme retrocede para esmiuçar os traumas secretos de alguns dos alunos e revela conflitos envolvendo relações amorosas, homossexualismo, drogas, abuso sexual, negligência familiar. O filme, inspirado em fatos da vida do diretor, foi exibido na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes 2006.


Elefante - A tragédia da Columbine High School, recriada sob a direção de Gus Van Sant o mesmo diretor de Gênio Indomável.


Sinopse:Um dia aparentemente comum na vida de um grupo de adolescentes, todos estudantes de uma escola secundária de Portland, no Estado de Oregon, interior dos Estados Unidos. Enquanto a maior parte está engajada em atividades cotidianas, dois alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semi-automática, com altíssima precisão e poder de fogo. Munidos de um arsenal de outras armas que vinham colecionando, os dois partem para a escola, onde serão protagonistas de uma grande tragédia.

Trata-se de filmes aparentemente distintos, apesar de ambos basear-se em fatos reais. Elefante foi uma forma poética do diretor contar a trágica história que se passou em uma escola de Columbine – EUA, com jovens estudantes, como Michael Moore, vencedor do Oscar de melhor documentário contou aos mínimos detalhes. E 2:37. Através de belas imagens de origem feérica, nos revela detalhes de também, jovens estudantes, cada qual com seus problemas suas inquietações, onde todos os jovens retratados, teriam seus motivos para desesperar-se e cometer suicídio: o garoto manco e que faz xixi nas calças; o homossexual; a que foi molestada pelo próprio irmão etc, enfim, desconhecemos o que se passa no mais íntimo do ser, da mente humana e em seus corações.


Tragédia em Columbine e tragédia na Austrália. Elefante, como alguém comentou, “é um pseudo-documentário” , como o 2:37. O que nos chamou muita a atenção foi a engenharia da construção e montagem de imagens de ambos, pois são filmes que se podem ver sob diversos prismas, de todos os ângulos cada passo de cada personagem. Há um comentário também de alguém da comunidade que achei formidável sobre esse jovem diretor, e repito aqui por achar genial. Essa pessoa da comunidade sob o nome de “Jovem Cineasta” diz que Murali K. Thalluri “bebeu na mesma fonte do Gus Van Sant, bebeu tanto que quase que se afogou’. Achei o máximo esse comentário. Parece que Gus Van Sant e Murali K. Thalluri são amigos, daí a semelhança na construção das cenas. Um deve ser admirador ou fã do outro.


Apesar de tratar-se de duas histórias que narram tragédias em escolas envolvendo jovens, a forma de compor, a sua estética, é que nos chama a atenção. 2: 37 é tão maravilhoso quanto Elefante. Este relata o peso de um Elefante na mente humana, como tudo que é imenso, tudo que é pesado e grande lembra um Elefante, Dumbo, suas enormes orelhas, ou as Memórias de Elefante como fala nessa obra o escritor português Lobo Antunes.

As imagens em preto e branco dos depoimentos dos jovens envolvidos na trama, dá uma característica de documentário a 2:37. Ambos tem conteúdos e acabamentos similares. Ambos são filmes que mexem com nosso emocional. Construídos de modo instigantes, inteligentes, uma nova roupagem daquela que não estamos acostumados a ver. Assim é Elefante, assim é 2:37. Aplausos de pé para esses dois filmes e a esses dois brilhantes diretores. Talvez seja muita rasgação de seda da minha parte, mas é assim que eu sou quando gosto de algo, como gostei desses dois filmes que acabam entrando nas nossas células, na nossa corrente sangüínea, no nosso dna. E se não me acrescentaram em nada, ao menos veio a somar, coisas boas, coisas estranhas, coisas diferentes, coisas intrigantes. Dois filmes para se guardar com o maior carinho.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

CINEMA, CINEMA, CINEMA... NINA



Cinema Nacional Legendado


NINA


Nina é nome de mulher e título de um filme nacional saído das páginas de uma novela russa, da obra máxima de Dostoievski – CRIME E CASTIGO. Dizer tratar-se de um nome feminino foi um pleonasmo proposital, já que Nina é a metamorfose da metamorfose da atormentada alma e personalidade do próprio autor, (a alma de Dostoievski é complexa, “como não ser ao mesmo tempo anjo e diabo?” um imenso labirinto) mais a personagem central ou principal dessa obra batizada de Raskolnikov. Autor e personagem fundem-se de tal forma que não se sabe onde começa um e termina o outro.


Uma obra da grandiosidade de Crime e Castigo sendo transformada em um roteiro para filme é maravilhoso; mais maravilhoso ainda é saber que a idéia partiu de um cineasta nacional, um roteiro nacional, o que muito me orgulha e lisonjeia. Raskolnikov foi transformado em Nina, isso me faz lembrar do filme Transamérica, cujo objetivo de vida da protagonista era mudança de sexo. Há muito o que se questionar em relação a isso, principalmente nos tempos atuais que praticamente quase tudo é possível: clonagem, barriga de aluguel, produção independente (basta pesquisar em um banco de sêmen e fazer a escolha), mudança de fenótipo, e por aí vai... (e isso seria assunto para outra história).


Será possível fazer mudança de alma? Alma masculina e feminina são iguais? Há o paradoxo do manto diáfano, da tênue linha que separa ambas. Pólos divergentes. Distintas. E como. Mas voltando ao filme Nina.


Nina / Raskolnikov / Dostoieviski são almas atormentadas. Assisti ao filme e fiquei maravilhada. Há tempos não via um filme tão interessante que me motivasse e que me divertisse. Quem leu essa obra dostoievskiana sabe muito bem do que estou falando. É a mesma história para almas diferentes: alma feminina e alma masculina. O criador de Nina agiu como um cirurgião competente, retirando o excesso, fez uma lipo, colocou silicone onde precisava, botox e uma leve maquiagem.

Mas há tanto que se falar dessa obra. Nomes de personagens das obras dostoievskianas são geralmente forjados; Ralkolnikov, por exemplo, vem do verbo rachar, dividir. Daí é só concluir a razão dessa escolha de palavra.


Retomando o que queria dizer sobre o filme NINA – personagem femininA, inteligente e sensível, porém solitária e abandonada à própria sorte da cidade grande, destino incerto, retrata a condição humana das pessoas e seus conflitos existenciais. Ela nada tem de valor material, vive de pequenos bicos e favores. Ela pouco tem de valor imaterial: a sensibilidade poética e artística, porém não a usa adequadamente. Nina (o filme) é ousado e sensível, num estilo meio sombrio, meio gótico, consegue desenvolver-se despertando o interesse das pessoas que o assistem (Mexeu comigo).


Nina, meio pretensioso, meio envolvente, fazendo suas escolhas, desempregada, prostituir-se ou não para sobreviver? Ou os caminhos da vida ou da morte, pelo livre-arbítrio (matar ou morrer de inanição?) Há tanto o que se questionar...Coincidência ou não predestinado a ser desconstruído por todo roteirista que se preze, por ser tão significativo.


Tenta levar o expectador à beira da loucura, insana e obediente, claro, transportando-nos aos eus mais profundos.Nina tem seu valor – qual foi o seu crime? E qual será o seu castigo? A sua caridade e boa ação, em dinheiro roubado, dinheiro doado, a velha história de ladrão que rouba ladrão (na cena caliente de paixão em que rouba do cego, inversão de valores, e doa à prostituta que por sua vez paga a viagem de taxi) Que viagem!


Nina (Guta Stresser) a garota sensível que via-se envolvida com seus desenhos em seu quarto, revelando um pouco de sua alma, é aquela que mata a bruxa, envolvida nos fantasmas do seu inconsciente, assim como Raskolnikov, um ser imortal pelo sopro de seu criador, envolvida no crime, vive angustiado pelo seu pecado ou pelos conflitos existenciais... assim é Nina-Raskolnikov, e punido será tendo como prisioneiro suas lembranças e a lâmina que fere... enfim... libertar-se, quem sabe...


Esse filme, com certeza, superou todas as expectativas. As cenas muito bem ilustradas com imagem metafóricas dos pintores de paredes (Selton Mello e Lázaro Ramos) que trabalhavam no apartamento ao lado onde Nina morava de aluguel, com a proprietária dona Eulália (Myriam Muniz) contrastando com as pinturas e desenhos de Nina. O diretor desse longa é Heitor Dhalia, que eu não conhecia, e a partir de então considero-o talentosíssimo. Adorei o filme!


O cinema nacional está a cada dia mais maravilhoso. Há nesse filme a figura constante da antítese: fome material x fome espiritual; vida e morte, miséria x riqueza; matéria x alma; bem e mal; juventude e velhice.


Uma vitória e tanto para o cinema brasileiro também no que se refere às interpretações e aos excelentes atores. Tudo no filme é envolvente, inclusive na escolha de cenário que dá aquele aspecto de antiguidade, de coisa velha e cheiro de mofo. Aliás, é um filme genial. Sinto um grande orgulho do cinema brasileiro. Nota 10! Há muito filme nacional interessante, mas esse além de interessante é genial. E se esse é o primeiro longa do diretor Heitor Dhalia, já começo a imaginar os seguintes...


E se você está se perguntando o porquê do título “Cinema Nacional Legendado”, assista ao filme e descubra entre os desenhos feitos nas paredes por Nina, que há palavras em russo não traduzidas, uma por exemplo, é a palavra “Saída”.

Talvez seja uma forma de nos apontar um caminho, uma saída, uma escolha para nossa própria condição humana, nossa própria vida. Existe saída????


P.S.1: Esse filme NINA participou do Festival de Cinema de Moscou e acabou ganhando um prêmio de crítica.P.S.2: Na Expectativa de “O cheiro do Ralo”.
Karenina Rostov

Sobre o conto O ALIENISTA


O Alienista - Machado de Assis (resumo e comentários)
O Doutor Simão Bacamarte, cientista de nomeada, monta, em Itaguaí, um hospício, a Casa Verde, onde pretende executar seus projetos científicos. Pretende separar o reino da loucura do reino do perfeito juízo, mas a confusão em que ambas se misturam acaba aborrecendo o Doutor, que, para levar a efeito a seleção dos loucos, tem que saber o que é a normalidade. Assim, qualquer desvio do que era o comportamento médio, a aparência pública, qualquer movimento interior, que diferisse da norma da maioria era objeto de internação. O hospício é a Casa do Poder, e Machado de Assis sabia disso muito antes da antipsiquiatria de Lacan e das teses de Foucould.


No início, o projeto do Dr. Simão Bacamarte é bem recebido pela população de Itaguaí, mas a aprovação cessa quando o médico passa a recolher na Casa Verde, pessoas em cuja loucura a população não acredita. O barbeiro Porfírio lidera uma rebelião contra o hospício que é sufocada.

Numa primeira etapa, são internados os que, embora manifestassem hábitos ou atitudes discutíveis, eram tolerados pela sociedade: os politicamente volúveis, os sem opiniões próprias, os mentirosos, os falastrões, os poetas que viviam escrevendo versos empolados, os vaidosos, etc.
Para pasmo geral dos habitantes de ltaguaí, Simão Bacamarte, um dia, solta todos os recolhidos no hospício e adota critérios inversos para a caracterização da loucura: os loucos agora são os leais, os justos, os honestos etc.

A terapêutica para esses casos de loucura consistia em fazer desaparecer de seus pacientes as "virtudes", o que o Dr. Simão Bacamarte consegue com certa facilidade. Declara curados todos os loucos, solta-os todos e, reconhecendo-se como o único louco irremediável,o médico tranca-se na Casa Verde, onde morre alguns meses depois.

Net Literatura - Resumo de obras e biografias de autores brasileiros

http://www.netliteratura.hpg.com.br/

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Joaquim Maria MACHADO DE ASSIS é, sem dúvida, um dos mestres incontestáveis da arte do conto, indiscutivelmente, um dos maiores escritores da literatura universal, de sua grandeza e genialidade. Talvez, com todo o entendimento humano, com uma vasta experiência investigativa e especialista no autor, não seria suficiente para conhecermos e entendermos o mínimo desse seu ilimitado mundo e seu significado, de fantasia e transfiguração do espírito e da realidade, de sua importância e talento excepcional, mas sabemos que em toda nossa cultura moderna, dificilmente encontraríamos um manancial mais rico e mais puro de idéias em favor do homem e de sua elevação intelectual e moral de toda a sua obra, e vale lembrar de um verso do poema “A um bruxo com amor” de Carlos Drummond de Andrade, que diz: “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro”, onde praticamente resume e podemos ter uma idéia considerável de sua importância e motivo de nosso entusiasmo para ressaltarmos e traçamos observações sobre o conto “O Alienista”.

Publicado pela primeira vez no jornal A ESTAÇÃO, sob a forma de folhetim, entre outubro de 1881 a março de 1882, e, nesse mesmo ano, concluído em Papéis Avulsos (livro de contos), alcançando repercussão imediata, indicando-o ao posto de um dos melhores contos, uma obra-prima de nossa literatura.

Esse é, com certeza, um dos contos mais formidáveis de Machado de Assis, cuja temática central, desenvolvida com uma certa dose de ironia, conduz o leitor numa eterna reflexão sobre os limites entre a insanidade e a razão. Em torno dessa temática, circula uma série de tramas que nos transportam ao nível da reflexão implicando temas variados dentro da trama central: loucura; limite entre razão e loucura; o poder da palavra; a loucura da ciência, e o que se faz em nome dela e outros aspectos que permitem determinar o que é loucura, porém, considerando que todos somos diferentes e extrapolamos, às vezes, o limite em diferentes aspectos da vida.

O autor lembra a relatividade das coisas e, principalmente, da alma humana, através do tema subjacente do homo absurdus, descreve momentos trágicos e analisa o procedimento humano mostrando a impossibilidade do transcorrer normal da vida porque ela é absurda por natureza. O movimento do querer (essência humana) gera a angústia e a dor, que somente serão superados por aqueles que estão além da razão.
Nesse conto, Machado de Assis dá ênfase especial ao questionamento do tema LOUCURA, o que é e o que ela significa, satirizando a filosofia, a atividade mental, por meio de uma personagem que se suicida mentalmente, recolhendo-se ao hospício, ao ver a inutilidade e a falência de seu raciocínio; faz desaparecer os limites entre ela e a razão, porém, não menosprezando, outras subestórias de relevância: CIÊNCIA E PODER, sendo possível todas andarem paralelamente num mundo verbal precioso e a abundância de detalhes.

O herói de “O Alienista” é o médico Simão Bacamarte, apresentado ao leitor com toda solenidade que requer um epíteto grandioso de “o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas”. Formou-se na Universidade de Coimbra, mas veio para o Brasil, Rio de Janeiro, mais especificamente exilando-se em Itaguaí, um fim de mundo que o doutor chamava de “meu universo”. Entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com a leitura. Homem culto por excelência, releu todos os escritores árabes e outros e até enviava consultas às universidades italianas e alemãs. Utilizava-se de métodos nada convencionais para tratar de seus pacientes, como fez com sua própria esposa, D. Evarista, em uma de suas enfermidades abusando de experiências meio que exageradas, e não duvidando de sua eficácia.

Bacamarte pensa que a ciência é tudo (casa-se com uma mulher insossa, mais jovem e pouco atraente apenas porque ela, cientificamente, lhe daria bons filhos, e isso não acontece). Ao cabo de algum tempo ele decide construir um manicômio, para internar os doentes mentais que andam soltos ou trancados de modo subumano. Mas sua concepção de loucura vai se alargando, e aos poucos, mais e mais pessoas vão sendo internadas, algumas por nada. A cidade vai revoltando-se em silêncio, alguns tentam fugir (alguns são capturados nisso), pensam que Bacamarte o faz por motivos pessoais; mas não, o faz por amor à ciência, tanto que pediu para não mais receber dinheiro para cuidar dos loucos. A revolta vai ganhando voz e a saúde mental do alienista duvidada . O povo em dado momento se revolta, e prestes a marchar contra o hospício (Casa Verde), é impedido pelos Dragões. Mas os Dragões se juntam a eles. Eles derrubam o governo municipal e seu líder, o barbeiro, toma o governo da vila. O outro barbeiro lidera uma revolta e, após uma estranha reviravolta, Bacamarte volta a ter apoio da Câmara. E continua internando os loucos, incluindo a esposa (vaidosa após voltar do Rio de Janeiro) até que percebe que 80% da população está na Casa Verde. Liberta todos e passa a capturar todos aqueles que gozam perfeitamente de suas capacidades mentais, que eram exceção na cidade. Ao fim de um ano e pouco, a Casa Verde encontra-se vazia, todos os são, simples, modestos e bons devidamente enlouquecidos. Bacamarte então faz auto-análise e, após discutir com outros, se recolhe à Casa Verde e morre depois de um ano e meio, sem sucesso em curar-se de sua sanidade.

A Casa Verde seria a instituição, o mundo, onde o povo insano era recolhido e tratado. O psiquiatra Bacamarte, em seus estudos, reformula o conceito de loucura, durante uma palestra com o boticário da cidade e seu confidente, diz-lhe que “A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente”. As teorias sucessivas de Simão Bacamarte alargava ou reduzia terrenos da razão e da loucura, expondo definições do que seria patologia e sanidade em termos mentais.

Há, na obra, uma grande preocupação em fixar a problemática do homem universal, buscando inspiração nas ações cotidianas e no homem comum. O autor penetra na consciência das personagens, sondando-lhes o funcionamento e captando os impulsos contraditórios dos seres humanos, desmascarando o jogo das relações sociais, enfatizando o contraste entre a essência e a aparência, em que o sucesso financeiro é o objetivo primordial. O homem deixa de ser o centro, mas passa a ser parte de um sistema. Há algumas características marcantes, no conto, que não podemos deixar passar despercebidas: apreensão da realidade, o não-eu em nível de realidade e descrição, a precisão de detalhes, ocupando o lugar central enquanto técnica narrativa.

Sendo o século XIX “mais real que a própria vida” o autor transmite essa realidade, analisando em profundidade o mundo psicológico, observando o ambiente e, penetrando na alma humana a fim de desvendar “os abismos da consciência e do sentimento”.

A estrutura do conto é baseada numa linguagem hiperbólica que pode ser evidenciada através das tramas em que estão envolvidos as personagens, como D. Evarista e Porfírio, sendo estes levados ora à grandeza, ora à redução. Exemplificando, com o próprio prédio da Casa Verde que, em momentos da narrativa se encontra Superlotado e, no final, se reduz a um único habitante. No caso de D. Evarista, ocorre uma surpreendente transformação, ou seja, com a inauguração da Casa Verde, ela é vista pelo leitor como uma ilustre dama e, após algum tempo, este mesmo leitor adquire uma visão oposta à mesma personagem, pois a situação, se inverte. Em outro momento, Bacamarte e Porfírio debatem a situação deste, que, no momento se encontra no auge de sua ambição política, como chefe do movimento revolucionário. Aparentemente,

Simão Bacamarte sai vencedor, utilizando-se de seu discurso convincente.

Machado narra as tramas com a ironia habitual, com malícia e intromissões, envolvendo ainda mais o leitor e personagem no mundo verbal.

A palavra, no conto “O Alienista” tem uma função importante e representativa, observa-se por seu intermédio, os objetivos das personagens centrais Simão Bacamarte, D. Evarista e também de um “louco” da Casa Verde, que têm medo de falar porque as estrelas cairiam; outro sujeito que se chamava João de Deus, acreditava ser Deus João, e prometia o reino dos céus para quem o adorasse.

O jogo de palavra, por vezes, não tem significação concreta, como o termo “Bastilha da razão humana”. O poder da palavra é convincente, com ou sem significação. O efeito é sempre profundo, mobilizador e funcional. O próprio narrador se utiliza da palavra para fugir a determinadas explicações e satisfações devidas ao leitor e ainda, para se manter tão próximo e, ao mesmo tempo, tão distante da narrativa.

Ainda há a considerar o aspecto estilístico. Machado atinge nessa obra o ápice de sua perfeição no que concerne à maneira pessoal de usar a língua, na escolha das palavras adequadas ao tema, nos padrões imagísticos, no ritmo, na linguagem figurada. Determinadas personagens, como os primeiros “loucos” levados à Casa Verde, sofrem o poder da palavra, sendo classificados como tais, isto é, como “loucos”. O poder da palavra nos leva, então, à demência verbal ou a sermos sábios. Em muitas passagens, Simão Bacamarte se utiliza do poder verbal para defender a Casa Verde, diante de Porfírio e do povo de Itaguaí, ilustrando a complexidade da mente humana: “A loucura se exprime pela palavra. A palavra conduz à loucura”. (...)

O universo verbal nesse conto é perfeitamente aplicável ao problema da fixação de fronteiras entre o normal e o anormal da mente humana.

“A loucura de Bacamarte é a loucura da Ciência e a loucura da Ciência consiste em não saber seus limites e suas articulações.” Costa Lima

Partindo do princípio de que a loucura da ciência ignora seus limites e articulações, que estariam envolvidas com critérios sócio-político-econômicos, podemos afirmar que Bacamarte é personagem representativo dessa loucura da ciência, sendo assim, sua loucura a loucura da ciência. Entregando-se de corpo e alma à ciência, ele ignora sua família, o homem enquanto indivíduo, a sociedade; esquece-se de seus limites, interfere na vida individual, familiar e até mesmo na passividade de Itaguaí. Bacamarte esquece que a ciência não é pura nem se cria a partir do nada, mas que ela envolve aspectos comuns a toda uma população.

Porfírio induz Bacamarte a questionar seu compromisso com a ciência. Esta deve estar articulada à política e ambas devem estar voltadas para a sociedade de Itaguaí. Porém, a política legítima, não o propósito da pesquisa de Bacamarte, e sim o que lucraria com ela. Assim, ele deixa de lado, num determinado momento, o povo de Itaguaí reforçando desta maneira, ainda mais a loucura da ciência.

A loucura da ciência consiste em não ter pré-requisitos para decidir onde ela começa e termina a razão e vice-versa. E é na Casa Verde, em Itaguaí, que Simão Bacamarte define limite e fronteira da razão e da demência, pois a Ciência lhe dá esse poder, ficando assim, a conceituação de loucura submetida ao seu arbítrio.

No conto percebemos a existência de vários núcleos temáticos: as subestórias. Na primeira subestória, o autor envolve a relação de Bacamarte e D. Evarista, onde ele questiona o absolutismo da ciência. Em seguida, apresenta uma segunda subestória, onde a relação ocorre entre Porfírio (poder político) e Bacamarte (ciência). Percebemos a ascensão repentina de personagens secundários que, às vezes, se elevam quase a protagonistas em certas tramas, nessas subestórias.

Através da proposta de Simão Bacamarte, de pôr em prática toda a sua teorização da “razão” e da “loucura” , surge a Casa Verde, contracenando com a vida pacata de Itaguaí.

Com todo o movimento causado pela construção desta Casa, surge a insatisfação do povo, tendo como personagem representativo, que sai do plano das personagens secundários e assume papel central desse movimento: Porfírio. Essa insatisfação pode ser observada no capítulo VI, quando o movimento dos Canjicas, liderado por ele, pelo Porfírio, vai à casa de Bacamarte na tentativa de resgatar a legitimidade do “povo” de Itaguaí. Porém, Porfírio e seus seguidores foram sempre surpreendidos pelo poder convincente da linguagem utilizada por Bacamarte, resultando numa dispersão momentânea, havendo uma retomada do povo logo em seguida, se efetivando, desta forma, o poder de Porfírio na Política.

Contudo, vemos surgir o interesse do povo na proposta sugerida por Porfírio, em prol de interesses pessoais de Bacamarte e dele, que não estavam preocupados nem com a “Ciência do futuro” nem com as reivindicações do povo, mas dentro dessa esfera da loucura e sanidade, normal e anormal, na sociedade Itaguaiense, impôs essa ideologia para todos.

"Mas o ilustre médico, com os olhos acesos de convicção científica, trancou os ouvidos à saudade da mulher, e brandamente a repeliu. Fechada a porta da Casa Verde, entregou-se ao estudo e à cura de si mesmo. Dizem os cronistas que ele morreu dali a dezessete meses, no mesmo estado em que entrou, sem ter podido alcançar nada. Alguns chegam ao ponto de conjeturar que nunca houve outro louco, além dele, em Itaguaí; mas esta opinião, fundada em um boato que correu desde que o alienista expirou, não tem outra prova, senão o boato; e boato duvidoso, pois é atribuído ao padre Lopes, que com tanto fogo realçara as qualidades do grande homem. Seja como for, efetuou-se o enterro com muita pompa e rara solenidade." O Alienista

O conto deixa-nos várias interrogações a esse respeito, fazendo com que o próprio leitor se volte para si mesmo e, ao menos, tente elaborar um comentário crítico e reflexivo sobre suas atitudes.
É evidente que tudo isso se mostra muito relativo, sendo que até mesmo o extremo da razão pode corresponder à própria loucura.

É um conto que tem uma identidade forte e muito marcante.
Eunice Bernal (Karenina)

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quarta-feira, 25 de julho de 2007

EU DISSE QUE O AMAVA



TEMPESTADE

Jamais se deve fazer tempestade em copo d’água
O chão muitas vezes nos falta nos momentos de incertezas ou dor
São histórias e subhistórias que nos fazem repensar o destino do nosso amor
É triste imaginar um ente querido ver seu castelo de areia, de repente, desabar

Reconheço meu erro, e sinto-me culpada
O que poderia ter feito para que ninguém se magoasse?
Brincar com os sentimentos dos outros é maldade
E que todos sejam felizes neste mundo
Relâmpagos povoarão nossa consciência
Tal felicidade não seria total se construída
Onde pudesse atrapalhar a felicidade de outros
(E ainda o amo)

ELE DISSE QUE ME AMA



Eu nunca pensei sentir isso de novo
Um aperto no peito, um vazio enorme
No olhar perdido no horizonte procuro
Infelizmente não vejo sua figura
Cadê você, que povoa meus sonhos
E porque sua ausência me fere tanto

Busco seus olhos, farejo seu aroma
E tateio o ar a procura das suas formas
Recomeço a todo instante nessa procura
Não desisto desse sonho que me acolhe
A cada momento sinto que sua realização
Longe dos olhos e perto do coração

(Ele ainda me ama)

MEU GOSTAR



As asas da minha imaginação fértil
Como o condor, perdido na imensidão do espaço celestial
Busca o teu coração....


MEU GOSTAR

Gosto da verdade
Ela me faz bem
A verdade
Por mais dura e dolorosa
Que seja
Através dela tento encontrar algo
Que não seja nem daqui,
Nem de lá
Não tão triste
Ou tão amargo
Procuro algo
Sim,
Capaz de envolver-me em plumas
Tirar-me do sério
Mexer com o meu emocional
Como um vendaval
Chega pra ficar, derrubando conceitos
Antigos
Fotos antigas,
Cartas amareladas pelo tempo
Coisas nova no ar,
No seu lugar, ficar
Gosto da verdade, procuro, através dela
Algo que me dê

Uma sede maior de viver.

CERTOS MOMENTOS...

Também conheço os imperativos da vida...


CERTOS MOMENTOS...

Certos momentos ficarão eternamente em branco,
Serão inúteis,
Ficarão para trás
Por descaso, por dúvida,
Por receio
Certos momentos não se
Concretizarão jamais
Certos momentos serão
De lágrimas, de tristeza, de solidão
Certos momentos não poderão ser
Lamentados também
Porque o tempo se perdeu na insensata escolha...

REFLETINDO SOBRE O SURREALISMO DA VIDA

REFLETINDO SOBRE O SURREALISMO DA VIDA

Posso imaginar tudo
E tudo criar
Ousar
Ensurdecer a voz
Transformar o silêncio
Em canção
Acender a noite
Descer o céu
Levantar o mar
No meu entender
A loucura é
A libertação da alma.

NO SILÊNCIO DA NOITE...

Canto para que a vida
Não perca o encanto

NO SILÊNCIO DA NOITE...

Estou à espreita de mim procurando o que fazer
A madrugada ronda prateada
Acordando-me com aroma do orvalho antes da hora...
Abandono-me um pouco mais na maciez dos sonhos escondidos
Preparando-me para o novo dia muito desejado,
Surpreendente sempre...
A música do silêncio é comovente, indescritível,
Tantas outras coisas são, e digo que é como o vulcão, ou o trovão
Congelei o momento em divagações contínuas, o que foi e o que virá...
Descubro que o acordar é transparente
Caminhos que vão e voltam
Agora estou distante de meu anoitecer
Então visto-me de vida para sair...

A PAZ É POSSÍVEL

A PAZ É POSSÍVEL


A paz é primordial na vida da gente;
É importante que sejamos de paz, pela paz e para a paz.
A paz é fundamental todos os dias e em todos os lugares.
Quando não se tem paz no coração, ou na alma
Dificilmente se encontrará fora dela.
De que adianta se cobrar um mundo mais justo
Mais pacífico, sem guerra ou violência
Se não temos paz dentro de nós mesmos?
A paz é tão importante quanto o AMOR.
Se quisermos receber amor, se desejamos ser amados
Ter amor na alma e paz de espírito
Devemos começar primeiramente por nós mesmos.
Devemos fazer uma revolução dentro de nós,
Repensar nossos conceitos e nossas vidas...
Não adianta cobrar do próximo
Solidariedade, fraternidade, união, companheirismo
Se não formos capazes de amar, de perdoar, de sermos solidários e justos
Com o nosso vizinho, com o colega de trabalho ou com nossos entes queridos
Nada temos também a receber.
Devemos procurar ser mais sinceros,
Mais amigos, mais compreensivos
Para encontrar a paz tão desejada.
Basta de guerra, de violência
Vamos procurar saber compreender e perdoar
Àquele que precisa de nossa compreensão e nosso perdão.
Vamos procurar ser sábios e inteligentes para construir um mundo melhor
Vamos procurar a felicidade onde ela estiver, dentro da alma ou fora dela
Em cada momento da vida
Essa vida tão sofrida e breve...
Chega de egoísmo, de discórdia de desavenças.
Vamos procurar começar bem o novo ano e melhorar nosso ambiente de trabalho
Nossa casa, nosso lar.
Se você deseja esquecer as mágoas, os desentendimentos
Se você deseja que coisas boas aconteçam
E começar o novo ano de bem com a vida, de bom humor, de alto astral
Vamos fazer um brinde no dia especial
Que será o dia da confraternização
Dando um abraço sincero,
Uma palavra de carinho, um sorriso
A todos aqueles que nos querem bem, que fazem parte de nossas vidas.
Se você deseja sinceramente fazer parte da lista que diz “SIM” à paz e ao amor,
Deixe o seu nome também anotado na lista dos amigos
E traga uma pequena lembrança nesse dia especial
Para uma troca, simbolizando a paz que desejamos.

Lembre-se: a felicidade depende só de você!

POR QUE POESIA EM TEMPOS DE INDIGÊNCIA?

POR QUE POESIA EM TEMPOS DE INDIGÊNCIA?
ou
POR QUE INDIGÊNCIA EM TEMPOS DE POESIA?


Poesia não enche barriga, o que enche barriga é pão;
Poesia é alimento da alma, assim como pão é o alimento físico,
Sem ele, o corpo falece...
Para se viver dignamente, é necessário o pão de cada dia,
É necessário de encanto, emoção e magia;
Necessita-se de poesia,
Sem ela, a alma lentamente morre....
Para não se morrer de inanição o ser necessita de dois alimentos fundamentais: pão e poesia.


Tempos difíceis, tempos modernos, tempo de descobertas, de globalização, de transgênicos, de clonagens, de mundos sem fronteiras, sem barreiras, sem muros. O homo-sapiens tornou-se um semideus, que tudo sabe, tudo pode, tudo quer...mas, nem sempre o querer é poder...
Alguns muros nesse novo tempo foram derrubados, outros construídos, outros reforçados e de difícil acesso, e o próprio ser construiu um muro em torno de si para se proteger dos medos, do egoísmo, da intolerância... chegamos ao ápice, vivemos no limite desse novo milênio, isolados, desprotegidos, agarrando-se nas crenças de um amor Divino, pela fé para que os céus não desabem de vez... e desvenda-se o presente avassalador da miséria humana, da pobreza da alma, de fome física e imaterial... assiste-se a desconstrução do ser, a solidariedade tornou-se um produto escasso, assim como a paz, um egoísmo incapaz de somar forças, de unir povos e nações, cumpre-se aos poucos as profecias, vivemos momentos apocalípticos, transportamo-nos às origens primitivas, assim, como num divã, em busca de reflexões que nos mostrem onde foi que erramos, os desacertos, os desencontros, procurando soluções, procurando uma luz no fim do túnel para que não se perca de vez em trilhas, nos descaminhos tentando descobrir o que aconteceu para que não se possa continuar a caminhada; que obstáculo seria esse que nos impede de prosseguir?
Como haverá sensibilidade, expressão de carinho, POESIA nos tempo atuais?
Falar de indigência, é falar de inúmeros indicadores de discriminação: ampliam-se as classe dos excluídos em cotas de indigência: a indigência de emprego, indigência de educação de saúde, de cultura, indigência racial, indigência moral, indigência de moradia, e, a fome de alimento para o corpo, alimento físico, continua sendo a mais grave, é a depreciação do ser, a degradação humana.... o homem até consegue viver da fome de saber, e da sede de matar os desejos de viver uma vida digna, sem necessitar viver de esmolas, sem necessitar mendigar o que é seu por direito, mas poderá morrer de inanição nos becos da vida, humilhado, menosprezado, esquecido, como indigente, apenas um anônimo... o que isso importa? Não é uma celebridade, apenas mais um anônimo...
Grandes mobilizações e euforia o país vive diante das dificuldades atuais em torno de pobreza, miséria, dificuldades sociais de todos os tipos, dificuldades culturais. A indigência, mal que se alastra pelos cantos do mundo, quem poderá contê-la? Ou como se poderá bani-la? e os governantes através de Programas e ONG’s sensibilizando sociedade a fim de amenizar o sofrimento de pessoas atingidas. A participação depende de todos, cada um procurando fazer a sua parte...
A cota da indigência do abandono à própria sorte, do “cada um por si, Deus por todos”, do “salve-se quem puder”, posto que foi-nos tirado o direito de ir e pela violência urbana, do toque de recolher... a quem recorrer?
Resta ao homem consolar-se com seus sonhos, e, enquanto houver esperança, os sonhos existirão, nada, nem ninguém poderá transformar os sonhos em indigência espiritual... sonhar, não custa nada, não se paga impostos, não existe fronteiras nem barreiras, o sonhador é livre, é pacifico, é feliz apesar dos pesares Ter esse privilégio de construir castelos, de ir ao céu e voltar nas asas de um anjo da paz...
O sonho e a poesia caminham lado a lado, almas gêmeas; o sonho, transformador, a poesia encantadora..
O sonho nos conforta, a poesia é tudo...
O mundo nos dá constantemente a poesia em sua forma bruta, pelos poros, pela saliva, pelo luar, pela chuva, pelo vento, pelo mar.... a que armazenamos, processamos, transformamos e a devolvemos através da beleza existente nas palavras, nas canções, na melodia... a sua reorganização e reconstrução através da suavidade e sensibilidade.
A poesia existe porque tudo existe, qualquer assunto pode ser transformado em poesia: solidão, tristeza, melancolia, morte, saudosismo, como também, vida, paixão, amor, tornam-se poesia. A POESIA sempre terá seu espaço garantido, nada ou ninguém impedirá a sua criação, o seu nascimento, o seu surgimento...mas, e a INDIGÊNCIA, o que faremos com ela? A maioria da população mergulha na indigência, na pobreza, na miséria. Isso é o resultado de uma política de negligência absoluta para com a massa dos excluídos.
A população carente de moradia, emprego, saúde, educação, salário digno para atender às suas necessidades e despesas, quanta indigência que se alastra pelo mundo como uma erva daninha, um vírus, que cresce silenciosamente e mata aos poucos... quem poderá detê-la? Haverá uma vacina, ou um antídoto? Não devemos nos acomodar jamais, devemos descruzar os braços e irmos à luta! Cada um fazendo a sua parte.
Somos seduzidos pela beleza da palavra, da sua suavidade e leveza, somos sensíveis, existe poesia em todo universo, do amanhecer ao alvorecer....
Enquanto existir vida existirá poesia, enquanto existir poesia haverá esperança; enquanto existir esperança existirá amor; e o amor tudo vence, o antídoto para amenizar a dor da indigência. Deve-se procurar caminhos para eliminar o abismo entre indivíduos marginalizados e “socializados”.
A poesia é sublime; a indigência, grotesca... antônimos, antítese, paradoxo...a intolerância humana...estamos no ápice, pólos divergentes, soluções urgentes para todo o planeta, para se salvar o mundo, até a Terra começa a agonizar-se, estamos ajudando a matá-lo, destruindo o meio ambiente, poluindo o ar, os rios, os mares, estamos nos destruindo... quem não tem uma parcela de culpa de todo tipo de indigência, “que atire a primeira pedra”.

A poesia está presente no sangue, na alma, na retina, no tato, no olfato, paladar...
Apesar de não se viver só de poesia, é ela que nos dá a alegria de viver, e ela que transmite paz, nos conforta no momento em que mais necessitamos...
POESIA, alimento da alma, do corpo e do espírito...
A poesia necessita de RESPEITO, é Ela que nós mantêm vivos, tira toda a tristeza do mundo, a palavra que consola, que nós dá a sede maior de viver...
Vivemos numa ilha cercada de indigência por todos os lados... o nosso lar é o universo, cercados de poesia de todos os lados...
Eu mudaria a pergunta em questão para: “Por que indigência em tempos de poesia?”
Para que não haja indigência da poesia é necessário alimentá-la constantemente, de sonhos, ilusões, de carinho... A poesia nos dá a paz que buscamos, o conforto interior, é o nosso combustível diário...nos transporta pela beleza do olhar de um menino triste, faminto de desejos físicos... faminto de carinho... em todos os anseios mais íntimos ela está presente, mais viva do que qualquer outra coisa em nossas mentes.. basta para isso pensar, porque o pensamento é poesia...
A poesia está presente em todos os sentidos do homem: visão, audição, paladar, olfato e tato, como um irmão siamês, fundido nas entranhas, aglutinado na mente e alma... tirar a música suave, a melodia que faz bailar no ar, seria mutilação, seria tirar o sol do mundo; a consciência do homem é toda poesia, a visão não suportaria ficar sem contemplar as cores do arco-íris; a poesia existente no perfume das flores, nos extasia, assim como o cheiro de terra molhada, do orvalho... Ah, como é sublime o carinho doado pelas mãos, pelos abraços, pelos lábios, indescritível e bela, eleva ao espaço nos fazendo conhecer o desconhecido, recriar a monotonia, reinventar a vida...
A poesia existe antes do mundo, a poesia é o mundo, a poesia é um presente diário de Deus, e ele não cobra taxas ou impostos, para admirarmos o pôr-do-sol, a brisa, os raios e trovões, a neve, o sorriso de uma criança, o abraço de um amigo... a poesia cumpre sua missão a cada instante através de doação do simples ato de transformar o abstrato em concreto, o existir em pensar.
Por que poesia em tempos de indigência?
Simplesmente porque poesia é tudo.

terça-feira, 24 de julho de 2007

No Silêncio da Noite - Poesia, poesia, poesia...




Existe poesia mais bela que admirar a beleza
das flores, dos pássaros, dos animais,
da natureza?
Quanta poesia, não?
Vivo embriagada de emoção, sedução
e pelo aroma que as flores exalam...

Livro de Poesia (no prelo).